VOCÊ CONTRIBUI PARA ISSO
Melissa, 25 anos.
Derick, 26 anos.
Safira, 23 anos.
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Era uma noite escura, os meus pais estavam numa viagem e eu estava a cuidar da alcateia novamente.
— Melissa?!- uma voz desesperada chama-me.
Levanto-me rapidamente e saio do escritório, desço as escadas rapidamente, assim que chego perto da entrada, avisto dois guardas tirarem os meus pais de dentro do carro. Eles estavam ensanguentados.
— Pai, mãe!- vou no meu pai verificar os batimentos, ele já estava sem vida. Um choque invade-me, o desespero começa a tomar conta de mim. Sou tirada do meu transe por uma voz chamando meu nome.
-Melissa sua mãe ainda está viva!- dona Zelda chama-me.
Agacho-me no chão, colocando a cabeça da minha mãe no meu colo. Então, ela abre os seus olhos, consegui perceber que ela lutava para ficar viva.
— Filha seja forte! Eu sei que consegue.— a sua voz falhava. Cada palavra era um esforço.
— Fica viva, vamos-te levar para dentro, vai dar tudo certo!
— Melissa eu parto, se cuide, seja sempre forte e guerreira. Não se abale por pouco. Estou a confiar em si. — os seus olhos se fecham e uma última lágrima escorre dos seus olhos, abraço o seu corpo contra o meu quando ouço o seu último suspiro.
— NÃO MÃE, POR FAVOR, NÃO ME DEIXA!— eu gritava e suplicava para a deusa da lua me devolvê-la. As lágrimas escorriam igual cachoeira.
— Vamos para dentro Melissa, a senhora precisa descansar!— a dona Zelda deu-me tranquilizantes para eu poder-me acalmar.
No velório deles várias (pessoas) vinham-me dar condolências. Outras pessoas apenas se despediam deles e iam embora.
Eles eram tão gentis e eram ótimos alfas. Sei que deixaram saudades.
Após enterrar os seus corpos, volto para meu quarto e passo todo o tempo que posso lá.
Eu não podia governar a alcateia, até porque eu não tinha uma loba ainda. Então, pensei que dona Zelda era boa o suficiente para fazer isso por meus pais.
— Dona Zelda queria conversar com a senhora, se importa?— sento-me na sua cama.
— Sobre o que seria Melissa?— pergunta-me com a testa franzida.
— Então, a senhora sabe que eu ainda não tenho uma loba, certo? E agora que os meus pais foram-se eu não posso governar.— a sua feição fica confusa.
— Sim, Melissa, mas já que tocou no assunto, como irá fazer?
— Bom eu pensei em colocar outra pessoa no meu lugar.
— E quem seria Melissa?— pergunta confusa.
— A senhora.— ela sobressalta a cama, ficando na minha frente espantada.
— Eu?! Melissa, mas, porque?— o seu espanto era evidente.
— A senhora sempre foi de confiança, não vejo ninguém melhor para governar a alcateia a não ser a senhora! Sei que fará um ótimo trabalho.
— E quando será a coroação?
— Semana que vem, não podemos ficar sem alfa por muito tempo, isso seria um risco para a alcateia.
— Está certo Melissa irei avisar o meu marido.— disse a sair do quarto.
Sorrio ao observar a sua animação, desço para o meu quarto e tomo um banho para relaxar. Ela seria um alfa e tanto. Estou feliz por ela ter aceitado.
A semana realmente foi muito corrida, tudo envolvia os preparativos para a coroação da nova alfa. Eram vestidos, penteado, maquiagem. Música, cor.
Treinamos a semana toda para ser tudo perfeito.
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Chegou o dia da coroação, estava tudo perfeito. Dona Zelda apesar da idade estava deslumbrante.
Tudo parecia tranquilo até o momento dos votos... Quando chegou a vez da dona Zelda recitar os seus votos, um lobo negro pulou no altar e a estardalhou. O seu sangue jorrou por todo local, a partir daí começou um massacre.
Gritos podiam ser ouvidos, o cheiro metálico de sangue no ar era enjoativo. Eram corpos em cima de corpos. O que era para ser perfeito estava arruinado. O dia que era para ser de comemoração, tornou o mais doloroso.
Eu lutava com alguns lobos com o pouco de coragem e força que me restava, os meus pais foram apenas um aviso do que estava por vir.
No início da noite, não existia mais nada. Apenas uma lembrança do que antes era uma alcateia. As casas foram queimadas, as vidas foram tiradas, havia poucos sobreviventes, os que restavam saíram de imediato.
Eu chorava, eu perdera tudo. Estava machucada, com alguns cortes pelo corpo, resultado de lutas sem sucesso. A dor da perda era inconsolável.
Logo fui vencida pelo cansaço e adormeci onde estava mesmo. Acordei a sentir o cheiro de fumaça, torcendo para tudo ser apenas um pesadelo, ao abrir os olhos, vejo a cena devastada de corpos por todo o lado, o choro das pessoas e os gritos ainda ecoavam na minha cabeça.
Avisto de longe uma figura negra vindo na minha direção, a minha visão estava apenas um borrão pela fraqueza, apenas me encolho a aceitar o meu fim.
Antes que a figura negra atacasse-me, algo a impede, outra figura me salva. Iniciando uma briga, eu encolho-me mais ainda, não tinha forças, não queria ouvir nada, muito menos ver.
Logo o silêncio se instala no ar, viro na direção onde eles brigavam e observo a figura preta deitada no chão e a outra em cima. Pelo visto derrotara a outra figura que queria-me matar.
Ao ver o sangue escorrer novamente, sinto a minha visão escurecer era demais praparam tudo aquilo. O meu corpo estava sobrecarregado, as feridas doíam, as mais fundas ardiam.
A minha respiração estava cada vez mais lenta e pesada, eu estava a sentir a fraqueza tomar conta do meu corpo, dessa vez eu não iria apenas adormecer de cansaço, eu iria partir.
Antes que eu pudesse cair novamente, sinto alguém pegar-me e correr para algum lugar comigo. Quando os meus olhos se fecham sinto uma picada de agulha no meu braço, então tudo fica escuro.
— Melissa— ouço uma voz distante chamar-me.
Abro os meus olhos e estou num jardim repleto de flores e animais.
— Melissa — ouço a voz novamente.
— Quem chama-me?— pergunto, pois, não avisto ninguém.
Logo uma bela mulher aparece na minha frente, ela vestia um vestido branco cumprido. Os seus cabelos eram pretos e longos.
— Olá sou a deusa da Lua, muito prazer em conhecê-la.
— Você? Você tirou os meus pais e a minha alcateia de mim!— eu acuso-a com raiva.
— Eu não tirei Melissa, a hora deles chegara, era o destino.
— E agora o que eu faço? Estou sozinha!— desabo-me em prantos caindo sobre o chão.
— Eu entendo-te Melissa, mas a partir de agora terá de ser forte, não poderá baixar a cabeça para ninguém, você terá escolhas difíceis que modificaram o seu destino. Eu vim aqui avisar-lhe para escolher com sabedoria.
— Sabedoria?
— Sim, Melissa enfrente tudo de cabeça erguida, faça o que tiver que fazer. Atenda ao último pedido da sua mãe.
— Eu vou!— respondo determinada.
— Agora vá!— ela toca no meu braço e eu acordo num quarto desconhecido.
— Onde estou?
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Atualizado até capítulo 24
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