Alice passou dois dias no sótão sendo completamente ignorada pela madrasta, a fraqueza e a dor da fome que sentia nem de longe era agoniante como a boca seca e os lábios rachados pela falta de água, naquela manhã ela ouviu a porta se abrir, quando Dora caminhou até ela com uma bandeja nas mãos acreditou estar sonhando, Alice se sentou em desespero, em um único gole tomou toda a água do copo e engoliu sem nem mesmo mastigar o sanduíche de queijo.
— levante-se está imunda, precisa de um banho, vamos sair.
Dora limpou as mãos tocadas por Alice com uma expressão de nojo, repulsa.
— Suzi está nos esperando lá embaixo.
Alice abriu um largo sorriso que se desfez no exato momento em que tentou se levantar,o joelho arranhado no dia do funeral, no momento em que saltou desesperada da cama de Dora parecia ter infeccionado e mal conseguia andar.
— Qual o problema?
Dora olhou furiosa.
— Me machuquei mamãe, doi.
Dora a agarrou com força, Alice choramingou em resposta.
— Vai andar direito, se der naquele escritório qualquer indício do quê acontece nessa casa...
Rosnou em sua face.
— Eu te mato.
Alice a encarou assustada, foi colocada em baixo d'agua fria e logo depois vestida com roupas caras, as feridas em seu joelho cobertas por uma meia calça grossa, Dora desceu as escadas, o olhar malefíco ficava ainda mais sombrio quando Alice mancava.
— Suzi.
Alice gritou sem conseguir conter a alegria no instante em que viu a irmã sentada no sofá da sala, a garota de cabelos cacheados e olhos em um tom de mel não mexeu um só músculo em direção a ela.
Suzane Collins
— Já disse que não gosto desse seu jeito espalhafatoso.
Dora a empurrou contra o corrimão da escada, Alice que já estava machucada gemeu, sentiu a costela que havia fraturado meses atrás responder com uma dolorosa fisgada.
— Droga, esqueci minha bolsa.
Dora subiu pisando firme,assim que sumiu pelos corredores Suzi correu em direção a Alice.
— Ali.
A abraçou forte, chorou.
— Eu senti tanto, tanto sua falta.
Alice limpou as lágrimas com os dedos, também chorava, quase dez anos sem vê-la.
— Está machucada?
Alice negou, desceu o vestido para baixo.
— Estou bem, senti saudades Suzi, é bom tê-la novamente em casa.
Suzane tentou dizer algo mas ouviu o barulho dos saltos ecoarem e correu de volta ao lugar onde estava.
— Vamos.
Dora andou na frente, os olhos sempre atentos nas garotas, não queria qualquer proximidade entre elas e havia deixado isso explícito a filha caçula, Suzi não tinha medo, na verdade era uma pestinha terrível no colégio em que foi criada, antes de ser adotada pelos Collin's havia morado nas ruas então se virava, sua preocupação era com Alice, sabia que a irmã comia o pão que o diabo amassou nas mãos da madrasta, não queria arranjar mais problemas a pobre por isso obedeceu as ordens da mãe "postiça".
Dora repassava no carro cada detalhe, cada palavra que deveria ser dita diante dos advogados pelas filhas, ao chegar ao escritório desceu de mãos dadas as duas, uma mãe exemplar, a viúva perfeita, era o que parecia aos olhos daqueles que não há conheciam.
— Senhora Collin's, meninas.
O advogado disse abrindo a porta da sala, Alice já estava sucumbindo a dor após os dois lances de escada.
— Está bem?
O advogado perguntou a ela.
— Ela está bem, Alice é um tanto quanto desastrada, caiu enquanto tomava banho de piscina com a irmã, não é mesmo querida?
Suzi olhou com raiva, encarou a irmã mas não disse nada, Alice respondeu.
— Desculpe-me mamãe, prometo tomar mais cuidado.
O advogado olhou com desconfiança, Dora sorriu.
— Crianças.
Apontou o divã onde as garotas se sentaram.
— Podemos começar?
Perguntou ao advogado que assentiu, as testemunhas e um representante do cartório onde o documento havia sido registrado também aguardavam que o testamento fosse aberto.
— Se todos os interessados estão presentes farei agora a leitura do testamento de Bento Collin's Castelare
" Eu, Bento Collin's Castelare em perfeito juízo dos meus atos e entendimento, livre de qualquer coaçao e induzimento, deliberei por a próprio punho e com o auxílio de meu amigo e advogado de confiança ( Michael Kors) limitar a partilha dos bens adquiridos em meu nome durante a vida, sendo assim diante das presentes testemunhas, de meu testamenteiro a quem designei a leitura desse documento espero ter atendida a minha última vontade e desejo, sendo ela que Alice Collin's Lancaster e Suzane Collin's Castelare minhas filhas sejam as únicas herdeiras de todos os bem adquiridos em meu nome até a presente data, a partilha irá acontecer de forma exata onde ambas as partes recebam o montante de Cinquenta porcento cada de todo património descrito em inventário atualizado, A minha esposa Dora Bianchi Castelare não será dado nada além do que foi estipulado em nosso contrato previo de casamento, onde ambas as partes optaram por uma união fundada no regime de separação total de bens, Dora terá depositado em sua conta pessoal a ser decidida pela mesma até o fim de sua vida valores fixos que não excedam a quantia de três mil dólares.
Os olhos de Dora o encaravam em choque.
— Não entendo, ele não me deixou nada é isso?
O advogado sorriu.
— Três mil dólares é uma quantia significativamente razoável Senhora Collin's.
Dora bateu contra a mesma.
— Ele não pode fazer isso, sou a esposa dele.
O homem colocou sobre a mesa uma cópia do contrato de casamento, Dora olhou com ódio, havia esquecido desse detalhe, na época que se uniu a Bento, no intuito de mostrar que não era uma caça dotes interesseira cumpriu com todas as cláusulas exigidas por ele para contrair matrimónio.
— Isso é uma palhaçada, vamos meninas, eu Irei contestar esse testamento.
— Sugiro que não faça isso senhora, caso contrário terei que anexar ao processo algumas informações adquiridas pelo meu pessoal nos últimos meses.
Dora olhou atentamente fotos comprometedoras dela e Oliver serem espalhadas sobre a mesa, Suzane e Alice fitavam tudo em silêncio, o advogado se aproximou, tocou o braço das garotas trazendo para perto.
— O que está fazendo? Não contestar o testamento tudo bem, mas minhas filhas são menores de idade, sou a tutora delas .
— Estava tão distraída com o choque de perder o dinheiro de meu amigo Bento que sequer prestou atenção nas palavras que foram ditas, Alice Collin's Lancaster.
— Castelare.
— Lancaster.
O advogado riu.
— Alice, com a autorização do pai é agora uma mulher casada, tudo ficou previamente acertado para que quando completasse dezessete anos a mesma fosse emancipada e que assim pudesse contrair matrimónio com quem desejasse.
— Matrimónio? Essa inútil nem mesmo sai de casa, como diabos encontraria um marido? Alice, Suzane, venham vamos embora.
Alice já andava em sua direção quando Suzi tocou o braço dela.
— Não, olhe para mim.
Alice olhou.
— Papai era um homem bom, inteligente e ele sabia bem o que estava fazendo Alice, confie na decisão dele.
— Seu marido é um amigo de confiança de Bento criança.
O advogado completou.
— Alice.
Dora gritou, Suzi andou até a mãe, foi agarrada com força.
— E quanto a minha irmã?
Alice perguntou
— Sinto muito, diferente de você Suzi está registada no nome de Dora Collins Bianchi, ficará sobre os cuidados dela até completar a idade necessária para administrar o dinheiro sozinha.
Alice a olhou com pena.
— Fique tranquila, vou acompanhar de perto as coisas agora, como foi decidido por Dora e Bento alguns anos atrás ela só deve sair do internato quando completar 18 anos, não acho que sua madrasta irá tentar mudar o combinado, de certo não deseja mais problemas.
— Vou ficar bem.
Suzi sussurou, foi beliscada com força por Dora.
— Vamos Alice.
Dora gritou.
— Não.
Susi implorou, Alice deu um passo para trás ficando ao lado do advogado.
— Um dos meus assistentes está esperando em minha sala, irá levá-la até seu marido, fez uma ótima escolha criança.
Dora rosnou para ela.
— Vai me pagar caro desgraçada.
Arrastou Suzi para fora enquanto Alice chorava.
— Vai ficar tudo bem.
O advogado a abraçou, Alice se encolheu, não estava acostumada com demonstrações de afeto.
— Vamos preparar suas coisas, viaja hoje mesmo para o Texas.
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Atualizado até capítulo 65
Comments
Luciana Martins
Alice apesar do sofrimento mostrou firme a sua decisão,mesmo sabendo estar casada cm.um desconhecido. Tomara que ela se transforme em uma mulher forte que não abaixe a cabeça para ninguém
2025-06-06
3
Carla Santos
Eita Alice mesmo com sua dor e tristeza ela é uma pessoa adorável amável como queria que ela fosse mas ousada audaciosa maliciosa com as pessoas que querem fazer o mal a ela
2025-06-01
3
Carolina Luz
sábio Bento fiquei triste por Susi ainda bem que ela sabe se defender melhor que Alice 😥
2025-05-29
1