O Ex Namorado da Minha Irmã
Eu nunca fui do tipo que se mete em encrenca. Sempre levei uma vida tranquila, na minha. Observador, discreto, meio na minha bolha... Pelo menos, era isso que eu acreditava. Até ele cruzar o meu caminho e virar tudo do avesso.
O nome dele? Leo.
O problema? Ele era, simplesmente, namorado da minha irmã, Jaidee.
Lembro até hoje do jeito que tudo começou. A Jaidee chegou em casa com aquele sorriso bobo no rosto, toda empolgada, dizendo que queria me apresentar alguém muito especial. Eu, sinceramente, nem me importei tanto. Relacionamento dela, escolhas dela, problemas dela. Apenas dei de ombros, peguei meu celular e continuei no meu mundinho, como sempre fazia.
Até que a campainha tocou.
Me levantei meio sem vontade, arrastando os pés, achando que seria só mais um cara qualquer. Mas... quando abri a porta, percebi, no mesmo instante, que estava redondamente enganado.
Ali, parado na minha frente, estava ele.
Alto, ombros largos, braços tatuados que pareciam contar histórias que eu nunca ia ter coragem de perguntar. O maxilar bem marcado, barba por fazer, aquele olhar meio preguiçoso, meio malicioso... e, de alguma forma, absurdamente hipnotizante. Ele me encarava como se pudesse me ler, me despir, me entender, tudo isso sem precisar abrir a boca. E quando sorriu — aquele sorriso meio torto, meio convencido, meio safado — meu estômago simplesmente virou do avesso.
Na hora, meu instinto foi me proteger. Arme a defesa, Louis. Fingi desinteresse. Abaixei o olhar. Fingi que aquele frio repentino na barriga era só... sei lá, fome. Ou imaginação.
Ele estendeu a mão, segura, firme, quente. Apertou a minha com mais força do que precisava, olhando fundo nos meus olhos. Por tempo demais. Mais do que seria socialmente aceitável. Mais do que qualquer cunhado deveria olhar.
— Louis, né? Jaidee falou bastante de você. — disse, com aquela voz grave, arrastada, com um tom que parecia provocar sem nem se esforçar.
— É... prazer. — respondi, forçando um sorriso, desviando o olhar, completamente desconcertado... e, pra minha vergonha, também completamente aceso.
Tentei ignorar quando percebi — sim, eu percebi — que ele me olhou dos pés à cabeça. Lento, descarado. E o pior? O pior foi que meu corpo reagiu. Um arrepio subiu pela minha espinha, e minha pele pareceu pegar fogo.
Nos dias seguintes, eu pensei que aquilo fosse uma coisa isolada. Uma impressão boba. Uma paranoia da minha cabeça. Só que não. Ele começou a aparecer cada vez mais lá em casa. E, contra tudo que eu tentei convencer a mim mesmo... eu comecei a gostar da presença dele.
O Leo era daquele tipo que enche qualquer ambiente só de estar ali. Tinha um humor ácido, inteligente, afiado, que me arrancava risadas mesmo quando eu não queria. Sabia exatamente como provocar. Como me deixar desconfortável, sem jeito... e, pior, parecia se divertir com isso. Cada olhar, cada toque aparentemente casual — uma mão no meu ombro, um esbarrão proposital, aquele sorriso meio de canto quando percebia que eu tava vermelho. Era como se ele soubesse exatamente o efeito que causava em mim.
E, a cada vez que ele ria pra mim, que segurava meu olhar por segundos a mais, que encurtava a distância entre nossos corpos, meu cérebro gritava "não", mas meu corpo... meu corpo gritava "sim". E alto. Alto demais.
Por que, Deus, por que... logo ele?
E foi assim. Nesse jogo perigoso, silencioso, cheio de olhares que diziam mais do que qualquer palavra. Até o dia em que tudo... simplesmente... mudou.
A briga dele com a minha irmã foi feia. Horrível. Eu ouvi tudo. Gritos. Portas batendo. Palavras pesadas, coisas que eu queria não ter ouvido nunca. No fim, a Jaidee saiu de casa aos prantos, batendo a porta tão forte que parecia que ela queria arrancar a casa inteira do lugar.
O silêncio que ficou depois foi ensurdecedor.
Até que, duas horas depois, meu celular vibrou. Mensagem dele.
"Tá afim de beber? Tô precisando esquecer umas merdas."
Naquele momento, eu devia ter respirado fundo. Devia ter ignorado. Ter apagado a mensagem. Ter lembrado de todas as razões pelas quais aquilo era errado, absurdo, proibido.
Mas eu não fiz.
Não consegui.
E, quando percebi, já estava sentado no banco alto de um bar meio qualquer, com um copo de whisky na mão e ele — aquele homem que bagunçava cada centímetro da minha sanidade — sentado do meu lado.
O cheiro dele me invadiu antes mesmo da bebida chegar. Uma mistura de perfume amadeirado, couro, cigarro... e testosterona pura. E, pra completar o caos interno, ele tava ainda mais bonito do que de costume. Camiseta preta justa, braços tatuados à mostra, aquele cabelo bagunçado como quem acabou de acordar — ou de fazer alguma besteira — e aquele sorriso... ah, aquele sorriso.
— Você tá diferente hoje... — ele disse, olhando direto pra minha boca, como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo. — Tá me olhando demais.
Senti meu rosto queimar. — Você tá bêbado. — murmurei, numa tentativa patética de parecer no controle.
— Tô. — Ele riu, encostando mais perto. — E você também. Mas... isso não explica isso aqui. — Ele deslizou a mão até meu joelho, apertando, subindo devagar, firme, até minha coxa.
O ar simplesmente sumiu dos meus pulmões. Meu coração disparou, e, como se meu corpo não pertencesse mais a mim, meu pau endureceu no mesmo segundo. Uma reação tão imediata, tão desgraçadamente automática, que quase me fez rir de nervoso.
Eu devia ter empurrado. Devia ter me afastado. Mas não consegui. Só fiquei ali, paralisado, respirando pesado, tremendo, assistindo aquilo acontecer como se eu fosse só espectador do meu próprio corpo.
Ele chegou mais perto. Tão perto que eu sentia o calor da respiração dele bater no meu rosto. Os olhos dele brilhavam, carregados de desejo, de provocação... de algo que, até então, a gente fingia que não existia, mas que sempre esteve ali.
— Fala pra eu parar... — ele sussurrou, voz rouca, quase um gemido. — Só fala... se você quiser.
Mas eu não falei.
Eu não consegui.
E, no segundo seguinte, ele me beijou. E, meu Deus, que beijo. Não foi um beijo qualquer. Foi um beijo urgente, desesperado, bruto. Um beijo cheio de desejo reprimido, de tensão acumulada, de tudo aquilo que a gente fingiu não querer, mas queria. Muito. Desde sempre.
As mãos dele seguraram minha nuca, me puxando com força, enquanto a outra desceu pro meu quadril, apertando, colando nossos corpos. E, quando eu senti o volume duro na calça dele roçando no meu, que também latejava, pulsando, implorando por mais... eu soube. Soube que não tinha mais volta.
Ele mordeu meu lábio, respirando pesado, e sussurrou no meu ouvido:
— Vem comigo. Agora.
— Pra onde? — perguntei, sem fôlego, sem racionalidade, sem nada além do caos que ele tinha se tornado pra mim.
Ele sorriu, daquele jeito sacana, que parecia prometer tudo e mais um pouco.
— Pra onde eu puder te foder.
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Atualizado até capítulo 20
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