Benjamin
— Ai, meu Deus! Você não pode estar falando sério! Murmura Emma, enquanto mastiga um pedaço do bolo de casamento.
Quero rir das migalhas que voam da Sua boca. Acompanhá-lo na degustação de bolo foi a coisa mais divertida, perdendo apenas para a festa de despedida de solteira.
Bem que eu gostaria de estar brincando, mas não estou.
Foi horrível!
Sinto o rosto queimando de vergonha só de Contar o que aconteceu com José. Bem, pelo menos foi o irmão, e não aquele que você praticamente violentou.
Dou um tapinha no braço da Emma.
— Eu não violentei ninguém!
Não, mas bem que queria.
- Foi mais como...
Não minta pra mim, seu piranho! Eu te conheço muito bem. Ele tinha aquela coisa de bad boy. Fiquei
Surpresa por você não ter enroscado as pernas, a boca e tudo mais no corpo dele, ali mesmo.
Meu Deus, Emma, você fala como se eu fosse um cara tarado por homens gostosos.
Tarado?
Então, nós damos risadas. A minha se transforma numa gargalhada escancarada, quando vejo a cobertura vermelha do bolo no dente da Emma.
— Não conta para ninguém.
Esse era um termo usado pela tracey -Explico a referir-me a minha mãe. Ela era a "madame perfeita" palavras com tarado e vagabundo não faziam parte do seu vocabulário, mas pelo visto, divórcio e abandono sim.
- Nem comece a falar dela. Vou trucidar um tarada!
Sabe, de fato é meio assustador você dizer isso agora com esses dentes. Parece que você acabou de comer o fígado de alguém. - A cobertura na sua
boca, vermelha como sangue.
- Foi o que fiz. E estava delicioso com um belo vinho Chianti e com um pouquinho de feijão - diz Emma,
Na sua melhor imitação da voz de Hannibal Lecter, fazendo um ruído esquisito com a boca em seguida, como se estivesse a sugar alguma coisa.
Gargalhamos de novo, chamando a atenção da atendente elegante da loja, que nos lança um olhar de repreensão.
— Acho bom você se comportar.
Posso apostar que dá azar ser expulsa de uma loja de bolo de casamento um mếs antes da cerimônia. Emma sorri com recato para a atendente com os lábios praticamente fechados enquanto fala comigo:
- Se você tivesse um pedaço de carvão, nós poderíamos segurá-la, enfiá-lo na boca dela, e voltar daqui a alguns dias para buscar um enorme
Diamante.
Tenho certeza que leva mais do que alguns dias para o carvão virar um diamante, Emma.
— Não naquela baca grande.
Lançando um olhar discreto à mulher de rosto sisudo, mudo de opinião.
Você deve ter razão.
Bem, enquanto temos todo esse doce circulando pelo nosso sangue, vamos arquitetar um plano para você roubar o José da Amélia. Garanto que seria o melhor presente de casamento do mundo ver a cara daquela piranha metida.
O quê? Ficou louca? Não vou roubar ninguém de ninguém!
-E porque não? Esse cara parece ser tudo que você sempre quis.
Eu dou um suspiro.
- Eu sei. - E é verdade. Ele é incrivelmente lindo, encantador, obviamente inteligente, bem-sucedido,
maduro, responsável. Tudo que minha mãe tinha enfiado na minha cabeça, desde que eu era criança. Tudo que ela achava que o meu pai não era. E Josep Tambémbém não é um bad boy, o que é a sua melhor qualidade. Posso discordar da minha mãe em muitas coisas, mas sei que ela tem razão em relação ao tipo de homem que se deve ter em mente.
Tive a oportunidade de comprovar a teoria dela repetidas vezes. Talvez alguém como José pudesse ajudar a mudar o meu coração teimoso. Até agora, parece que estou destinado a apaixonar-me pelo cara errado.
Então, qual é o problema? Vá atrás dele.
Não é tão simples assim. Em primeiro lugar, não sou esse tipo de cara.
Emma pousa o garfo e me olha furiosa.
–E que tipo de cara seria esse, exatamente? pergunta ela. – O tipo que vai atrás daquilo que quer? O tipo que assume o controle da própria vida?
O tipo que faz tudo o que puder para encontrar a felicidade? Ah, não. Você não é esse tipo, de jeito nenhum. Você é o Defensor. Você é aquele que vai deixar a vida passar só para não correr mais
Riscos.
Querer um diploma que vai me dar a chance de ajudar o meu pai não faz de mim um Defensor.
— Não, mas desistir de outras áreas da vida para poder voltar a morar no quinto dos infernos, sim.
Ele já teve uma mulher que o abandonou. Eu me recuso se o segundo - argumento, sem conseguir
Evitar o tom na voz. Emma está a mexer com as minhas emoções.
Viver a sua vida não significa abandonar seu pai, Benjamin.
Isto foi exatamente o que ela falou.
Em relação a isto, Emma não diz nada.
Assistir as aulas mais importantes de contabilidade, logo nos dois primeiros anos de faculdade, havia sido uma decisão inteligente. Porém, mesmo com
Um horário flexível de aulas fáceis, por alguma razão ainda me sinto cansado hoje. É noite de sexta-feira e o fim de semana só está a começar.
E já está uma droga.
Eu gostaria de pensar que é somente o pavor de ter que trabalhar no fim de semana, mas sei muito bem
que não é só isso. Tem a ver com aquela conversa estúpida que eu tive com a Emma durante a degustação de bolo. Este cara parece ser tudo que
você sempre quis.
Suspiro. Isso está ficando mais claro a cada dia que passa.
José visitou Amélia todas as noites esta semana. Quanto mais ouço ele falar, vejo seu sorriso e observo como age, mais lamento não ser o tipo de
Pessoa que vai, sem dó nem piedade, atrás do que quer.
Mas não sou assim. Amélia detém a exclusividade dessa característica.
Bem, Amélia e minha mãe.
Se alqum dia eu me tornar um ladrão, José será a primeira coisa que Vou roubar:
Posso ouvir a sua voz grave, enquanto ele conversa com Amélia. Não há dúvida que ambos têm planos bem excitantes para hoje à noite.
As suas vidas milionárias são o recheio dos contos de fadas. Infelizmente, a minha vida está bem longe dos contos de fadas.
Com uma chacoalhada firme que faz meus olhos lacrimejarem, ajeito o meu cabelo e me olho no espelho. O uniforme de trabalho de Amélia é um
blazer de drólares e os sapatos da marcar Jimmy Choo. O meu é um short preto simples e uma camiseta preta com os dizeres:
Dê uma passadinha no Tad's.
Um garoto como eu nunca terá uma vida daquelas.
Fico contente quando ouço a porta da frente se fechar. Pelo menos agora não tenho de passar pela dupla dinâmica para poder sair. O fim de semana já está uma merda, e só está começando. Ter que vê-los babando um pelo outro é a última coisa que eu preciso.
Por garantia, aguardo alguns minutos. Depois, pego minha bolsa e as chaves, jogo a mochila, na qual carrego tudo e mais um pouco, no ombro e me
Dirijo à porta.
Estou pensando o que deveria ter ido ao banheiro antes de sair, quando levanto os olhos e vejo
José no seu carro preto luxuoso, falando ao telefone.
Sem prestar atenção no que estou fazendo, não me
dou conta do meio-fio e acabo levando um tombo.
Provavelmente eu teria conseguido manter o equilíbrio se não estivesse sobrecarregado com o peso no ombro.
Como pisei em falso, foi impossível evitar a queda.
Caio Com as pernas para cima, dentro do estacionamento. Na minha cabeça, eu me vejo a dar aquelas cambalhotas de palhaço, balançando os braços e as pernas.
Pois é.
Estou fazendo papel de otário. Mais uma vez. E bem na frente do José.
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Atualizado até capítulo 25
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