— Me perdoe, senhorita... — sussurrou Lisa, ajoelhada diante de Alexia. — Eu não consegui ser útil em nada.
— O quê? — Alexia franziu o cenho, surpresa. — Lisa, levante-se. Está tudo bem.
Ela se aproximou e colocou uma mão gentil sobre o ombro da secretária.
— Você não foi feita para lutar. E mesmo assim... você continuou ao meu lado. Isso já é mais do que muitos fizeram.
— Mas mesmo assim... — Lisa apertou os punhos, frustrada. — Eu só fugi. Não ajudei em nada.
— Então pare de se culpar. — a voz de Alexia se tornou firme. — Se quer mesmo compensar... faça seu trabalho. Continue sendo minha secretária. Faça aquilo que só você consegue fazer.
— Sim, senhora!
Lisa respirou fundo e começou a relatar:
— Os soldados de Charles causaram um estrago enorme. Casas destruídas, famílias mortas... vai levar tempo pra reconstruir tudo.
— Eu sei... — Alexia suspirou, tocando o queixo, pensativa. — Felizmente, anunciei hoje mais cedo que os sobreviventes e familiares dos inocentes mortos serão amparados.
— E quanto ao nosso exército? — ela perguntou.
— Infelizmente... — Lisa baixou o olhar. — Eu não sei dizer como está a força restante.
— Droga... — Alexia murmurou. — Como vou defender o reino se nem soldados eu tenho?
Lisa hesitou, mas sugeriu:
— E se usássemos os soldados sobreviventes de Charles? Pelo menos eles poderiam ajudar na reconstrução... Já seria alguma coisa.
Alexia a olhou por um momento e assentiu.
— Você tem um ponto.
Batidas na porta.
— Com licença, Majestade. — disse Alex, entrando.
— Sim? O que deseja?
— Os sobreviventes do nosso exército estão reunidos... Eles pediram para vê-la pessoalmente.
— Querem me ver...? — Alexia franziu a testa. — Certo, vamos lá.
Algum tempo depois...
Eles caminharam até um pátio improvisado de repouso. Lá estavam os últimos soldados do Reino Stark... feridos, cansados, cobertos de poeira e sangue seco. A visão era desoladora.
— Rainha, — disse Alex. — Esta é a situação...
Alexia ficou em silêncio ao ver seus homens mal conseguindo ficar em pé. Olhos opacos. Sem esperança.
— Isso é horrível... — murmurou. — Eu sinto muito por isso. Mas... eu não tenho como ajudá-los.
— O que está acontecendo aqui? — perguntou uma voz familiar e grave.
Alexia se virou.
— Belial... você chegou na hora certa.
— Pode usar sua magia? Por favor... cure os ferimentos deles.
Belial observou os soldados por um instante, e então respondeu, seco:
— Curar? Pra quê? Eles vão te abandonar de qualquer jeito.
— O quê?
— Esses homens... já desistiram de você. Não têm fé. Estão vazios. — ele olhou nos olhos da Rainha. — Mesmo se eu os curar, vão embora. É mais misericordioso deixá-los morrer.
Alexia ficou em silêncio.
Mas então, com um suspiro, ela falou:
— Mesmo assim... cure-os. Por favor.
Belial ergueu a mão e um brilho dourado envolveu os feridos. Em instantes, suas feridas fecharam. Sangue desapareceu. Ossos se alinharam.
Um a um, os soldados se levantaram.
E então... como previsto... tiraram as armaduras.
Nenhum deles disse uma palavra. Apenas se afastaram... largando escudos, lanças... e sua lealdade para trás.
Alexia observou tudo, estática.
— Então é assim... — murmurou.
— Não há mais ninguém para proteger os portões. Nem as muralhas...
Belial cruzou os braços, impassível.
— Eu avisei.
Virou-se e começou a se afastar.
— Se precisar de mim... sabe onde me encontrar.
E assim, o Reino Stark ficou sem soldados. Sem um exército. Sem defesas.
Enquanto isso, em outro território...
— Então... Charles e todo o seu exército foram destruídos? — a voz da imperatriz soava incrédula.
— Sim, Majestade, — respondeu Brian. — Os magos estavam certos. O rugido que tremeu a Terra... foi do Rei Dragão Imperador.
A Imperatriz se levantou lentamente do trono, encarando o horizonte através da janela.
— Ele retornou, então...
— Parece que sim. Provavelmente... está no mesmo lugar de sempre. No Reino Stark.
A Imperatriz permaneceu em silêncio por alguns segundos.
— Então a guerra começou de novo...
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 55
Comments
Maria Luísa de Almeida franca Almeida franca
que ingratos
2025-05-31
1