Eduarda caminhava pelos corredores com Catarina e Sofia. O prédio do ensino médio era novo pra ela — e bem maior que a escola antiga. Mas já se sentia em casa perto das amigas. Estavam falando da aula de química quando o trio foi interceptado.
— Oi meninas — disse Gabriel, se encostando na parede com o típico ar de descompromissado. — Catarina, a gente ainda vai competir naquele campeonato de perguntas, né?
— Claro! E eu vou ganhar de você de novo — ela respondeu com um sorriso desafiador.
Leo chegou logo atrás e lançou um olhar para Sofia.
— E aí, já preparou o cartaz pro nosso time? Ou vai torcer em silêncio?
Sofia cruzou os braços, com um sorriso no canto da boca.
— Vou torcer, sim. Mas só se você não fizer feio na quadra de novo.
A interação natural dos quatro não passou despercebida por Eduarda. Catarina e Sofia riam, jogavam charme e recebiam em troca. Ela, por outro lado, se sentia numa bolha. Até que ouviu uma voz familiar.
— Oi, distraída.
Era Arthur.
Ele surgiu ao lado dela no corredor, com aquele sorriso que parecia saber mais do que devia. As amigas se afastaram um pouco, ocupadas com os garotos e talvez deixando propositalmente os dois a sós.
— De novo com esse apelido? — Eduarda perguntou, erguendo uma sobrancelha.
— Gostei de como soa. Combina contigo. — Ele encostou no armário ao lado do dela. — Mas ainda não sei se você é tímida... ou só não caiu no meu charme mesmo.
— A segunda opção — respondeu, pegando os livros com calma.
Arthur riu, surpreso de novo. Ela era mesmo diferente.
— Você sempre é assim direta?
— Só quando percebo que estão tentando me impressionar.
Ele colocou a mão no peito, fingindo estar ferido.
— Dura, hein? Mas tudo bem. Eu gosto de desafios.
Eduarda fechou o armário e o encarou.
— Boa sorte então, Arthur do segundo ano.
E saiu andando.
Arthur ficou ali, olhando ela se afastar. Por dentro? Encantado.
Por fora? Tentando esconder.
Gabriel se aproximou, com um sorriso debochado.
— E aí, já caiu ou ainda tá em queda livre?
Arthur passou a mão no cabelo, sem tirar os olhos dela.
— Tô no meio do voo, irmão... e acho que nem tô com paraquedas.
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Na hora do intervalo, o grupo inteiro se encontrou perto das quadras. Catarina e Leo já estavam numa conversa mais íntima sobre música. Sofia mexia no celular, sentada na arquibancada, e Gabriel fazia malabarismos com uma bolinha de papel pra chamar atenção dela.
Eduarda observava tudo, tentando entender o que exatamente estava acontecendo. Não era como se ela tivesse ciúmes, mas ver suas amigas se entrosando tão rápido com aqueles dois — que claramente eram próximos de Arthur — a deixava com uma sensação estranha. Isolada? Talvez.
Arthur se sentou ao lado dela, com um copo de suco.
— Pra você — disse, estendendo. — Laranja, sem açúcar. Te vi tomando isso ontem.
Ela aceitou, hesitante.
— Você observa muito, não?
— Só o que me interessa.
Ela tomou um gole e desviou o olhar.
— Você não cansa fácil, né?
Arthur deu um sorriso pequeno.
— Não quando alguém me deixa curioso.
Ela respirou fundo. Talvez ele não fosse só charme. Talvez tivesse algo ali... mais profundo, mais verdadeiro. Mas ela não ia se entregar tão fácil. Não ainda.
E ele... estava adorando isso.
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Atualizado até capítulo 55
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Ana Patrícia de Lima Neves
/Drool/
2025-05-30
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