Capítulo 3 — Primeiras Moedas, Primeiros Passos
O sol ainda estava baixo quando Nio e Eliza seguiram viagem. Caminharam por cerca de uma hora, seguindo a trilha natural deixada por animais entre as árvores. A floresta começava a clarear à frente, e logo avistaram os primeiros sinais de civilização: cercas de madeira, campos arados e, mais adiante, casas simples com telhados de palha. Um vilarejo humano.
— Pai... Será que vão nos aceitar aqui? — perguntou Eliza, ajeitando os cabelos brancos que brilhavam sob o sol.
— Vamos descobrir agora. Fique perto.
Ao se aproximarem, um guarda com armadura de couro, lança na mão e expressão desconfiada os parou.
— Forasteiros, hein? De onde vêm?
— De longe... estamos apenas procurando abrigo e trabalho. Tenho três peixes grandes comigo, não temos moedas. Pode nos ajudar?
O guarda, após uma breve análise dos dois, assentiu com a cabeça e apontou com o polegar por sobre o ombro.
— O bar do Velho Brann costuma comprar peixe pra servir. É ali, perto da praça. Talvez ele tenha algum trabalho também. Mas não esperem muito.
O tal “bar” era pequeno, de madeira escura, com poucas mesas e cheiro forte de temperos. Nada parecido com um restaurante de cidade grande, mas aconchegante. Brann, um homem gordo, careca e de bigode grosso, os recebeu com desconfiança.
— Três peixes desses... 20 quilos cada, hein? Dou duas moedas de bronze.
Nio nem discutiu. Não sabia o valor da moeda, nem se o peixe valia mais.
— Fechado. E... por acaso está precisando de ajuda? Trabalho mesmo. Posso fazer qualquer coisa.
Brann coçou o queixo.
— Sabe cozinhar?
— Sim. E minha filha pode ajudar servindo, se precisar.
— Tá feito então. Vamos ver o que sabem fazer.
Naquela tarde, Nio foi para os fundos, onde preparou peixe grelhado com ervas locais que nem sabia o nome — mas seus instintos guiavam suas mãos. Enquanto isso, Eliza circulava entre as mesas com sorrisos gentis, servindo pratos e limpando canecas de barro com uma graça que encantou os fregueses.
Ao final do dia, Brann entregou a Nio uma única moeda de prata.
— Não é muito, mas é justo. Vocês trabalharam bem. Agora vão descansar.
— Conhece um lugar onde possamos dormir? Com comida, se possível.
Brann indicou uma pequena hospedaria perto dali. O dono cobrou duas moedas de bronze pela diária com refeição — justo, segundo ele.
Naquela noite, enquanto Eliza dormia tranquila em um colchão de palha, Nio ficou sentado perto da janela, pensativo. O bar era bom, mas não seria o suficiente. Precisavam entender aquele mundo.
Na manhã seguinte, ao perguntar à dona da hospedaria sobre livros, ela suspirou e pegou um velho volume empoeirado.
— Não temos biblioteca, só esse aqui. É um livro escolar antigo. Pode ler, se quiser.
Ele mergulhou nas páginas com avidez. As palavras eram estranhas, mas fáceis de entender, como se algo dentro dele o ajudasse. Descobriu que o sistema monetário era assim:
10 moedas de cobre \= 1 bronze
10 bronzes \= 1 prata
10 pratas \= 1 ouro
10 ouros \= 1 Trax
E acima de todas... a moeda sagrada: 1 Elyndra.
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Atualizado até capítulo 74
Comments
Silva Writer
Eles arrumaram um trabalho
mas será que o salário é mesmo justo? 👀
Sei não ...
Capítulo bem bom, me lembra uma vibe RPG onde os personagens vão fazendo tarefas e adquirindo moedas e level up's
2025-05-27
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