Ele a observava como quem encontra algo raro. Elena nunca havia sido olhada assim — não como um corpo bonito, não como um desejo passageiro. Era como se ele a visse inteira, sem pressa, lendo-a com os olhos e decifrando com o silêncio.
Do outro lado da mesa, ela tentava manter o controle. A bebida começava a deixar seus pensamentos leves, mas não era o álcool que a fazia perder o chão. Era ele. A postura confiante, a voz grave, a maneira como cada palavra parecia escolhida para tocar a pele.
Mas era um estranho. E seu coração ainda latejava com a lembrança da traição. Era loucura se deixar levar. Era perigoso, impulsivo — e, ao mesmo tempo, delicioso.
— Você é sempre tão... intensa? — ele perguntou, um sorriso leve nos lábios.
— Só quando o momento exige, — ela respondeu, brincando, mas com a respiração um pouco mais curta.
— Esse momento exige.
As palavras pairaram no ar como uma promessa. Elena desviou o olhar, os lábios se entreabrindo involuntariamente. Era difícil resistir. O cheiro dele — amadeirado, quente, com um toque cítrico — parecia hipnotizá-la. E a forma como ele se inclinava levemente, sem invadir, mas se aproximando… era como ser puxada por um ímã invisível.
— Você tem o perfume mais perigoso e inebriante que já senti. — ele murmurou com o hálito quente perto do seu ouvido, perto o bastante para que só ela ouvisse.
Elena se arrepiou inteira e mordeu o lábio, um gesto quase inconsciente. Algo dentro dela gritava para fugir — medo, trauma, autopreservação. Mas havia outra coisa… algo que dizia vá. Pela primeira vez em muito tempo, ela queria sentir, viver, não pensar.
— Vamos sair daqui? — ela perguntou, surpreendendo a si mesma.
Ele assentiu com um sorriso de canto que a fez estremecer.
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O quarto do hotel parecia ter sido tirado de um filme: moderno, amplo, com paredes de vidro que revelavam a cidade iluminada. Mas Elena não prestou atenção na vista. Seu olhar estava nele. O cheiro dele pelo quarto inteiro a deixava ainda mais quente
Ele tirou o paletó devagar, como quem respeita o momento. Aproximou-se sem tocar, apenas sentindo a presença dela.a respiração dele tocava sua pele a fazendo estremecer por dentro. Elena parou de respirar por um instante. Estava vulnerável. Mas não se sentia fraca. Sentia-se viva. Forte. Sedutora e desejada.
— Se você quiser parar, é só dizer.
— Se eu quisesse parrar, não estaria aqui.
O beijo veio como um incêndio calmo: começou suave, explorando cada canto, e foi crescendo, dominando, consumindo. A boca dele era quente, firme, e os beijos iam da sua boca até o pescoço, passando pelo ombro descoberto com uma lentidão que a deixava louca.
As mãos dele sabiam exatamente onde tocar — não com pressa, mas com precisão o que fazia o corpo dela ferver. Como se cada parte dela fosse um segredo a ser descoberto.
Ela se deixou levar.
As roupas foram caindo aos poucos, como camadas de dor e medo que ela deixava para trás. Quando ele a deitou nos lençóis macios, Elena sentiu o mundo sumir. Havia apenas aquele momento. E aquele homem.
O corpo dele era quente, forte. Mas era mais do que físico — era como se ele a quisesse por inteiro. Não só o corpo, mas a respiração, os gemidos, a alma. Cada toque era uma pergunta. Cada movimento, uma resposta.
Ela gemeu pela primeira vez sem vergonha. Sentiu a pele arrepiar dos pés à nuca quando ele explorou lugares que ela nem sabia que podiam sentir tanto. E então veio o que ela nunca havia sentido com ninguém.
Prazer.
Verdadeiro, pleno, intenso.
Ele fez com que ela gozasse com uma entrega que a assustou e encantou ao mesmo tempo. O corpo todo dela se contraiu, e por um segundo ela perdeu o controle. Gritou sem medo. Sentiu sem filtros.
E, pela primeira vez na vida, entendeu o que era ser completamente tocada. Por dentro e por fora.
Ele ficou ali, com ela, os dois ofegantes, nus, cobertos apenas pelo calor um do outro.
Ela se aninhou em seu peito, em silêncio. Ainda com o coração acelerado, mas com uma paz que não sentia há tempos.
— Você é diferente. — ele disse, passando os dedos no cabelo dela.
Ela sorriu, sem saber o que responder.
No fundo, sentia o mesmo. Mas não podia dizer. Nem sabia seu nome.
E, talvez por isso, dormiu sem perguntar. Porque havia beleza no mistério. E ela já tinha vivido noites demais em certezas falsas.
Naquela noite, o desconhecido foi seu refúgio.
Mal sabia ela que, no dia seguinte, ele seria sua realidade.
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Atualizado até capítulo 24
Comments
Mara Lessa
SENSACIONAL, MARAVILHOSO HOT 👏👏👏👏😍😍😍😍
2025-05-24
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Luciana Ferreira De Sousa Ferreira de Sousa
Boa escrita !!!
2025-05-24
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