Capitulo 1 - Ecos da Guerra

A noite caía como um manto de sangue sobre a floresta de Veyra.

Sob a luz pálida da lua, os galhos retorcidos das árvores pareciam garras prontas para agarrar qualquer alma perdida. O vento carregava o cheiro de musgo, terra molhada… e algo mais, algo metálico como ferrugem ou como sangue antigo.

Josh estava parado na beira do penhasco, os olhos dourados-âmbar fixos na escuridão adiante, ele ouvia os sussurros da floresta, os passos leves dos animais, o uivo distante de outro lobo e o silêncio desconfortável atrás dele.

— Eles estão se movimentando outra vez? — disse seu Beta e melhor amigo Thorne, surgindo das sombras como um fantasma, com o manto da alcateia cobrindo os seus ombros largos. — Vampiros? Caçadores? Espiões?

- Não sei, só tenho certeza que neste momento estão perto demais da nossa fronteira.

Josh responde e faz uma pausa para continuar com os ouvidos atentos a qualquer movimentação, ele estava sentindo o ar denso, elétrico, como se algo se aproximasse… algo que ele desconhecia. E não entendia mas que dividiria tudo e todos até mais do que a guerra

— Não estão apenas espionando — disse ele, depois de um tempo — Estão procurando algo ou melhor alguém.

Thorne franziu a testa.

— Você sentiu de novo, não é? Aquela presença?

Josh assentiu, os músculos tensos como se esperasse um ataque a qualquer instante, era o terceiro dia seguido em que sentia a mesma coisa: um perfume no ar, doce e cortante como veneno, um eco dentro do peito, ele não sabia como, mas parecia que estava lhe chamando e de certa forma o fazia ficar em alerta

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A quilômetros dali, do outro lado da floresta, Kyra caminhava em silêncio pelos corredores de pedra do Covil Vermelho, sua pele era pálida contrastando com os cabelos negros que desciam pelas costas como sombra líquida. Mechas brancas destacavam-se entre os fios, e seus olhos — dois rubis incandescentes — pareciam ainda mais vivos naquela noite.

Ela também sentia algo, um frio súbito, uma dor no peito que não era dela. A sensação de estar sendo observada… ou de que alguém, em algum lugar, a conhecia profundamente.

— Você está inquieta — disse sua irmã Eira, surgindo ao seu lado como um sussurro. — Outro sonho?

Kyra fechou os olhos por um momento.

— Não foi um sonho, foi… um chamado. Como se algo dentro de mim gritasse por algo que nunca conheci.

Eira a observou com cautela.

— As anciãs dizem que quando o sangue treme sem motivo, é presságio de mudança, ou de morte.

Kyra suspirou profundamente.

— Talvez sejam as duas coisas.

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A lua cheia atingia o seu ápice no céu quando os dois — lobo e vampira — ergueram os olhos para ela ao mesmo tempo, mesmo estando separados pela floresta, pelas linhagens, pela maldição de suas raças.

Mas naquele instante silencioso, algo pulsou entre eles, Um vínculo invisível se formava junto com uma dor partilhada.

Sem saberem, os dois foram marcados, suas vidas entrelaçadas e suas almas se tornaram uma só

E a partir daquele dia a guerra nunca mais seria a mesma.

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Comments

Vane Brito

Vane Brito

começando e já amando

2025-06-06

2

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