Novo Recomeço

— Como assim ela fugiu?! — gritou Charles, seu punho batendo com força contra o trono.

— E os soldados que foram atrás dela? Onde estão?!

O capitão hesitou.

— Nenhum voltou... Majestade.

O silêncio que seguiu foi cortante. Charles se levantou com os olhos estreitos e a raiva fervendo no peito.

— Tsc... Que saco. — rosnou ele. — Matem todos que resistirem. Não deixem ninguém vivo que ainda seja leal a ela.

— Sim, senhor.

Charles fechou os punhos, os olhos fixos no horizonte.

— Você pode ter fugido, Alexia... mas sozinha, o que vai fazer? Eu vou te encontrar. E quando eu te achar... vou destruir tudo o que ama.

Mas antes que pudesse continuar sua fúria... a terra tremeu.

Primeiro leve. Depois, com intensidade assustadora. Casas começaram a rachar. Estruturas desabavam. O chão se contorcia como se estivesse vivo.

E então...

Um pilar de luz dourada — flamejante e divino — subiu aos céus no lado oeste do Reino Stark. O céu inteiro brilhou em amarelo. Todos pararam. Olhavam, sem entender.

E então... algo colossal começou a emergir das montanhas.

Um rugido explodiu o ar. O som atravessou corações. Belial.

As pessoas assistiam, boquiabertas, quando o dragão gigante tomou o céu. Sua silhueta bloqueou o sol. Um segundo rugido. Os aliados gritaram de euforia. Os inimigos... congelaram de medo.

O dragão voou alto, desaparecendo por alguns instantes.

E então... voltou.

Com fúria.

Num mergulho devastador, ele caiu sobre o exército inimigo. Um estrondo que fez o solo estremecer.

— M-Mas que porra é essa?! — berrou Charles. — É impossível... ele não devia estar aqui!

Belial pousou com imponência diante da muralha do Reino. As asas se ergueram... e então, como uma extensão do próprio céu, desceram com leveza sobre a muralha.

E, de trás de sua cabeça, surgiu ela.

Alexia.

Usando as asas do dragão como ponte, a rainha desceu até a muralha com a postura de uma deusa renascida.

Ao vê-la, o povo enlouqueceu.

— É a Rainha Alexia!

— Ela domou o Imperador Dragão!

— Ela voltou!

Os gritos de seu nome ecoavam como trovões. Esperança. Fé. Coragem.

Até os inimigos se aproximaram... apenas para ver de perto a mulher que firmara pacto com o ser mais temido da história.

E então, Charles apareceu.

— Então você resolveu aparecer, sua vadia. — cuspiu, cheio de ódio. — Acha que só porque está com essa aberração ao seu lado, pode me desafiar?

Alexia o fitou com um olhar calmo e mortal.

— Ouça, Charles. — disse ela, firme. — Renda-se. Agora.

— Se render? Eu?! — gargalhou. — Você está delirando. Saiba seu lugar, sua maldita.

Alexia deu um suspiro. E então, sorriu de canto, fria como gelo.

— Tenho pena de vocês...

— Charles... eu vou destruir tudo. Seu nome, seu trono, sua história. Seu reinado... vai cair diante de mim.

Ela se virou para o povo e ergueu a voz como uma trombeta celestial:

— Ouçam, meu povo!

O clamor cessou. Todos ouviram.

— Ficamos por baixo tempo demais. Mas a partir de hoje, prometo: viveremos dias de paz. Vidas dignas. Justiça!

— Prometo esmagar cada inimigo. E apoiar todos que forem nossos aliados.

Ela estendeu a mão.

— Agora eu pergunto: quem está comigo nesta jornada?!

Todas as mãos se ergueram.

— ALEXIA! ALEXIA! ALEXIA!

— Ótimo... — disse ela, com a voz grave. — O Rei Imperador Dragão é nosso aliado... e meu marido.

Todos prenderam a respiração.

— E por ele... darei minha vida.

— Se um dia nosso Lorde for ameaçado, nosso povo inteiro lutará ao seu lado!

— Aqueles que se recusarem a protegê-lo... não merecem sua proteção.

Ela se voltou para Charles com olhos cheios de ira.

— E você... está com fome, não está?

Charles franziu o cenho.

— O que...?

Alexia abriu os braços com um sorriso sombrio.

— Então saboreie sua última refeição.

Belial, em sincronia perfeita, soltou uma baforada de fogo por cima dela — sem atingi-la — criando um cenário demoníaco. E então, voou para o alto.

Em um movimento brutal, mergulhou novamente e disparou uma rajada de fogo colossal sobre o exército inimigo. Queimou tudo — inclusive os que já haviam se rendido.

Lá do alto da muralha, Alexia ria.

De braços abertos.

Como uma rainha insana.

Como uma deusa da guerra.

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