DONATELA

DONATELA

Tenho 24 anos, o meu rosto de menina, sou magra, porem meu corpo é todo desenhado, cintura fina e uma bunda bem redonda e empinada, adoro o meu corpo, me sinto forte e determinada como uma grande mulher que sou, mais me sinto carente também, isso é a minha fraqueza.

Moro com o meu pai e minha filha, na verdade, irmã.

Deixa eu explicar um pouco de minha história de vida, sempre morei no morro, com meus pais, meu pai era muito mulherengo e minha mãe festeira, não se importavam muito comigo, mas não me abandonaram, quando fiz 16 anos minha mãe conheceu um homem e nos abandonou, sem olhar para trás, achando que podia viver uma vida melhor, sofri muito, mais como nunca fomos próximas como mãe e filha, então continuei vivendo.

Comecei a trabalhar cedo e estudava a noite, precisava me sustentar e pagar as contas em casa, mesmo morando com meu pai, ele nunca se importou com nada, pagava as coisas quando estava a fim e sou uma menina, então precisava de minhas coisas.

Consegui um emprego de um dos restaurante aqui no morro, era ajudante na época, porem peguei amizade com a família do dono por conta da minha melhor amiga, que é filha deles, sempre fui muito inteligente na contabilidade, porem nunca fiz faculdade, estudei até o ensino médio, aprendi tudo sobre o restaurante e sobre como melhorar, então hoje sou quem cuida do restaurante para o pai dela e ele fica, mas na cozinha, pois ele é como se fosse o chefe, ama o que faz, mas também não estudou.

Agora a minha amiga linda Lorena, tem 25 anos, essa, sim, estudou e hoje faz parte do quadro de enfermagem do hospital do morro, ela é a minha companheira para tudo nessa vida.

Meu pai, teve um acidente no trabalho, se aposentou por invalidez e com as medicações começou um vício, primeiro foi com medicamentos, depois foi por drogas, nunca me machucou ou vendeu algo de casa, mas parou de ajudar nas despesas, sempre trazia comida a noite para ele se alimentar, porque se não ficava sem comer,  às vezes sumia dias e depois aparecia, sempre me preocupava, ia atrás pedia ajuda aos meninos que conhecia no morro e que fazia parte do batalhão para encontrar, tentei ajudar colocar em uma casa de recuperação, ele não quis, depois fui me acostumando, não com a situação dele, isso nunca iria me acostumar, mais com os sumiços, só orava, para que nada de ruim fosse acontecer.

Ele começou a se envolver com uma mulher que também gostava de drogas, mas também nunca trouxe para morar conosco.

Em um dia chuvoso, estava no restaurante e estava passando o jornal, quando uma notícia aparece um homem bêbado, foi atropelado e morto, isso tudo fora do morro, na época tinha acabado de fazer 23 anos, era o meu pai, outra tristeza em minha vida.

Pensava que estava, sozinha no mundo, uma semana depois, assim que estou chegando na porta de casa, uma senhora com uma aparência horrível com um cigarro na boca e um pacotinho nas mãos, olhou e me perguntou se eu era filha de Pedro, disse que era e ela me entregou o pacote e disse que estava entregando aquela criatura, foram essas as palavras dela e que não iria cuidar, pois a mãe da criança era a sua filha dela morreu, no parto por contas das drogas e que agora que ela estava velha não iria criar e sustentar, que eu podia fazer o que eu quisesse com aquele bebê, já que meu pai também estava morto ela disse que não se importava com a criança.

Quando eu peguei aquele pacotinho, que abrir o lençol, eu chorei tanto, a criança toda suja, porem quietinha, ainda era recém nascida, ainda tinha o cordão umbilical, a bebê era linda, porem não se parecia em nada com meu pai e também tanto meu pai quanto eu temos olhos azuis, porem o bebê não tem, estranhei e assim que levantei a cabeça para falar com a senhora ela já tinha, comecei a chamar, tentei alcançar, mas ela nem olhou para trás.

Liguei imediatamente para minha amiga para ver se estava no hospital, disse todo o ocorrido e fui para lá, graças a Deus ela cuidava da ala pediátrica, então assim que cheguei, me recebeu e prestou atendimento a bebê dando toda a assistência necessária.

Parece que a bebê tinha 5 dias de nascida, era um milagre, está viva, pedi a minha amiga para me ajudar e fazer com que conseguisse os documentos de recém-nascido, informando que ela era minha filha, como se ele tivesse nascido de mim, ela questionou me perguntando se eu tinha certeza e disse que sim, nunca iria abandonar e, na verdade, no fundo, estava muito feliz, não estava mais sozinha nesse mundo, sabia também que aquela velha nunca viria atrás de mim procurar a neta, Deus que me perdoe abandonar a neta, com toda certeza não duraria muito na vida.

E graças a Deus, minha amiga conhece e é amiga de muitos no hospital, conseguiu burlar o sistema, fazendo com que a criança, fosse minha e conseguimos registrar no cartório do próprio hospital do morro.

Hoje esse foi o meu presente, que meu pai deixou, o meu grande pacotinho de amor, chamada Bela, com um aninho de vida e cheia de saúde e assim como a mamãe dela é toda dengosa, agora somos nós duas contra o mundo.

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Comments

Leitora compulsiva

Leitora compulsiva

tadinhas, Deus uniu elas pra não ficarem sozinhas 🥰

2025-05-11

6

Carolina Luz

Carolina Luz

que menina forte são lindas 😻🤩

2025-05-27

0

Fatima Gonçalves

Fatima Gonçalves

COM CERTEZA FOI MESMO

2025-05-20

1

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