Um silêncio cortante caiu sobre o salão quando uma voz firme ecoou pelo ambiente.
Os repórteres se viraram ao mesmo tempo, suas câmeras se voltando para o final da passarela.
Parado ali, com uma postura imponente e olhar afiado como uma lâmina, estava Ethan Blackwood, CEO da Blackwood Enterprises, também conhecido como um dos nomes mais temidos e respeitados da indústria do entretenimento.
— Espera... — sussurrou alguém da imprensa, — não é o CEO da Blackwood Enterprises?
— O que ele está fazendo num desfile da GC Entertainment?
— E por que ele está se aproximando da modelo exposta?
A tensão pairava no ar como eletricidade estática. Todos sabiam que Ethan desprezava manipulações baratas e celebridades que buscavam fama a qualquer custo. Para muitos ali, era o fim da linha para Emily Dawson.
Mas, para total choque da plateia, Ethan caminhou até Emily e posicionou-se ao lado dela — como um escudo. O ambiente ficou congelado.
Seu tom foi frio, cortante, e autoritário.
— ...mas não é ela quem deveria sair do palco. É você — disse, dirigindo-se ao estilista. — Eu poderia fazer sua marca desaparecer do mapa em questão de horas. Suas peças são tão vazias quanto a sua ética.
O coração de Emily parou por um segundo. Aquele homem — que ela só havia visto três vezes — estava defendendo-a com uma ferocidade que ela não esperava.
Os repórteres se entreolharam, em choque.
Se soubessem que ela tinha qualquer ligação com Ethan, jamais teriam sido tão cruéis.
O estilista da HF Jewelry empalideceu, mas sabia que bater de frente com Blackwood seria suicídio comercial. Após um silêncio incômodo, ele murmurou:
— Peço desculpas, senhor Blackwood. Não sabia da sua... relação com a senhorita Dawson.
Ethan o cortou com um olhar gélido.
— Está enganado. Não tenho qualquer relação com ela — disse, com voz firme. — Apenas estou questionando seu julgamento.
Quando se virou para sair, porém, lançou um último comentário:
— Mas uma coisa é certa: ela vai ser uma estrela nesta indústria. E ninguém vai impedi-la.
O salão explodiu em murmúrios. A imprensa entrou em frenesi.
Emily Dawson, quem é você?
A GC Entertainment entrou em crise. E tudo começou por um deslize do assistente de Madison Blake.
— Se nem uma crise como essa vocês conseguem conter, imagino o que mais são incapazes de fazer — murmurou um repórter. — O que o presidente Carter fará agora?
Enquanto a confusão reinava, Emily permaneceu serena, quase inacreditavelmente calma. Mudou de roupa e saiu discretamente pela porta lateral. Ao sair, avistou um carro preto e luxuoso estacionado na calçada.
A janela abaixou.
— Entre — disse Ethan, sem levantar a voz.
Emily entrou. Estava grata. Não apenas pela defesa, mas pela forma como ele a tirara do centro do caos.
— Obrigada... por hoje.
Ethan lançou-lhe um sorriso enigmático.
— Acha que eu deixaria alguém humilhar a minha esposa, em público?
Emily ficou em silêncio. Sentia-se culpada.
— Eu... permiti que descobrissem quem eu era. Fiz isso de propósito. Queria expor a verdade.
Ele não desviou o olhar.
— Sei disso. Mas da próxima vez que quiser armar algo, peça minha ajuda. Sacrificar-se por vingança é uma tolice.
Emily não respondeu. O silêncio entre os dois era denso, mas confortável.
— Onde devo te deixar?
— Em sua casa. Somos casados agora, certo?
Houve um instante de hesitação. Depois, um sorriso no canto dos lábios de Ethan.
— Tem certeza? É nossa noite de núpcias, afinal.
Emily corou. Mas assentiu.
— Estou preparada. Só peço que, de agora em diante, você se mantenha neutro. Quero recuperar o que é meu com minhas próprias mãos.
— Tudo bem. Veremos do que você é capaz — disse ele, observando-a com curiosidade. Era raro ver uma mulher que não quisesse usá-lo como trampolim.
O carro seguiu em silêncio até que o celular de Emily tocou. Era Mina, sua empresária.
— Emily, já encontrei provas da gravidez de Madison. E a cena de hoje viralizou. O que faremos?
— Mina... você ainda está comigo?
— Essa pergunta é séria? Eu jamais ficaria do lado daquele casal nojento.
— Então solte a nota que preparamos. Mas esteja ciente: isso colocará você contra a GC.
— Não me importo. Já devia ter feito isso. Estou enviando as provas agora mesmo.
Emily desligou. Mas no fundo, ela estava nervosa. O que Ethan realmente pensava dela?
— Eu...
— Não precisa explicar — disse ele, sem olhar. — Ouvi tudo. Mas tenho uma pergunta: você sempre foi tão... honesta?
O carro parou num sinal vermelho. Ethan virou o rosto e segurou delicadamente o queixo de Emily, examinando-a de perto.
— Só sou honesta com você. Porque me importo com o que pensa de mim.
Ele piscou, surpreso. Depois, sorriu.
— Se fosse eu, teria sido ainda mais cruel com eles.
Emily não respondeu. Mas a expressão em seus olhos falava por ela.
Enquanto isso...
Logan Carter estava em pânico. As notícias se espalhavam como fogo. HF havia avisado que processaria a GC por quebra de contrato.
Madison, ao seu lado, assistia à apresentação de Emily no palco.
— Está vendo? Ela fez isso de propósito! Queria que todos vissem quem ela é!
— Emily não é assim... — murmurou Logan, ainda com dúvidas.
— Você confia mais nela do que em mim? Agora precisamos agir. Diga à imprensa que você não sabia de nada. Que ela tentou criar uma nova tendência sem autorização. Jogue tudo sobre ela.
Logan hesitou, mas sabia que Madison estava certa — ou assim achava. Estava prestes a ligar para o chefe de PR quando recebeu outra ligação.
— Senhor Carter! Veja os sites! A empresária de Emily soltou uma bomba!
Emily tinha exposto tudo. As substituições. Os abusos. As provas estavam ali, lado a lado, com imagens de bastidores e depoimentos.
Desesperado, Logan tentou reverter. Ligou para contatos na mídia, apagou os posts, divulgou notas falsas. Mas era tarde demais.
Ethan Blackwood — o verdadeiro nome do CEO que ninguém ousava enfrentar — havia ligado pessoalmente para as redações.
— Se qualquer nota sobre Emily Dawson sumir do ar, vou garantir que suas empresas também desapareçam.
A mídia recuou imediatamente.
Mina estava chocada com a eficácia de sua exposição.
— Emily, você está sendo protegida por outra empresa? — perguntou Mina pelo celular.
— Não — respondeu Emily, olhando de relance para Ethan. — Mas há alguém que me apoia. Só não posso revelar quem.
Mina riu.
— Tudo bem. Só de imaginar a cara do Logan, já estou satisfeita.
Mais tarde, durante o jantar no hotel, Ethan cortava um bife com a calma de quem já venceu a guerra.
— Vai deixar a GC?
— Não ainda. Seria fácil demais. Quero vê-los despencar.
— E se um dia você parar de odiá-los?
— Eu não me arrependo das minhas decisões. E nunca volto atrás.
Ethan observava Emily com crescente admiração. Ela era mais do que uma modelo injustiçada. Era uma estrategista disfarçada.
— Reservei a suíte presidencial. Vamos passar a noite aqui. Minha casa não tem... clima — disse ele, casualmente.
Emily corou.
— Como quiser...
Depois do jantar, Ethan a guiou até a suíte. Não era qualquer suíte: era uma suíte nupcial. Ele havia planejado tudo.
Quando entrou no banheiro, deixou a porta entreaberta.
— Vou tomar banho. Isso te dá tempo para pensar. Se quiser, podemos adiar nossa noite de núpcias.
Emily o observou por alguns segundos. Seu coração batia acelerado. Mas ela já havia tomado sua decisão. Não era mais a jovem vulnerável que havia sido traída.
Caminhou até a porta do banheiro e a abriu devagar. Ethan, surpreso, virou-se — e ela o abraçou por trás, silenciosamente.
Ela não disse nada.
Mas aquele gesto dizia tudo.
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Atualizado até capítulo 28
Comments
Elis Alves
Que lindoo🩷🩷🩷🩷
2025-06-11
0
Marlene Almeida
amando muito bom
2025-06-01
1
bete 💗
adorando ela ❤️❤️❤️❤️❤️
2025-05-28
0