Eloá estava furiosa. Depois de ver Arthur encarar Eduarda na hora do intervalo como se ela fosse a última garota da Terra, algo dentro dela quebrou. Não bastava ele ter se afastado dela sem explicação — agora estava dando atenção para uma novata, do primeiro ano?
Ela saiu da lanchonete como um furacão. Nem esperou as amigas falarem nada. Foi direto para o fundo da escola, onde costumavam ficar alguns meninos do terceiro ano que devem favores a ela.
Encontrou três deles sentados, jogando no celular.
— Preciso de vocês — disse, seca.
— O que você quer agora, Eloá? — disse um, rindo.
— Quero que deem um sustinho numa garota do primeiro ano. Mas nada demais... só o bastante pra ela entender com quem tá mexendo.
Os meninos se entreolharam, já acostumados com as crises de ciúmes de Eloá. Um deles sorriu torto.
— Nome?
— Eduarda.
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Depois de passar pelo banheiro, onde teve mais uma troca de farpas com Eloá, Eduarda voltou para a mesa com Catarina e Sofia como se nada tivesse acontecido. Riu, brincou, mexeu no celular. O rosto estava leve, mas por dentro ela já sentia que alguma coisa estava errada. Intuição.
O sinal bateu. Os alunos começaram a se levantar, indo para as salas. Mas antes que Eduarda pudesse se juntar às amigas, uma menina que ela mal conhecia apareceu.
— Eduarda?
— Oi?
— O Arthur tá te chamando atrás da escola. Disse que precisa falar com você urgente.
Eduarda franziu a testa.
— Atrás da escola? Por quê?
— Ele falou que não é nada romântico, nem cantada... é sério. Muito sério.
As amigas olharam, desconfiadas, mas Eduarda assentiu.
— Ok... já volto.
Ela seguiu pelo corredor. E, claro, no meio do caminho... Eloá.
Encostada na parede, braços cruzados, um olhar venenoso.
— Eu te avisei — disse ela, com um sorriso satisfeito.
Eduarda passou direto, mas respondeu por cima do ombro:
— E você devia ter ouvido quando eu disse que não me importo.
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Assim que chegou atrás da escola, Eduarda sentiu o clima mudar. O vento parecia mais frio. O lugar estava quieto demais.
E então eles apareceram. Três garotos grandes, fortes, com cara de que não estavam ali pra conversar.
— Cadê o Arthur? — ela perguntou, firme.
— Esquece o Arthur — disse um deles, já se aproximando. — Agora é a gente que vai conversar com você.
Eduarda deu um passo pra trás, o coração acelerando, mas o olhar não tremia.
Um deles tentou tocar seu rosto.
— Você é até mais bonita de perto... vai ser divertido.
No mesmo instante, outro a agarrou pelos braços por trás.
— Solta! — ela gritou, tentando se desvencilhar.
O primeiro sorriu.
— Vai gritar? Ninguém vai te ouvir aqui.
Foi a gota.
De repente, Eduarda girou o corpo com força, jogando o joelho para trás e acertando com precisão a virilha do garoto que a segurava. Ele soltou um grito e caiu de joelhos, ofegando.
O segundo tentou puxar ela pela cintura, mas Eduarda abaixou e deu um soco seco na lateral do joelho dele, seguido de um golpe com o cotovelo no queixo. O som foi seco, e ele caiu no chão como um saco de cimento.
O terceiro arregalou os olhos, incrédulo.
— Tá maluca?!
Ele correu pra cima dela.
Eduarda girou no lugar, desviou do ataque com facilidade, e acertou um soco na barriga dele, depois um chute lateral no peito. Ele caiu no chão com tudo, tossindo.
Ela estava ofegante, mas calma. Os três estavam caídos, grogues.
— É sério isso? — ela disse, olhando para os corpos no chão. — Isso que vocês chamam de ameaça?
ajeitou o cabelo, e saiu dali andando como se estivesse voltando de uma simples caminhada.
Mas por dentro, ela sabia: o jogo estava começando agora. E ninguém fazia ela de alvo sem enfrentar as consequências.
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Atualizado até capítulo 55
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