Família Ferrari Volume.9 Dayana Fogo e Sangue
Enquanto Luciana orientava Eleonora, as gêmeas foram chamadas até a entrada para receber um entregador. Daniela, distraída, assinou rapidamente o comprovante sem prestar atenção. O homem não usava uniforme de nenhuma empresa conhecida, mas ela não se incomodou — até abrir a sacola branca.
Dentro, repousava uma caixa preta com um laço dourado.
Dayana, sempre alerta, se aproximou, curiosa. Daniela desfez o laço com cuidado. Dentro da primeira, havia outra caixa — menor, aveludada.
O coração de Daniela disparou.
— Dio mio, Daya… — sussurrou, ofegante. — É dele. O homem do leilão. Ele mandou isso pra mim.
— E como você não sabe quem ele é, nem tem como devolver — concluiu Dayana, preocupada. — Isso tá indo longe demais, Dani. A gente precisa falar com o Arthur. Isso não pode continuar.
Daniela ainda tentou argumentar, mas a irmã foi irredutível.
— O cara te manda um colar de dois milhões e meio como se fosse bombom. Isso é obsessão. Vamos agora pra LME. Se o Papa souber disso, pode passar mal!
— O Papa é forte, mas… — Daniela suspirou. — Tá certo. Vamos.
As duas entraram no carro, seguidas por um veículo de segurança. Ao chegarem na sede da LME, o movimento era intenso. Vários carros chegavam ao mesmo tempo. Elas se identificaram como irmãs de Arthur e pediram prioridade.
Assim que foram liberadas, os carros seguiram em comboio. Dayana saiu primeiro, tensa. A porta do carro ao lado se abriu e um homem acabou esbarrando nela com força.
Ela virou-se de imediato, levando a mão à arma presa na cintura, mas foi impedida de cair — ele a segurou firme.
— Me desculpa — disse o homem, em português, com um forte sotaque carioca.
Dayana congelou.
— Você é do Rio de Janeiro?
— Sim, carioca — confirmou ele, com um leve sorriso.
Ela não hesitou: sacou a arma e apontou diretamente para o rosto dele.
— Se veio atrás de confusão, encontrou. Se pensa que vai botar os pés aqui pra guerrear com meu irmão, tá muito enganado. Vai sair perdendo.
Os homens que o acompanhavam também puxaram as armas, mas Dayana não se moveu. Seu foco estava no líder.
— Vai atirar na minha cabeça? — ele sorriu, de canto. — Corajosa, hein?
— Os outros não me interessam. Mas você… parece ser o líder. Se eu te derrubar, o resto desaba. Eu protejo a minha família.
— Fascinante… — murmurou ele, mordendo levemente o lábio inferior.
Antes que a tensão explodisse, uma voz firme ecoou no pátio:
— O que está acontecendo aqui?
Arthur. Imponente, a simples presença dele silenciou tudo.
Soldados da LME já haviam cercado o local. Não havia para onde fugir.
— Ele é do Rio, Arthur! — Dayana ainda mantinha a arma em punho. — Veio caçar confusão. Talvez vingança! Estou protegendo a família!
Arthur se aproximou com calma, mas com autoridade.
— Abaixa a arma, Day. Ele veio pra uma reunião comigo. Tá tudo certo.
— Mas você não precisava estar desarmado. Eu tô aqui pra isso.
— Achei que ele fosse atacar… — ela murmurou, sem desviar os olhos do homem.
Arthur desviou o foco:
— O que vocês vieram fazer aqui?
— Precisamos conversar. É urgente — disse Dayana.
Arthur olhou para o homem à frente dela, depois para Felipe, seu primo de confiança.
— Fernando, vá com Felipe até a sala de reuniões. Já te encontro lá. Preciso falar com minhas irmãs.
Fernando assentiu e os soldados recuaram. Seus homens o seguiram sem questionar.
Arthur passou os braços pelas irmãs e os três seguiram lado a lado até sua sala.
Assim que a porta se fechou, ele encarou ambas.
— Agora, falem. O que aconteceu?
Daniela retirou a caixa de veludo da sacola e a estendeu.
— Isso chegou em casa hoje.
Arthur franziu o cenho.
— Aconteceu algo no leilão… — Daniela começou. — Eu me interessei por um colar de rubis. Dei um lance, mas alguém cobriu. O Papa tentou intervir, mas o comprador ofereceu dois milhões e meio. Eu recusei. Depois, um homem me abordou e me entregou o colar como presente… Disse que me imaginou usando só ele.
Arthur fechou os punhos com força.
— Eu recusei. Bati nele e disse que ia te chamar. Mas o Papa passou mal… eu não quis preocupá-lo. E agora, o colar apareceu em casa.
Arthur pegou a caixa. Seu olhar queimava de raiva.
— Isso é grave. Nenhuma de vocês sai mais sem segurança. E nada de aceitar presentes. O colar vai ficar retido. Vou mandar examinar. Também vou verificar as câmeras da ONG, listas de convidados, formas de pagamento. Descobrirei quem é esse homem.
— Você acha que ele pode ser perigoso? — perguntou Daniela, nervosa.
— Pode ser alguém tentando se infiltrar. E não quero o Papa envolvido. Se ele souber que vocês correm risco…
Arthur bateu na mesa com força.
— Droga! Vocês são minha família. Dani… você é minha irmã.
Ele se levantou.
— Fiquem aqui. Vou designar soldados de confiança pra levá-las de volta.
Arthur saiu. O silêncio tomou conta da sala.
Dayana encarou a irmã.
— Eu sabia que isso era perigoso. Devia ter me contado antes.
Ela se levantou e abriu a porta. No corredor, viu Fernando conversando com Felipe. Ao virar, ele cruzou o olhar com ela. Um leve sorriso surgiu em seus lábios.
— Algum problema comigo? — ele perguntou. — Só estou tentando entender como uma mulher tão linda consegue ser tão feroz.
— Não está acostumado com mulheres armadas?
— Aqui na Itália, não. Mas já sabia que as brasileiras eram fortes.
— Aqui somos treinadas. Somos Castellazzo Ferrari. Mulheres da nossa família usam mais a arma do que o batom.
Ele sorriu.
— Impressionante. Nunca achei que levar uma arma apontada pra mim fosse tão… interessante.
— Devia ter tremido de medo.
— Não tenho medo de nada, coração. Já vi a morte de perto.
— Aposto que nenhuma delas era tão perigosa quanto uma Castellazzo Ferrari.
Fernando deu um passo à frente, olhos fixos nela.
— Também posso ser bem perigoso. Se travássemos um duelo… quem sabe eu não saía vencedor?
— Se esse duelo acontecer, você não teria chance. Cai na primeira bala.
Ele riu, baixo.
— Mas me diz… o que um carioca tá fazendo aqui, justo quando estamos em guerra com o maior traficante do Rio?
— Você é uma mulher de negócios?
— Sou da família. Isso já me dá direito a saber de tudo.
— Você é boa em interrogatórios.
— Sou boa em muita coisa. Agora responde.
Fernando lançou um olhar intenso de cima a baixo.
— Já percebi.
Dayana entendeu a insinuação e revirou os olhos.
— Idiota.
Ela cruzou os braços. Foi então que Arthur voltou.
— Já providenciei os seguranças. Eles vão levar vocês.
Ele lançou um olhar a Fernando e Felipe.
A tensão ainda pairava no ar. Mas uma coisa era certa: aquele olhar entre Dayana e Fernando acendia algo novo — entre faíscas, ironia e atração.
Daniela sabia… aquilo era só o começo.
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Atualizado até capítulo 48
Comments
Marcia Gomes muchny
autora querida vc é demais sou apaixonada pelo seu livros 📚📚📚
2025-05-17
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Simone Silva
parabéns autora pelo seu livro ❤️
2025-05-18
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Marli Batista
Começando hoje 21/05/25
2025-05-22
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