O Condenado - Romance Dark
Querido leitor,
Antes de começar a leitura das páginas desta obra, é importante que você saiba: este livro aborda temas muito sensíveis e perturbadores. Ao longo da narrativa, são tratados assuntos como assassinato, violência física, sexual e psicológica. Cada elemento aqui foi construído com o cuidado necessário para retratar a complexidade da mente humana e os impactos profundos que o trauma pode causar. Isso se trata é claro de uma ficção entretanto os personagens foram baseados em pessoas reais a essas eu peço minhas sinceras desculpas.
Essa é uma leitura pesada. É uma jornada sombria, intensa e, por vezes, desconfortável — mas necessária para compreendermos as cicatrizes que certos horrores deixam em uma pessoa. Se em algum momento você sentir que precisa pausar, respeite esse sentimento. A leitura deve ser sempre um espaço seguro, mesmo quando transitamos por caminhos obscuros.
Agradeço profundamente por escolher esta história. Seu apoio é essencial. Espero que, mesmo entre as sombras, você encontre aqui algo que o faça refletir, sentir e — de algum modo — compreender melhor as dores e resistências humanas.
Atenciosamente, Karen Abreu
Sem mais delongas vamos começar:
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Naquele dia nublado, Andréa chegou mais cedo. Apesar da complexidade da tarefa para a qual fora designada, demonstrava tranquilidade. Carregava, sob o braço direito, pesadas pastas pretas. O tribunal havia apostado alto - ela era a última tentativa, a carta na manga para entrar na mente do temido serial killer Dante Navarro e, finalmente, montar as peças que faltavam do quebra-cabeça. Condená-lo à cadeira elétrica ou à prisão perpétua em um sanatório de segurança máxima era o objetivo.
Afrodescendente, firme e experiente, Andréa conhecia bem o sistema penitenciário. Já estivera ali muitas vezes. Cumprimentava os guardas pelo nome, sabia quem eram, conhecia até suas famílias.
Antes de se dirigir à sala de interrogatório, passou pela sala de vídeo. Pediu para ver as imagens das câmeras de segurança. Queria observar o homem que a aguardava.
Lá estava ele: algemado nos pés e nas mãos, apoiadas sobre a mesa metálica. Encarava fixamente a câmera, como se soubesse que estava sendo vigiado. Como se soubesse que Andréa já havia chegado.
- Bom dia, doutora - cumprimentou o segurança.
- Bom dia, Charles - respondeu ela, sem tirar os olhos da tela.
- Já analisou os crimes? - perguntou ele, com ar de desprezo. - Esse cara é um psicopata maluco. Homens assim deveriam sofrer, ser torturados até morrer. Desde que chegou, foi direto pra solitária. Isso é ridículo.
Andréa permaneceu indiferente aos comentários.
- Obrigada pelas imagens, Charles - cortou o assunto, profissional. - Pode pedir para trazerem dois cafés, por favor?
- Mas doutora...
- Por favor, Charles - disse, saindo da sala antes que ele concluísse.
Vestindo um terno feminino escuro, ela entrou na sala de interrogatório. Encontrou o homem: ruivo, de olhos fundos e sombrios, com olheiras marcadas. Ele a observava como um predador faminto encara sua presa.
- Uma mulher bonita - comentou, vendo-a sentar-se. - Isso é uma novidade...
- Bom dia, senhor - ignorou o elogio. Sabia que era uma tática de intimidação. - Meu nome é Andréa Moura, sou psiquiatra forense e vou avaliá-lo. Esta conversa - disse, colocando um gravador sobre a mesa - será gravada. Está ciente disso?
- Vai me avaliar? - o desdém era nítido. - Não acho que você seja qualificada pra isso.
- Tenho uma carreira longa, fui responsável por dezenas de casos como este - respondeu com firmeza. Não se intimidava. Isso chamou a atenção de Dante, que esboçou um sorriso malicioso. - E não é você quem decide se sou boa o suficiente. É o tribunal.
Charles entrou na sala, colocando dois copos de café sobre a mesa.
- Obrigada - disse Andréa, balançando a cabeça. - Aceita? - ofereceu ao prisioneiro.
- Sim... - ele pareceu surpreso. - É permitido isso? Me oferecer café?
- Não seria educado se eu tomasse café e não oferecesse - respondeu com naturalidade.
- Então... obrigado - disse, tomando um gole.
- Vamos começar. Nome e idade?
- Dante Navarro, 28 anos.
- Cidade onde morava?
- Não precisa ser tão formal, linda. - Sorriu, tomando mais um gole. - Morava em Nova York.
- Está ciente de que está aqui por ser acusado de múltiplos assassinatos?
- Sou inocente até que se prove o contrário - respondeu com sarcasmo. Cruzou os braços sobre a mesa e apoiou o queixo nas mãos.
Andréa espalhou algumas fotos diante dele.
— O que vê nessas imagens?
- Mulheres jovens e bonitas - sua voz rouca ecoou no ambiente.
- Mulheres jovens e bonitas que você estuprou, torturou e matou. Loiras, negras, asiáticas. De 18 a 28 anos. Esse é o seu perfil de vítima.
Seus olhos castanhos brilharam de raiva, intensificando a tensão.
- Parece que sim... - disse Dante, inclinando-se sobre a mesa. - E você faz bem o meu tipo.
- Você é um sádico sexual. As análises apontam que sente excitação ao matar. Concorda com isso?
Os olhares se cruzaram.
- Eu gosto da sensação de poder - murmurou, sorrindo com perversidade.
- Deve estar sendo difícil então... estar diante de uma mulher como eu e saber que não tem nenhum poder aqui. - Ela manteve a expressão firme. - O poder é meu. Eu decidirei se você vive... ou morre.
- Interessante - sussurrou, com olhos maldosos percorrendo seu corpo. Engoliu seco ao imaginá-la. - E já decidiu?
- Ainda tenho muitas sessões pela frente. - Dante revirou os olhos, frustrado. - Mas tem algo que pode te ajudar...
- E o que seria? - perguntou ele.
Andréa espalhou novas imagens sobre a mesa: fotos das cenas do crime.
- As vítimas foram decapitadas com uma machadinha - apontou.
- Um machado - corrigiu, erguendo o dedo com precisão.
- Você as guarda... como troféus?
- Lembranças. Não troféus - corrigiu novamente.
- Enfim... eu quero saber onde estão.
- E o que ganho ao te contar isso?
- O que você quer? - irritou-se. Isso só o excitou mais.
— Se está disposta a me dar qualquer coisa... quero algo simples.
- Peça logo!
- Calma - disse com um sorriso pretensioso, reparando cada detalhe do rosto dela. - Eu quero... você..
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Atualizado até capítulo 41
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