Presentes, provocações e a derrota de um ômega meticuloso.

O churrasco tinha sido servido. A mesa tava um paraíso carnívoro e calórico: carne suculenta, farofa no ponto, batatas crocantes, torresmo estalando e aquela bebida gelada que até fazia suor escorrer do copo. Ana estava encantada, Dylan mais ainda — mas por ela.

Porque, no meio do banquete, o alfa resolveu bancar o romântico e tirou do bolso uma caixinha pequena e brilhante.

— Quis te dar isso — disse ele, entregando o presente com aquele sorriso satisfeito. — Achei a sua cara.

Era um par de brincos. Delicados, sofisticados, caros o suficiente pra brilhar no sol, mas sutis pra combinar com qualquer look de Ana. Ela quase chorou. Dylan parecia no céu. E por um momento, ele tinha certeza que era o Alfa Supremo daquela mesa.

Até Elijah abrir a boca.

— Engraçado — começou, no tom grave arrastado de sempre —, eu tenho esse hábito de sempre levar um presente quando saio com alguém.

Noah congelou por dois segundos.

Presente?

Sai com alguém??

Leva presente??

Todo mundo??

Mas que tipo de cafajeste é esse que banaliza o gesto mais bonito do amor verdadeiro assim???

— Ah... você não precisava — mentiu Noah, sorrindo educadamente. Por dentro, já estava julgando mentalmente: “Se vier com uma pulseira de miçanga, eu juro que levanto e vou embora”.

Elijah puxou uma pequena caixa de dentro da mochila surrada que carregava. Era preta, discreta, e logo completou:

— Ouvi dizer que você é exigente com presentes. A Ana comentou. E o Dylan confirmou.

Noah quis esfaquear a Ana. Com amor.

Elijah abriu a caixa.

Silêncio.

Choque.

Respiração suspensa.

Lá dentro: um conjunto completo de joias. Um colar, uma gargantilha fina, um par de brincos e um anel. Todos com acabamento impecável, assinatura discreta da marca no fecho, o brilho perfeito que Noah sabia identificar de longe.

Era da marca. Aquela marca. A marca que morava na aba de desejos do site de compras do Noah havia meses. Era o modelo mais acessível? Sim. Mas ainda assim, inacessível pra quem não tivesse um mínimo de juízo financeiro. O problema é que Elijah não tinha esse juízo. Nem renda fixa. Nem estabilidade.

— É da coleção nova — comentou ele casualmente, como se estivesse falando de um pacote de chiclete. — Achei que combinava com o seu estilo.

Dylan fez a cara. Aquela cara de “como você comprou isso se mês passado me pediu 10 dólares pra completar a pizza?”

Elijah só olhou de volta com um “me virei” no olhar. Aquele olhar de “fiz um bico, vendi minha alma ou deixei de pagar o aluguel — não importa, funcionou”.

Noah, por sua vez, estava tentando não explodir de satisfação. Porque ele queria odiar Elijah. Ou pelo menos desprezar. Ou, na melhor das hipóteses, desdenhar do gosto ou da capacidade do alfa.

Mas o maldito tinha acertado em cheio.

No gosto.

Na marca.

Na apresentação.

E o pior: na surpresa. Porque Noah não esperava isso.

E isso... era um problema.

Porque Elijah estava cada vez mais se mostrando sem defeitos reais.

E Noah não sabia lidar com isso (não sabia mesmo, nunca saiu dessa parte).

Capítulos
Capítulos

Atualizado até capítulo 26

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!