A Noite das Máscaras

O convite chegou por acaso, ou talvez por alguma ironia do destino.

Heather Banks, a garota mais popular da escola . Loira, risonha, sempre rodeada de gente ,esbarrou com Hanna no corredor da enfermaria e, com um sorriso carregado de intenções, entregou-lhe um pedaço de papel rosa com letras prateadas: “Festa de Halloween antecipada na casa do lago. Sexta. Traga sua máscara." 

Hanna quase devolveu. Aquilo não fazia seu estilo..

Na sexta-feira à noite, ela vestiu um vestido preto que encontrou no fundo do armário da mãe, de quando ela tinha “sua fase dark”, como dizia. Maquiou os olhos com lápis escuro, passou batom vinho e colocou uma máscara de renda que cobria metade do rosto.

Por fim, prendeu os cabelos em um coque alto, deixando algumas mechas caírem de propósito. Estava linda, mas estranha. Como se vestisse a versão futura de si mesma.

A casa do lago era uma mansão de madeira antiga, cercada por árvores altas e iluminada por tochas improvisadas e luzes coloridas piscando do lado de dentro.

A música pulsava ,sintetizadores, batidas eletrônicas e gritos abafados de adolescentes.

Hanna se sentia deslocada... até vê-lo.

Pensa "Jared."

Encostado na varanda dos fundos, com uma máscara branca que cobria o rosto inteiro e um casaco longo, ele parecia uma pintura inacabada. Só os olhos estavam visíveis: escuros, intensos, buscando algo. Buscando ela.

Quando seus olhares se cruzaram, o tempo pareceu desacelerar. Ela atravessou a multidão como se flutuasse, guiada pela música e por algo maior. Quando chegou perto, ele tirou a máscara devagar.

Jared: " Eu sabia que você viria. "

Hanna: " Achei que não fosse seu tipo de festa."

Jared: " Não é. Mas eu vim por uma razão."

Hanna: " Qual? "

Ele a olhou nos olhos, e pela primeira vez, Hanna sentiu como se ele estivesse vendo através dela.

Jared: " Porque você estaria aqui."

Ficaram em silêncio por um momento. A música agora era “Love Will Tear Us Apart”, e ecoava como um feitiço no ar.

Jared: " Quer fugir daqui? "

Ela apenas assentiu.

Ele a guiou por um corredor escuro, por entre cortinas e quadros velhos, até chegarem a um jardim abandonado nos fundos da mansão. Havia uma estufa de vidro rachado e bancos de pedra cobertos de musgo.

O luar escorria sobre as flores mortas como prata líquida.

Ali, distantes da festa, Jared tirou algo do bolso: uma pequena fita cassete.

Jared: " Trouxe isso pra você. É uma compilação só com músicas que me fazem pensar em você. Chamei de Lady Cooper Vol. I."

Ela segurou a fita com as mãos tremendo. O gesto era tão simples... e devastador.

Hanna: " Ninguém nunca fez algo assim por mim. "

Jared: " Você é especial...".

O silêncio caiu como um véu.

Então ele deu um passo à frente.

Jared: " Posso...? "

Ela não respondeu com palavras. Só ergueu o rosto. Ele tocou seu queixo com suavidade, como quem acorda uma flor, e a beijou.

O beijo foi lento. Escuro como a noite. Doce como pecado.

Um trovão distante ecoou na floresta, como se o próprio mundo respondesse ao toque deles.

Quando os lábios se afastaram, ela sentiu um arrepio profundo, mas não de frio. Algo havia mudado. Dentro dela. Entre eles. No ar.

Hanna: " Você sente isso? "

Jared: " Sim. Como se a realidade estivesse prestes a rachar."

E naquele instante, de alguma parte da floresta, algo realmente se moveu.

Mas eles não viram. Ainda não.

Porque estavam perdidos um no outro.

No beijo que selava não só o início do amor… mas também o começo da maldição.

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