O Último Desejo
Capítulo 1 – O Início da Ruína
Ela não podia acreditar. Em um piscar de olhos, sua vida havia desmoronado. Helena observava, atônita, tudo ruir ao seu redor, tentando juntar os cacos do que ainda restava. Seu mundo, antes tão cheio de luz, agora era um mar de dor, humilhação e confusão.
— Isso tudo não pode estar acontecendo! É um pesadelo! — desabafava, desesperada, enquanto afundava nos braços de Thony, seu amigo mais fiel.
— Calma, minha deusa... Nós vamos resolver essa bagunça. Como ela pôde jogar tão baixo? Como conseguiu aquelas fotos? — Thony estava indignado, sua voz carregada de revolta e impotência. — Me desculpa, Helen... mas até eu, que te conheço como ninguém, por um instante... eu quase acreditei.
— Eu preciso de ajuda, Thony! O que eu vou fazer? Minha carreira está arruinada! Minha vida… — a voz embargada de Helena tremeu. — O que essa mulher quer de mim? Já não bastava…
— …ter tirado o homem da sua vida?
Helena calou-se. A dor latejava como uma ferida aberta. Em sua mente, a imagem de Darius beijando Samantha ainda era fresca, cruel, e impossível de esquecer.
Uma semana antes
Helena Smith exalava felicidade. Era o ápice de sua carreira: campanhas internacionais, capas de revistas, desfiles marcados em Paris e Milão. E, além do sucesso profissional, seu coração pertencia a Darius Petrov — o homem que, com seu jeito reservado e intenso, havia conquistado seu amor. Estavam prestes a se casar.
Naquela tarde, ela brindava com a equipe da nova campanha um contrato com uma marca francesa. Era mais que uma conquista: era o sonho se tornando realidade. Seus olhos brilhavam de orgulho e gratidão.
Do outro lado da cidade, porém, Samantha Taylor sorria com veneno nos lábios. O plano havia sido meticulosamente traçado. E aquela noite mudaria tudo.
Em um bar elegante, Helena encontrou-se com parte da equipe para uma comemoração privada. Samantha apareceu de surpresa, com o falso pretexto de parabenizá-la. Durante um momento de distração, um homem misterioso se aproximou e trocou a taça de Helena.
Bastaram alguns goles.
Minutos depois, seus olhos pesaram. A música se tornou distante, e as vozes ao redor ecoavam como se viessem debaixo d’água. Em pouco tempo, Helena foi conduzida até uma suíte de hotel. Inconsciente.
No quarto, a encenação foi montada: um homem, desconhecido, foi posicionado ao lado dela, e fotos foram tiradas com precisão.
Darius Petrov recebeu uma ligação anônima. A voz ao telefone era masculina e firme:
— A mulher com quem vai se casar não é quem você pensa. Vá até o hotel Bellevue, suíte 904. Vai entender.
Desconfiado, mas tomado por um pressentimento ruim, Darius dirigiu até o local. Ao entrar na suíte, o mundo parou.
Helena estava deitada, nua, ao lado de um homem. Dormia, ou parecia dormir, com expressão tranquila, como se estivesse em paz após uma noite de paixão. Darius não disse uma palavra. Seu coração quebrava com cada passo para fora do quarto.
E no momento em que deixou o hotel, as fotos começaram a circular. Manchetes agressivas pipocaram em todos os sites e redes sociais:
“Helena Smith flagrada em traição escandalosa!”
“Modelo traí CEO às vésperas do casamento”
“Quem é o amante misterioso de Helena Smith?”
Helena acordou horas depois. A dor de cabeça pulsava. A luz forte do quarto a cegava momentaneamente. Confusa, tentou entender onde estava... e por quê. Ao perceber sua nudez e a presença de um homem estranho, gritou, em pânico. Saiu correndo, tremendo, sem entender como aquilo havia acontecido.
Dirigiu-se direto ao hospital. O desespero era tanto que mal conseguia falar com clareza. Exigiu exames toxicológicos, implorou por respostas. Mas o que recebeu foi um balde de água fria. O médico, com uma expressão profissional demais, entregou os resultados.
— Nenhuma substância foi encontrada em seu organismo, senhorita Smith. Está tudo normal.
Helena sentiu o chão sumir sob seus pés. Não podia ser. Ela sabia que havia alGo errado. Ela sentiu seu corpo ceder, sua mente apagar. Algo havia sido colocado em sua bebida — tinha certeza disso. Mas agora, o papel em suas mãos dizia o contrário.
— Isso não pode estar certo. Faça outro exame. Eu... eu fui drogada!
— Os protocolos foram seguidos, senhorita. Não há nada que indique substâncias ilícitas no seu sistema — o médico respondeu, com um tom impessoal demais para alguém lidando com uma vítima visivelmente abalada.
O que Helena não sabia era que aquele homem, de jaleco impecável e fala ensaiada, também fazia parte do plano maligno de Samantha. Fora pago para descartar qualquer possibilidade de interferência externa. Os exames verdadeiros, que poderiam mostrar traços da droga utilizada, jamais chegaram ao laboratório.
Ainda abalada, Helena correu atrás das câmeras do hotel. Queria ver quem a levou até o quarto, quem entrou ou saiu da suíte. Mas novamente, deu de cara com o vazio.
— Sinto muito, senhorita, mas os arquivos da noite passada não estão mais disponíveis. Foram apagados por engano — informou o gerente, sem conseguir sustentar o olhar.
Tudo havia sido orquestrado com perfeição.
Samantha não deixara nenhuma brecha.
O homem que participou da armação desapareceu sem deixar rastros. O celular usado para divulgar as imagens era descartável. E quando a polícia tentou rastrear a origem da denúncia anônima, deparou-se com um beco sem saída. Nenhuma pista. Nenhuma prova. Nenhuma justiça.
Helena saiu do hospital com o coração em pedaços. A humilhação ainda ecoava em sua pele, nas manchetes dos jornais, nos olhares desconfiados. Ela sabia que estava sendo caçada, que alguém queria destruí-la. E mais do que nunca... sabia exatamente quem era essa pessoa.
Dois dias depois, Helena foi até a empresa de Darius. Precisava falar com ele. Precisava explicar tudo. A verdade.
Mas, ao chegar, foi recebida por olhares gélidos e julgadores. A secretária tentou impedi-la de subir.
— O senhor Petrov está em reunião.
— É urgente. — Helena não se intimidou. Seguiu até o elevador e subiu para o último andar, onde ficava a presidência.
Abriu a porta sem bater.
Darius estava de costas. Mas não estava sozinho.
Samantha o beijava, os braços ao redor de seu pescoço. E ele... não a afastava.
— Darius?! — a voz de Helena cortou o ar como uma lâmina.
Darius virou-se bruscamente, pálido. O olhar surpreso, como se tivesse sido apanhado em flagrante — embora não fosse ele quem estivesse traindo.
— Helena? O que você está fazendo aqui?
— Isso mesmo, Helena — disse Samantha, ajeitando os cabelos com fingida compostura. — Não tem vergonha? Veio interromper um momento íntimo?
— Eu vim contar a verdade! Eu fui drogada! Nunca traí você, Darius!
Ele se aproximou, visivelmente abalado. Mas havia dureza em seus olhos.
— Você pode provar o que está dizendo? Porque, se for verdade… eu preciso saber.
— Claro que não pode provar nada — interrompeu Samantha, rindo com escárnio. — Tudo o que essa mulher sabe fazer é manipular. É a especialidade dela.
Helena sentiu as palavras como facadas.
— Quer saber? — disse ela, com lágrimas queimando seus olhos. — Não vou me humilhar. Se você precisava de uma desculpa para ficar com ela, parabéns, encontrou uma. Vocês dois se merecem.
— Helena, espera! Me escuta! Eu… ver você com aquele homem... aquilo me destruiu! Eu não sou de ferro, eu…
— Adeus, Darius.
Ela saiu. Rápida, determinada, mesmo com o coração desmoronando dentro do peito. Não choraria ali. Não diante de Samantha.
Darius tentou correr atrás, mas ela entrou no carro e partiu. Deixou-o sozinho, parado na calçada, dividido entre a mágoa, a dúvida e a culpa.
Os dias seguintes foram um tormento.
Samantha caminhava pelos corredores da empresa como se já fosse a senhora Petrov. Distribuía sorrisos falsos, fazia questão de estar sempre presente nas reuniões e, principalmente, de provocar.
— Ainda está pensando nela, Darius? — perguntava com falsa doçura. — Acha mesmo que alguém que se deita com um desconhecido no dia do noivado merece seu amor?
— Chega, Samantha. Não vou mais ouvir isso.
— Então vai negar o que viu com seus próprios olhos?
— Eu vi... mas agora eu não sei. — A dúvida se formava como névoa em sua mente. — A expressão dela quando entrou naquela sala... a dor... não parecia fingimento.
Samantha endureceu o olhar.
— Você está sendo fraco. Vai deixar que uma mulher destrua sua vida e sua reputação?
— O que destruiu minha vida foi perder alguém que eu amava... E se ela estiver dizendo a verdade?
Samantha arregalou os olhos. Por um segundo, o controle escorregou de suas mãos.
— Você é mesmo um tolo. Ela te enganou! Se não fosse verdade, por que não tem nenhuma prova?
Samantha mordeu o lábio, disfarçando a raiva. Precisava ser mais cuidadosa.
— Você está confuso. Precisa descansar, pensar com calma...
Mas ela sabia. A dúvida estava plantada. E uma dúvida é tudo que Helena precisava para, um dia, voltar.
Samantha apertou os punhos em silêncio. Se quisesse se livrar de Helena para sempre, teria que ir além. Teria que destruí-la não apenas socialmente... mas física e emocionalmente. E, dessa vez, não deixaria rastros.
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Atualizado até capítulo 60
Comments
bete 💗
quanto maldade
se arrependerá ❤️❤️❤️❤️❤️
2025-05-08
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