capítulo 3

O tempo estava nublado, provavelmente mais tardo choveria. Eu estava em pé desde as 5:30 da manhã, gostava se treinar, e como seria meu "primeiro" dia de treino aqui, estava ansiosa.

Olho no relógio de ponteiro na parede, marcava exatamente 7 horas. Vou à frente da janela e observo as pessoas se movimentarem lá em baixo. Pareciam tão tranquilas, lembro de quando ficava a observar as pessoas na minha antiga matilha.

Saio dos mais dos meus devaneios quando ouço uma batida na porta, viro-me e vejo Marina parada na frente da porta.

— Bom dia! Melissa, vejo que acordou cedo!— ela dá-me um sorriso gentil.

— Sim, estou acordada desde as 5:30 da manhã.

— Deixa eu adivinhar, está ansiosa para os treinos?— Marina solta uma risada.

— Sim, sempre gostei de treinar, e então quando posso descer?— pergunto um pouco eufórica.

— Vim buscar-lhe, os alfas querem-lhe conhecer.— ela faz sinal para mim a seguir e assim faço.

Saio do quarto que estava a uns 2 dias, a sala era muito bem decorada, havia quadros da idade média, artes renascentistas, até algumas flores que identifiquei como lavanda enfeitavam o lugar. A alfa tem bom gosto.

Após descermos as escadas ela guia-me até uma sala, mais precisamente um escritório, antes de abrir a porta Marina bate e a permissão de entrada é concedida.

Marina entra antes de mim, e avisa aos alfas a minha chegada.

— Senhores, trouxe Melissa para conhecerem.— ela termina sua reverência e dá-me espaço para passar.

— Licença, chamo-me Melissa, venho da alcateia Lua Crescente. É um prazer conhecê-los!— faço reverência e ajeito a minha posição para olhar nos seus rostos.

A mulher na minha frente parecia ser jovem, os lobos demoravam envelhecer. O mesmo digo do homem. As suas feições eram de surpresa.

— O prazer é nosso, você disse que se chama Melissa certo? Então deve ser a filha dos alfas da alcateia Lua Crescente?— a moça levanta-se e vem na minha direção.

— Sim, senhora, sou filha dos falecidos alfas.— suspiro, o assunto ainda era recente para mim.

— Entendo, não é adequado tocar no assunto ainda. Mas soubemos que treinava e quer treinar?— o homem se levanta e para alguns metros na minha frente.

— Sim, senhor, treinava diariamente sem falta. Gostaria de ter a oportunidade de treinar com as vossas permissões!— mantenho a minha postura, na esperança de exalar confiança.

— Está certo, vamos treinar quero ver como se sai no treino.— o home sai e eu sigo-o.

— A antes Melissa, chamo-me Diana, e o meu marido se chama Calem.

Paro e viro-me para respondê-la.

— É um prazer conhecê-los alfa Diana.— ela sorri de forma gentil e nos acompanha para a arena. Após ela passar por mim, os sigo até a parte de fora da casa.

...****************...

Ao chegarmos lá, avistei muitos soldados, uns treinavam e outros descansavam. Os alfas iam a passar e iam cumprimentando os guerreiros.

— Quero a atenção de todos. Por gentileza.— o alfa Calem os chama. Em segundos todos estavam com a atenção nele.

— Ocupo um pouco do tempo de vocês, pois teremos possivelmente uma nova recruta. Quero que conheçam Melissa, ela é a filha dos alfas da alcateia Lua Crescente.— ao ouvirem isso, uns cochichavam, outro olhavam com curiosidade. Mas todos tinham algo em comum, julgavam que eu não era capaz.

— Eu gostaria de fazer uma avaliação com ela primeiro. Por favor, Derick, quem dos seus homens é o melhor entre todos.— não tinha nem percebido que Derick estava presente. A minha concentração estava em quem iria-me enfrentar.

— Bob, por favor. — Derick o recruta. Avisto um rapaz moreno dar um passo a frente.

O seu olhar parecia que ia-me matar a qualquer momento.

— Certo!— Calem começa às explicações.— se caso um de os senhores desistirem, apenas grite "Bandeira Branca" isso já é o suficiente. Por favor, se dirijam a arena.

Eu estava um pouco nervosa, não sabia como esse tal Bob lutava. Porém, mesmo nervosa estava confiante, não podia deixar o meu potencial de lado.

Logo Calem começou a falar no microfone.

— Certo senhores, começaremos com uma luta corpo a corpo. Após, o final da primeira luta iremos para a luta com espadas.— então ele desliga.

Eu poderia não ter despertado a minha loba, mas tinha a força de uma.

Bob, avança rapidamente na minha direção, desvio com ma estria do seu ataque, logo que desvio não perco tempo e contra-ataco-lhe acertando um chute. O seu corpo é jogado longe. Recomponho-me a esperar o seu próximo passo. Ele joga-se na minha direção novamente, tentando-me acerta um soco. Desvio de 1, de 2, e por fim de 3. Quando desvio da sua terceira tentativa de acertar-me, acerto-lhe um soco no estômago, e em seguida uma pernada na costela.

O seu corpo cai no chão, acreditei que tivesse desistido, entretanto, ele levanta-se novamente. A ira estava estampada no seu olhar. O público ia à loucura, não paravam de gritar nem por um segundo sequer.

Com a minha distração ele acaba a acertar um soco no meu rosto, o que não me causou muitos danos. Logo volto a minha posição e acerto-lhe um chute certeiro na costela e um soco no peito.

— B..bandeira Branca!— o homem grita com dificuldade. O soco que lhe dei no peito o fez perder o fôlego.

A equipa médica vem o socorrer, e vê que ele fraturou uma costela. Não poderia participar da próxima rodada.

— Bom como a senhorita mandou o meu melhor homem pro-hospital, teremos que arranjar outro guerreiro.— concordo com a cabeça e espero ele escolher.

— Derick, quem dos seus homens é o melhor com espada?— Calem pergunta.

— O Jay pai.— vejo um homem que apresentava ter 1,80 de altura. Mesmo eu tenho 1,75, aquele homem parecia uma muralha.

— Certo, 3,2,1 comecem!— Calem fala novamente no microfone e a luta inicia. Cada um estava com uma espada. Esse homem tinha uma postura mais rígida, com certeza iria-me matar se eu desse oportunidade.

Ele avança na minha direção, e tenta cortar o meu pescoço logo de início, esse homem não estava de brincadeira.

Desvio por baixo, conseguindo acertar o lado da sua barriga, não foi um corte muito profundo. Mas suficiente para doer um pouco.

Ele avança novamente, acertando um corte no meu braço. O corte queimava, mas não atrapalhava a minha mobilidade.

O seu próximo golpe foi tentar acertar a minha barriga, onde ele erra, aproveito para fazer um pequeno corte no seu rosto, fazendo o gemer de dor. Já atacou novamente cortando a sua costela e depois as suas pernas, após imobilizar ele eu poderia dar um golpe final e o finalizar, entretanto, sua dor era tanta que ele desistiu.

— Ban.. Bandeira Branca.— antes que os médicos chegassem ele desmaia.

— Parece que temos uma vencedora.— Calem diz no microfone.

Todos estavam boquiabertos com a minha vitória. Mesmo com o soco e o corte, eu poderia fazer isso centenas de vezes.

— Pode se retirar Melissa— Calem diz no microfone, me retiro da arena, aquele que me olhavam com desdém, agora olhavam-me com eu espanto.

— Parabéns, Melissa, realmente a senhora luta muito bem.— a alfa Diana elogia-me.

— Muito obrigada!— sorrio gentilmente.

— Está oficialmente participando dos treinos, Melissa, seja bem-vinda.— Calem recebe-me com um aperto de mão, eu retribuo.

Participo de mais alguns treinos e conheço o lugar. Quando estou a arrumar as coisas que recebi para participar dos treinos. Sinto alguém tocar no meu ombro, viro-me rapidamente e deparo-me com o Alex. O loiro estava vermelho por causa dos treinos.

— Vejo que conseguiu treinar.— ele senta-se num banco próximo.

— Sim, não foi muito difícil. Poderia fazer isso por centenas de vezes.— digo a tomar água.

— Percebi, você foi muito bem, tomara que caímos na mesma equipe.— ele diz

— Quem sab...— antes que eu pudesse terminar ouço uma voz cortar-me.

— Veja se não é a tal Melissa. Quem diria que uma piranhinha venceria os melhores homens daqui.— o seu tom de cinismo era notável…

O encaro e continuo a beber água, Alex permaneceu no canto apenas ouvindo.

— Isso é o melhor que faz?— pergunto, observo que ele está com mais dois homens. Os três eram altos, mas não o suficiente para me intimidar.

— O que a vadia disse?— ele da, um passo a frente.

Dou um passo também e respondo. — Eu disse isso é o melhor que faz?— os dois homens que o acompanhavam se entre olham enquanto o desconhecido a minha frente bufa de raiva.

— Olha aqui a sua...— quando ele levanta o braço para me acerta um, tapa, eu rapidamente agarro o seu pulso e o torço nas suas costas, em seguida o empurro no caminho contrário o meu. O homem geme de dor, porem não resiste.

— Parem por favor, Kratus pare de arrumar briga com todos que entram aqui por favor.— Alex finalmente se mete na briga.

Então o nome do homem era Kratus…

Vejo que já está a anoitecer, nem vi o tempo passar. Volto para casa dos alfas, vejo olhares queimarem a minha pele. Provavelmente, a notícia da minha vitória na arena já havia se espalhado.

Ao chegar, vou para meus aposentos tomar um banho, por fim janto e tento adormecer. Teria que ter energias para os treinos.

O meu aniversário estava perto, e uma sensação estranha tomava conta do meu corpo. Eu não quero-me preocupar com isso agora. Tenho que tomar um rumo logo, Não posso depender dos outros por muito tempo.

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