Capítulo 5 – Códigos de Sangue

O dia seguinte amanheceu com a atmosfera pesada, como se o ar soubesse o que estava prestes a acontecer.

Elena olhava pela janela do quarto, as mãos cruzadas atrás das costas. O cheiro da terra molhada invadia o ambiente pelas frestas. Ela sabia que aquilo era só o começo. Agora que tinha visto os documentos, não havia mais volta.

Naquela manhã, Alessio lhe entregara um novo celular, seguro e criptografado. Era a única forma de se comunicar com alguém fora dali.

— Tem alguém em quem você ainda confia? — ele perguntara.

— Uma única pessoa — ela respondeu. — E ela vai vir, mesmo sem entender nada.

---

Horas depois, um carro antigo cruzou o portão de ferro do casarão.

De dentro dele, saiu uma mulher de pouco mais de trinta anos, cabelos castanhos presos num coque firme, olhos afiados como os de uma águia. Usava jeans escuros, botas e uma jaqueta de couro. Ao lado do banco do carona, descansava uma pistola com a trava engatada.

— Yara — sussurrou Elena, correndo para a porta.

As duas se abraçaram com força. Por um segundo, não existia máfia, nem morte, nem conspiração. Apenas o reencontro de duas almas que tinham sobrevivido a infernos diferentes.

— Você me manda um código antigo e só diz: “Se eu morrer, vingue minha mãe.” Como você acha que eu ia reagir? — disse Yara, sem conter a emoção. — Você sabe que eu largaria tudo pra vir atrás de você.

— Eu sei. Por isso mandei.

Alessio observava a cena de longe. Elena o apresentou com um breve aceno.

— Esse é Alessio Mancini. Ele me salvou.

Yara o encarou com frieza. Estendeu a mão, firme.

— Você é um Mancini. Isso ainda é uma sentença de morte pra mim. Mas... obrigada por não deixá-la morrer.

— Eu ainda posso mudar de ideia — ele respondeu, seco.

Yara deu um sorriso discreto. A tensão entre os dois era palpável, mas havia respeito em cada palavra dita.

---

Naquela mesma noite, algo estava estranho.

Os cães latiam sem parar.

Elena, Yara e Alessio estavam reunidos na biblioteca, revendo os arquivos e traçando um plano para expor os envolvidos. Mas Alessio, de repente, ficou em silêncio. O instinto — afiado por anos de guerra — acendeu como um alarme.

— Apaguem as luzes. Agora.

Eles obedeceram. Em segundos, a casa mergulhou na penumbra.

Um segundo depois: o primeiro tiro quebrou a janela da sala.

— Abaixem-se! — gritou Alessio, puxando Elena para trás da estante.

Yara já estava com a pistola em punho. Rolou pelo chão e atirou de volta com precisão. Duas sombras se moveram do lado de fora.

— Estão nos cercando — ela murmurou. — Três. Talvez quatro.

Alessio correu até o painel escondido atrás da lareira. Pegou duas armas e entregou uma para Elena.

— Eu nunca atirei em alguém — disse ela, com as mãos tremendo.

— Então é bom começar agora. Ou vai morrer.

Yara segurou a mão dela com força.

— Você não vai morrer. Eu tô aqui.

Os tiros continuaram. Estilhaços voavam. A madeira das paredes começava a ceder.

Alessio se moveu como uma sombra — rápido, certeiro, silencioso. Em minutos, dois dos invasores estavam caídos. Mas havia mais.

Elena, protegendo Yara, viu uma silhueta na janela — e pela primeira vez, puxou o gatilho.

O som do disparo a ensurdeceu. O homem caiu para trás, atingido no ombro.

Ela engoliu o choro.

— Eu acertei.

— Sim — disse Yara, com um orgulho feroz. — Você é uma Ricci. Mas não do tipo que morre em silêncio.

---

Depois do ataque, Alessio examinou os corpos. Nenhum deles era conhecido. Nenhum usava símbolos das famílias. Eram mercenários.

— Alguém está pagando por nós — disse ele.

— Não só pelas famílias — completou Elena. — Alguém quer enterrar todos os segredos.

Yara limpava o sangue do rosto com um pano.

— E se esse alguém estiver dentro das duas famílias?

— Então temos que virar o jogo antes que o tabuleiro exploda — disse Alessio.

Elena olhou para os dois, firme.

— Eu não sou mais a filha mimada de Lorenzo Ricci. Eu sou o que sobrou da verdade.

E pela primeira vez... ela parecia uma líder.

Uma que, talvez, pudesse colocar fim à guerra.

Ou morrer tentando.

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Tuxedo Mask

Tuxedo Mask

Tá me fazendo rir.

2025-05-08

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Capítulos
1 Capítulo 1 – A Filha do Inimigo
2 Capítulo 2 – Refúgio em Cinzas
3 Capítulo 3 – Um Segredo Chamado Perdão
4 Capítulo 4 – A Herdeira e o Lobo
5 Capítulo 5 – Códigos de Sangue
6 Capítulo 6 – Máscaras e Cicatrizes
7 Capítulo 7 – Lobo e Serpente
8 Capítulo 8 – Olhos que Queimam
9 Capítulo 9 – Farpas e Veneno
10 Capítulo 10 – Sussurros e Garras
11 Capítulo 11 – Caçadores de Sombras
12 Capítulo 12 – Chamas e Cicatrizes
13 Capítulo 13 – Farpas e Fendas
14 Capítulo 14 – A Filha do Legado
15 Capítulo 15 – O Brilho Antes da Bala
16 Continuação do Capítulo 15 – O Brilho Antes da Bala
17 Capítulo 16 – A Caça Começa
18 Capítulo 17 – Remédio e Respostas
19 Capítulo 18 – Entre Taças e Verdades
20 Capítulo 19 – Ressaca, Ternura e a Maldita Carta
21 Capítulo 20 – A Chegada de Yara e os Fantasmas do Passado
22 Capítulo 21 – Risos, Rastros e Revelações
23 Capítulo 22 – Fragmentos de Sangue e Verdades
24 Capítulo 23 – As Sombras do Passado
25 Capítulo 24 – A Sombra de Giulio
26 Capítulo 25 – Armadilhas e Verdades
27 Capítulo 26 – Festinha, Confusões e Declarações (Ou Quase)
28 Capítulo 27 – Mistérios, Confissões e Silêncios
29 Capítulo 28 – O Silêncio da Floresta e o Som do Coração
30 Capítulo 29 – Entre Beijos e Sombras do Passado
31 Capítulo 30 – Verdades Cortam Mais que Facas
32 Capítulo 31 – Entre Risos e Segredos
33 Capítulo 32 – O Pen Drive
34 Capítulo 33 – Propriedade de um Moretti
35 Capítulo 34 – Segredos Escondidos
36 Capítulo 35 – O Jogo de Máscaras
37 Capítulo 36 – O Jogo da Dor e a Morte do Irmão
38 Capítulo 37 – Cicatrizes e Promessas Ardentes
39 Capítulo 38 – Rir para Não Chorar
40 Capítulo 39 – Tudo Tem um Começo
41 Capítulo 40 – Ninguém Está Seguro
Capítulos

Atualizado até capítulo 41

1
Capítulo 1 – A Filha do Inimigo
2
Capítulo 2 – Refúgio em Cinzas
3
Capítulo 3 – Um Segredo Chamado Perdão
4
Capítulo 4 – A Herdeira e o Lobo
5
Capítulo 5 – Códigos de Sangue
6
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Capítulo 9 – Farpas e Veneno
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Capítulo 40 – Ninguém Está Seguro

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