Kael mal teve tempo de processar a missão antes que Lyra o puxasse pelo braço, arrastando-o para fora da sala do Conselho. Sua mente estava girando com as implicações. Ele tinha acabado de chegar a Kallion, mal sabia como controlar seus poderes, e agora esperavam que ele participasse de uma missão arriscada?
“Você não parece muito animado,” Lyra comentou enquanto caminhavam pelos corredores em direção ao hangar.
Kael bufou. “Animado? Eu sou um mecânico, Lyra, não um soldado. E, honestamente, ainda não sei o que estou fazendo aqui.”
“Você está aqui porque tem algo que o Império teme,” disse Lyra, parando para encará-lo. “Seus poderes são raros, Kael. Eles não surgem à toa. Você precisa aprender a usá-los, ou será esmagado pela guerra que está vindo. Não há escolha.”
Kael respirou fundo, tentando absorver aquelas palavras. Ele sabia que Lyra tinha razão, mas isso não tornava as coisas mais fáceis.
“Quem mais vai nessa missão?” ele perguntou finalmente.
“Vou te apresentar ao time agora mesmo,” respondeu Lyra, empurrando uma porta que levava ao hangar principal.
O hangar estava cheio de atividade. Naves de todos os tamanhos estavam sendo preparadas, enquanto mecânicos e pilotos corriam para garantir que tudo estivesse pronto para o próximo combate. Lyra guiou Kael até uma nave média com um design robusto e blindado.
“Esta é a Aquila,” disse Lyra. “E esta é sua equipe.”
Um homem alto com cabelo desgrenhado e um sorriso presunçoso foi o primeiro a se aproximar. Ele usava um casaco de couro e carregava duas pistolas laser em coldres nos quadris.
“Darren,” disse ele, estendendo a mão para Kael. “Especialista em infiltração e um dos melhores atiradores desta galáxia. Ou pelo menos é o que eu gosto de pensar.”
Kael apertou sua mão, um pouco hesitante. “Kael. Mecânico... e, aparentemente, Portador.”
Darren deu uma risada. “Portador, hein? Espero que você consiga fazer mais do que explodir coisas aleatoriamente.”
“Dê um tempo a ele, Darren,” disse uma voz feminina. Uma mulher de pele verde-clara e olhos dourados aproximou-se, carregando um rifle de precisão. “Sou Zara. Reconhecimento e suporte tático. E não se preocupe, Kael. Todos começam em algum lugar.”
Por fim, um alienígena robusto com braços musculosos cobertos de escamas douradas deu um passo à frente. Ele tinha quase dois metros de altura e usava uma armadura pesada.
“Meu nome é Khorlak,” disse ele, sua voz grave ressoando. “Sou o tanque da equipe. Quando você estiver em perigo, fique atrás de mim.”
Kael tentou esconder seu nervosismo enquanto cumprimentava Khorlak. Ele sabia que estava fora de sua zona de conforto, mas algo no grupo o fazia sentir que, talvez, pudesse confiar neles.
A equipe se reuniu ao redor de uma mesa holográfica dentro da Aquila. Um mapa estelar foi projetado, mostrando um planeta dominado por uma mancha vermelha pulsante.
“O planeta é Zenth-4,” explicou Lyra. “Uma antiga colônia industrial agora controlada pelo Império. Nosso alvo é o Dr. Elias Renard, um cientista que trabalhava para o Império, mas desertou ao descobrir seus verdadeiros planos.”
“Por que ele é tão importante?” perguntou Kael.
“Porque Renard desenvolveu uma tecnologia capaz de anular os poderes de Portadores,” disse Lyra. “Se o Império usar isso em larga escala, será o fim da resistência.”
Zara inclinou-se para o holograma. “E onde ele está agora?”
“Renard está escondido em um setor abandonado da colônia,” continuou Lyra. “Mas o Império está patrulhando a área. Teremos que entrar e sair antes que eles percebam.”
“E se perceberem?” perguntou Kael, tentando ignorar a ansiedade crescendo em seu peito.
“Então lutamos,” respondeu Khorlak com um sorriso confiante.
Chegada a Zenth-4
A viagem até Zenth-4 foi tensa, mas relativamente tranquila. Quando a Aquila entrou na órbita do planeta, Kael observou a paisagem devastada pela indústria. Prédios abandonados e fábricas gigantescas dominavam a superfície, enquanto chamas esporádicas saíam de chaminés ainda ativas.
“Que lugar deprimente,” comentou Darren, ajustando suas pistolas.
“E perigoso,” acrescentou Zara, apontando para os drones que patrulhavam o céu. “Precisamos evitar ser detectados.”
Lyra pousou a nave em uma clareira escondida entre os destroços de uma antiga fábrica. Assim que desembarcaram, Kael sentiu o ar pesado e tóxico. Ele ajustou o filtro em sua máscara respiratória, seguindo o grupo pela paisagem sombria.
Zara liderava o caminho, usando dispositivos para desativar armadilhas e evitar os drones de vigilância. O ambiente era silencioso, exceto pelo som de passos e o ocasional ruído metálico à distância.
“Algo está errado,” disse Khorlak, parando de repente.
Antes que alguém pudesse perguntar o que era, uma explosão ecoou à frente, seguida por tiros de energia.
“Fomos descobertos!” gritou Darren, puxando suas pistolas.
Soldados do Império surgiram de todos os lados, usando armaduras negras e armas avançadas. Kael sentiu o pânico subir, mas Khorlak avançou, usando sua armadura pesada para bloquear os disparos.
“Kael, fique atrás de mim!” gritou Lyra, disparando com sua arma de pulso.
Kael tentou se concentrar, mas sua mente estava uma confusão de medo e adrenalina. Ele viu Darren e Zara lutando com precisão, enquanto Khorlak derrubava os inimigos com sua força bruta.
“Kael!” gritou Lyra novamente. “Use seus poderes!”
Kael respirou fundo e tentou se concentrar no que havia aprendido na simulação. Ele levantou as mãos, sentindo a energia fluir. Quando os soldados avançaram, ele liberou uma onda gravitacional que os jogou contra as paredes de metal, incapacitando-os.
“Isso aí, garoto!” gritou Darren, enquanto continuava a atirar.
O grupo conseguiu repelir os soldados, mas sabiam que não tinham muito tempo antes de mais reforços chegarem.
“Rápido!” disse Lyra. “O esconderijo do Dr. Renard fica logo à frente!”
Eles chegaram a uma sala escondida dentro de uma fábrica em ruínas. Um homem magro e nervoso estava lá, segurando uma mala cheia de dispositivos estranhos.
“Vocês vieram,” disse ele, aliviado. “Eu pensei que o Império fosse me pegar antes.”
“Não temos tempo para explicações,” disse Lyra. “Pegue suas coisas e vamos sair daqui.”
Renard hesitou, olhando para Kael. “Você é um Portador?”
Kael assentiu.
“Então você é a chave para derrotar o Império,” disse Renard. “Mas você ainda não entende o que está em jogo. Eles têm um plano... algo muito pior do que qualquer um imagina.”
“Podemos discutir isso depois,” disse Darren, impaciente. “Agora precisamos sair antes que sejamos cercados.”
O grupo começou a recuar, mas Kael sentiu que algo estava errado. Ele olhou para Renard, vendo o medo em seus olhos.
“Do que você está falando?” perguntou Kael.
“O Império não quer apenas controlar os Portadores,” respondeu Renard. “Eles querem eliminar toda a resistência... destruindo planetas inteiros.”
As palavras de Renard ecoaram na mente de Kael enquanto eles corriam de volta para a nave. O peso da missão ficou ainda mais claro: essa não era apenas uma luta por Kallion, mas por toda a galáxia.
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Atualizado até capítulo 50
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