Estou a dois dias na Itália, comprei minha mansão na área montanhosa, pátio grande, quartos secretos, subsolo, perfeito para fazer uma masmorra e colocar Martina, a menina era linda, não posso negar, mas o único objetivo que tenho é me aproximar, ganhar a confiança dela e cumprir minha vingança.
Andar por esta cidade é assustador, lembrar do meu pai, da vida que tínhamos aqui, de cada luxo que abrimos mão para fugir, de sair como filho de traidor, mas isso ficou no passado de Salvatore Marino, que morreu ao sair daqui, Salvatore Gael está na cidade somente a negócios e vai pôr em prática seu plano no jantar de gala que vai exibir as peças dela, Martina sonha em ser estilista, e isso é a primeira coisa que vou tirar dela.
O escritório de Enrico Rossi ficava no último andar de um prédio discreto, fachada de mármore escuro, segurança reforçada em cada andar. A sala era ampla, mas sem exagero. O luxo dos Rossi sempre foi silencioso — o verdadeiro poder não precisa gritar.
Leonardo estava sentado à direita do pai, mãos entrelaçadas, relógio Rolex de ouro escovado à vista. Jovem, mas já com o olhar de quem carrega sangue nas mãos.
Enrico, como esperado, não perdeu tempo com cortesias.
— Então, Gael Salvatore, — disse ele, cruzando as pernas e sem sorrir — o que exatamente trouxe você para a Itália?
Eu mantive o olhar firme. Sabia que aquele era um teste, o primeiro de muitos. O que eu dissesse ali seria investigado linha por linha. Mas eu estava pronto. Cada peça no tabuleiro já tinha sido posicionada há anos.
— Cresci entre os cantos de Buenos Aires e Marselha. Meu pai era italiano, minha mãe argentina. Construção civil foi o caminho mais natural. Comecei como engenheiro de obra em zonas costeiras, mas entendi rápido que os grandes contratos exigem mais do que cálculo estrutural, exigem influência.
Leonardo soltou um “hmm” contido, analisando.
— Nos últimos anos, comandei projetos de alto padrão em Dubai, Nice e Porto Cervo. Hotéis, resorts, estruturas verticais privadas. Trabalhei com os Grimaldi, conheci gente dos Corsini no Mediterrâneo.
Mas agora… decidi voltar para onde tudo começou.
Enrico o encarou com olhos semicerrados.
— E por que exatamente nos procurar? A Itália está cheia de incorporadoras dispostas a pagar caro por cada centímetro de solo em cidades estratégicas.
Sorri, com calma.
— Porque eu não vim atrás de solo. Vim atrás de alianças, não alianças profissionais, alianças da famíglia. De onde eu venho, os que constroem melhor são também os que sabem destruir com precisão. E eu sou excelente em ambos.
Silêncio. Denso, mas respeitoso.
— Discrição, pulso firme e execução sem rastros — continuei. — A construção me ensinou isso. Cada fundação exige disciplina. Cada desabamento... exige coragem. Posso cuidar dos dois.
Leonardo cruzou os braços, mas pela primeira vez parecia intrigado.
— E suas referências?
— Ligue para quem quiser. — respondi. — Comecem com Claudio Baretto, no consórcio de Marselha. Ou com Elías Aguirre, do norte da Argentina — dono de três empreendimentos que jamais chegaram ao papel, mas viraram paraísos fiscais discretos.
Eles vão confirmar que onde piso… algo sólido nasce. Ou alguém desaparece.
Enrico apoiou o copo de cristal sobre o braço da poltrona.
— E se não confirmarem?
— Confirmarão.
Mas se tiverem dúvidas, já estou aqui. Não fujo de nada.
O que me diferencia dos que pedem favores… é que eu entrego primeiro. E cobro depois.
Mais silêncio.
Leonardo se inclinou um pouco à frente, com o semblante mais leve.
— Sabe lutar, Gael?
— Fui campeão de combate livre em Córdoba e Nice. Quebrei dois braços e perdi três dentes. Não me orgulho disso… mas me adaptei ao que o ambiente pedia.
Enrico se levantou. Andou até a janela, as mãos às costas.
— Temos um evento de prestígio nas próximas semanas. Talvez você venha como convidado. Observe.
Se ainda estiver por perto depois disso… falamos sobre obra, execução e impérios.
— Estarei. — respondi. E quando estiverem prontos para erguer algo que dure mais do que concreto... Estarei aqui também.
Sabia que eles investigariam cada nome, cada número, cada passo.
Mas também sabia quantos homens eu tinha nas mãos fora dali.
E quantos segredos enterrados sob cimento esperavam para ser usados.
O silêncio que pairava na sala não era incômodo. Era tenso, denso, respeitoso. Como todo bom negócio entre homens que sabem matar.
Inclinei levemente a cabeça, sem exageros. Apenas o suficiente para mostrar respeito.
— Será uma honra trabalhar com vocês.
Enrico se aproximou. Estendeu a mão.
Eu a apertei sem hesitar.
Foi um gesto simples. Mas para mim, carregado de simbolismo.
A mão que ele apertava era a do filho do homem que ele condenou à morte.
E ele nem fazia ideia.
— Seja discreto — disse Leonardo. — E esteja impecável. Nosso sobrenome atrai atenção, mesmo para quem ainda não o carrega.
— Impecável é o mínimo — respondi, permitindo um leve sorriso.
Eles acharam que estavam me aceitando como um aliado.
Mas era exatamente isso que eu queria.
O primeiro passo foi dado.
A confiança, firmada.
O convite, garantido.
E agora, eu estava oficialmente dentro da casa do meu inimigo.
Onde o império começou.
E onde, por minhas mãos, ele começaria a ruir.
Saí do escritório com a mesma calma com que entrei. O sol italiano tingia os corredores de dourado, mas nada ali parecia belo para mim. Eu estava focado. Frio. Ciente do que precisava ser feito.
Até vê-la.
Na frente da sala que deveria ser do pai.
E ao lado dela, a irmã.
As duas estavam abraçadas a Giovanni Rossi, rindo de algo que ele dizia, com a intimidade e o calor que só famílias muito unidas carregam. Mas o tempo pareceu parar — meu corpo paralisou.
Meu coração. Maldito traidor. Disparou.
Martina Rossi.
Cabelos ruivos presos de forma simples, elegante. Vestia uma calça clara de alfaiataria e uma blusa de tecido leve, como se tivesse saído de uma sessão de fotos por acidente.
Mas não era a beleza óbvia que me atingiu — era a leveza. A naturalidade. Ela era o oposto de tudo o que eu conhecia.
E ainda assim… ela era a filha do homem que destruiu a minha vida.
A irmã — Helena, reconheci de longe, vibrante, inquieta, cheia de vida nos gestos — parecia falar com todo mundo ao mesmo tempo. Mas Martina… levantou os olhos.
E me viu.
Foi só um segundo. Um olhar. Mas foi como se o chão sob meus pés tivesse mudado de textura.
Ela não desviou. Nem sorriu. Apenas me olhou.
Curiosa.
Calma.
Perfeitamente alheia ao fato de que estava sendo olhada pelo garoto que jurou destruir o pai dela.
Abaixei o olhar e ajustei o paletó.
Ainda não.
Ela não podia perceber.
Mas dentro do meu peito, uma guerra silenciosa começava.
Porque pela primeira vez em anos... eu não sabia se o plano era tão simples quanto parecia.
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Atualizado até capítulo 30
Comments
Irene Saez Lage
Realmente não é tão simples agora começa o calvário das pessoas como vai ser interessante 😁🔥🔥🔥
2025-06-08
3
Mavia Dantas
o carrasco se apaixonou pela prisoneira/Chuckle/
2025-06-14
0
bete 💗
ansiosa ❤️❤️❤️❤️❤️
2025-06-11
0