Amnésia. cap. 4

Acordo com um barulho e na hora me sento assustada, sem entender onde estava, então mais uma vez o barulho, era uma batida na porta então na mesma hora peço pra entrar, mas ainda estava meio aérea.

A porta se abre e entra Maria na frente com um sorriso no rosto parecendo querer me tranquilizar então entra um homem com um sorriso amigável penso que seria um médico pois estava todo de branco e com uma maleta, e logo atrás veio o meu salvador Claus, admito que ele me deixa meio nervosa, ainda não sei porque, mas todas as vezes que o vejo meu coração bate mais forte.

Então ele com voz forte que fez meu coração se agitar diz que esse e o médico Dr Afonso que cuida de todos da fazenda e também da família dele, disse que ele tinha vindo pra cuidar de mim e ver o que poderia ser feito.

O médico sorri pra mim e pede licença pra que eles saiam pra que ele possa me examinar, então eles vão saindo mas eu peço que Maria fique, eu não tinha medo do médico mas não queria ficar sozinha queria alguém comigo nesse momento, então o médico disse que tudo bem se eu me sentisse confortável assenti que sim.

Só o Claus saiu.

O médico pede licença e começa a me examinar, viu vários ferimentos pequenos arranhões causados por galhos, quando chegou em minha cabeça ele examinou e viu um enorme corte no lobo temporal, nesse momento ele disse que com certeza seria por causa desse trauma que eu havia perdido minha memória pois era um dos locais responsáveis pela memória.

Disse que infelizmente não poderia dar pontos pois já havia passado o tempo pra se fazer esse procedimento mas iria limpar e fazer um curativo e me daria remédios para evitar uma infecção grave.

Ele fez os procedimentos e então puxou uma cadeira e disse pra eu contar tudo que eu me lembrava para que ele pudesse entender tudo que poderia ter acontecido pra tentar me explicar minha situação.

Nesse momento pedi a Maria que chamasse o meu salvador Claus para que ele ouvisse pois eu iria também contar a ele tudo que eu me lembrava, Maria saiu e chegou com o grandão que me deixava como sempre nervosa mas eu estava na casa dele e ele estava me ajudando então eu tinha obrigação de dar satisfação e deixar tudo bem claro, não sei porque mas eu sentia essa necessidade.

Os homens se sentaram em cadeiras que haviam no quarto e Maria se sentou do meu lado segurando a minha mão me dando força.

Então conto a eles que eu só me lembro de acordar no meio de um mato não sabia a hora mas já estava escurecendo e neste momento também já não sabia quem eu era o que me deu aflição, foi quando ouvi barulhos de cães e vozes medonhas, na hora eu senti que teria que fugir daquelas pessoas que eu não sabia quem eram.

Corri em zig zag no meio do mato, mesmo sentido dores na minha cabeça, achei forças e corri.

Até que cheguei no fim da linha em uma queda d'água bem alta e ao mesmo tempo eu percebia o latido dos cachorros mais perto então eu decidi enfrentar a queda d'água que esperar os cachorros e os homens que pelo tom das vozes seria mais perigoso.

Então pulei na água e na verdade eu não me lembro muito o que aconteceu, sei que eu quase me afoguei de início, mas então consegui emergi e fui só fluindo as vezes batendo pés e braços as vezes boiando e não sei quanto tempo eu fiquei na água e nem sei como sai dela, me lembro que acordei em uma certa hora e já não estava mais na água, mas eu estava muito cansada e com frio pra entender alguma coisa e apaguei de novo depois eu só acordei quando o Sr Claus e os moços chegaram perto de mim.

E por mais que eu tente, que eu queira eu não consigo me lembrar de nada.

Nesse momento seus olhos se enchem de lágrimas e Maria a abraça de lado, lhe dando força.

Olho para o meu salvador e digo a ele que eu não sabia quem era e que se ele quisesse me mandar embora ele poderia, pois nem eu sabia se eu era uma boa pessoa, que eu poderia ser uma criminosa uma pessoa ruim, e que isso me deixava extremamente incomodada.

Então ele me olha bem dentro dos olhos e diz que eu poderia ficar e que ele nunca se engana com pessoas, que eu até poderia não saber quem eu era, mas ele tinha certeza que criminosa eu não era e que provavelmente quem estava atrás de mim e que estava com más intensões.

O Dr Afonso concordou com ele e ainda disse que provavelmente que além da pancada eu também poderia ter sofrido um trauma psicológico como uma descoberta ruim, uma revelação triste ou qualquer outra coisa impactante na minha vida, isso também poderia fazer eu me fechar para as lembranças, que agora eu teria que esperar, dar tempo ao tempo e até mesmo procurar ajuda com um neurologista, para saber com certeza de onde vem o problema, mas isso só na capital do estado.

Balanço a cabeça em negativo, na verdade pensei eu não tenho dinheiro não tenho nada, nem possibilidades de um profissional desse porte e também alguma coisa em mim não queria pelo menos por enquanto saber de nada, nesse momento eu queria só descansar.

Não falei nada só pensei pois eles poderiam entender errado minha colocação, mas eu realmente nesse momento não queria saber nem quem eu era.

O Dr se despediu e foi embora o meu salvador foi levar ele até a porta e Maria ficou um pouquinho ainda comigo, senti que ela estava com muita dó de mim, ela me olhava com pena e na verdade até eu estava, mas alguma coisa me dizia que eu não era digna de pena e que isso era só uma fase.

Maria então pede pra que eu descanse mais um pouco até a hora do almoço que ela traria a refeição pra mim, afinal o médico disse que eu teria que repousar.

Saiu do quarto e eu me deitei de novo na cama e chorei até adormecer.

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