Um Amor Inesperado
O barulho do freio do escolar ecoou como todos os dias na calçada da escola estadual Joaquim Nogueira. Eduarda subiu os degraus com passos leves, os fones nos ouvidos e o rosto parcialmente escondido pelo moletom grande demais. Ela escolheu o assento de sempre, bem no meio, do lado da janela, e jogou sua mochila no colo, deixando o zíper meio aberto.
Na correria da manhã, não notou que a garrafinha de água tinha ficado quase caindo, e a carteira estava à mostra. O ônibus foi enchendo com o som de vozes, risadas e gente disputando lugar. Foi quando Arthur entrou.
O segundo ano inteiro parecia girar ao redor dele. Era o tipo de garoto que todo mundo conhecia, não apenas por ser bonito — alto, moreno, sorriso fácil — mas também pelo jeito espontâneo e aquele toque charmoso de quem sabe o efeito que causa.
Ele ia passando por entre os bancos quando notou a mochila aberta no colo de Eduarda. Ela nem percebeu, distraída no mundo da própria playlist.
Arthur se abaixou, puxou o zíper com cuidado e disse, com um meio sorriso:
— Cuidado, pequena distraída... não quer perder suas coisas, né?
Eduarda tirou um fone e olhou pra ele, sem grandes reações. Só disse:
— Obrigada.
E voltou a olhar pela janela.
Arthur piscou, surpreso. Nada de risinho tímido, nem bochechas coradas. Nenhuma tentativa de puxar conversa. Só um obrigado seco.
— “Pequena distraída”, eu mandei apelido fofo! — ele pensou, voltando a andar no corredor do ônibus com uma expressão de choque.
Dois garotos mais atrás, Leo e Gabriel, que também estavam no segundo ano e eram seus parceiros de zueira, viram a cena e seguraram o riso até ele sentar.
— Nossa, Arthur… tomou um fora épico da caloura — riu Gabriel.
— Ela nem piscou, véi! Tu jogou charme e ela mandou “obrigada”! — Leo completou.
Arthur bufou e tentou dar de ombros.
— Ah, vai ver ela tava com sono.
— Vai ver você tá perdendo o toque — Gabriel cutucou.
Enquanto isso, mais pra frente no ônibus, Catarina se sentava ao lado de Eduarda.
— Tá tudo bem? — perguntou. — O bonitão lá veio falar contigo e você parece nem ter notado.
— Notei sim — Eduarda respondeu, ajustando os fones de volta. — Só achei que ele tava sendo educado.
— Amiga... aquilo não foi só educação. Aquilo foi flerte de veterano! — Sofia disse, virando do banco da frente e olhando pra trás com um sorriso malicioso.
Eduarda deu de ombros.
— Se foi, não funcionou.
As amigas riram.
— Acho que você acabou de se tornar um desafio — disse Catarina. — E ele não parece do tipo que recua fácil.
Eduarda suspirou.
— Problema dele. Eu só quero sobreviver ao primeiro mês de aula sem drama.
Mas ela mal sabia… que aquele “drama” estava apenas começando.
Perfeito! Vamos seguir com o Capítulo 2 da história Entre Zueiras e Suspiros, com aproximadamente 800 palavras. Também vou apresentar melhor os dois novos personagens: Leo, par de Catarina, e Gabriel, par de Sofia.
Arthur desceu do ônibus ainda rindo da zoação dos amigos, mas uma coisa o incomodava mais do que ele deixava transparecer. A garota do primeiro ano não só ignorou o charme dele como nem pareceu abalada por sua presença.
Isso nunca acontecia.
— Qual o nome dela mesmo? — perguntou, puxando Leo pela camisa.
— Da caloura? É Eduarda. Acho que ela veio de outra escola, mas entrou com tudo no grupo da Catarina e da Sofia. — Leo respondeu enquanto mexia no celular. — Por que a curiosidade?
Arthur deu um sorriso de canto.
— Porque eu não perco pra caloura nenhuma.
Leo e Gabriel trocaram olhares. Eles já conheciam aquele tom. Era o Arthur “modo missão ativada”.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 55
Comments