Capítulo 02

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Estávamos em Angra dos Reis havia três dias. Hoje, mesmo em clima de descanso, já participei de duas reuniões — rotina inevitável para quem administra uma rede de hotéis de luxo. Agora, estava a caminho do estúdio onde minha esposa faria uma campanha publicitária. Não me lembrava o nome da marca, mas isso era irrelevante. O importante era buscá-la e voltarmos juntos para São Paulo ainda esta noite.

Estacionei o Audi Q5 em frente ao prédio, coloquei meus óculos escuros e entreguei as chaves ao manobrista, Martin, com um leve aceno. Me identifiquei na portaria como o marido de Jade Montenegro e subi direto para o andar informado.

Nem todos sabem, mas nosso casamento começou como uma fusão entre duas famílias poderosas. Uma união estratégica, pensada nos bastidores da alta sociedade. O que ninguém esperava — nem mesmo nós — era que, no meio do caminho, o amor surgisse. Um amor real, intenso, avassalador.

Jade se tornou o centro do meu mundo. E nossos filhos, Benício e Gael, são as maiores bênçãos que já recebi.

Passei o cartão na fechadura eletrônica e a porta se abriu com um clique discreto. Alguns rostos se voltaram para mim — todos do time de produção. Meu olhar foi direto para ela.

Jade.

Estava sendo fotografada de lingerie, em poses elegantes, seguras, sensuais. Um profissionalismo que me deixava, ao mesmo tempo, orgulhoso e inquieto. Engoli em seco ao ver um dos fotógrafos — um cara com cabelo desgrenhado e cara de quem se acha mais artista do que é — olhando demais.

Pigarreei alto, o suficiente para marcar minha presença.

Ok, eu sei. Essas fotos serão publicadas, milhares de pessoas vão vê-la assim. Ela é uma mulher pública, uma modelo brilhante, dona de si. Mas sob a minha presença, permitir que qualquer homem a devore com os olhos daquela forma?

Inadmissível.

Ela percebeu minha presença ao final de mais uma sequência de cliques. Seu olhar encontrou o meu por cima do ombro, e por um breve instante, o tempo pareceu desacelerar. Jade ergueu uma sobrancelha com leve provocação — ela sabia exatamente o efeito que causava em mim.

— Cinco minutos, amor — disse ela, já caminhando em direção ao camarim, com um sorriso de canto que só eu conhecia.

Assenti em silêncio, cruzando os braços enquanto esperava. O fotógrafo tentou puxar conversa comigo, mas bastou um olhar para que ele voltasse a ajustar as lentes como se a vida dele dependesse disso.

Pouco depois, Jade reapareceu vestindo um conjunto confortável de moletom e tênis branco. Ainda assim, continuava deslumbrante. Os cabelos presos num coque alto, sem maquiagem, e os olhos brilhando de cansaço misturado com satisfação.

— Pronto, meu motorista charmoso pode me levar agora — disse ela, me dando um beijo rápido na bochecha.

Peguei sua mochila com uma das mãos e entrelacei os dedos da outra com os dela enquanto descíamos. O caminho até o hotel foi silencioso, mas não desconfortável. Era aquele tipo de silêncio nosso, íntimo, cheio de significados.

Ao chegar no hotel, subi com ela até a suíte presidencial. Nosso quarto temporário, com vista para o mar e cheiro de lavanda espalhado pelas almofadas. Assim que a porta se fechou atrás de nós, Jade largou os sapatos e se jogou na cama, de bruços, soltando um suspiro longo.

— Tô exausta — murmurou, a voz abafada pelo travesseiro.

— Eu percebi. Quase dei na cara daquele fotógrafo.

— Arthur... — ela riu, virando-se de lado para me encarar — você sabe que ele só está fazendo o trabalho dele.

— Ele pode fazer o trabalho dele com menos olhos famintos, talvez.

Ela revirou os olhos, mas sorriu. Um sorriso pequeno, cheio de ternura.

— Ele é gay, amor, não precisa ter ciúmes dele.

— Sempre vou ficar. Você é a mulher mais linda que já vi. E é minha.

Me ajoelhei diante da cama e segurei seu queixo com delicadeza. Ela ficou séria por um momento e levou a mão até o meu braço, passando os dedos sobre a tatuagem da data gravada ali. 10 de setembro. A noite em que tudo mudou entre nós.

— Você acha que a gente ainda vai ser assim pra sempre, Arthur?

— Eu tenho certeza. — beijei sua testa. — Só precisamos lembrar disso… mesmo quando o mundo tentar fazer a gente esquecer.

Ela fechou os olhos, como se gravasse aquelas palavras no coração. E por um momento, só existiam Jade, eu… e a memória do amor que começamos a construir quando ninguém acreditava que era real.

— Agora… será que eu posso aproveitar um pouco da mulher da minha vida ou ela está cansada demais até pra uma rapidinha? — perguntei com um meio sorriso, enquanto meus dedos acariciavam sua cintura por cima do moletom.

Os olhos dela brilharam, e um arrepio percorreu sua pele.

— Nunca estou cansada pra você — murmurou com aquela voz baixa e provocante que só usava comigo.

Nossas bocas se encontraram com urgência, num beijo faminto, carregado de desejo e pertencimento. Deitei sobre ela, sentindo seu corpo se moldar ao meu com a mesma familiaridade de quem já se conhece no escuro. Minhas mãos exploraram suas curvas com reverência e fome, deslizando sob o tecido macio enquanto nossos suspiros se misturavam no quarto silencioso.

Jade era minha. Minha mulher. Minha tentação constante. A rainha que eu tratava com devoção… e que eu amava com intensidade bruta. A minha princesa que eu fodia como uma puta.

— Você não faz ideia do que provoca em mim, amor — sussurrei contra sua pele, descendo beijos pelo pescoço até a clavícula.

Ela puxou minha camiseta com pressa, me arranhando de leve, o que só atiçava ainda mais o fogo entre nós. Nossos corpos se reconheceram, como sempre. Em movimentos sincronizados, deslizamos um sobre o outro com ritmo e desejo. Não havia pressa, mas também não havia hesitação. Era paixão crua, amor suado e pulsante.

A lingerie dela caiu no chão junto com o resto da razão. E naquela cama de hotel, fizemos o que sabíamos fazer tão bem: nos lembrar de quem éramos um para o outro, mesmo quando o mundo lá fora parecia querer nos esquecer.

— Vem cá — ela sussurrou, puxando-me pela nuca até que nossos rostos estivessem colados de novo.

Nossos corpos se alinharam naturalmente, como se feitos sob medida um para o outro. Entrei nela em um movimento firme, e Jade arqueou o corpo, soltando um gemido rouco e abafado no meu ouvido.

— Deus… — murmurei, segurando-a pela cintura, enquanto começávamos um ritmo lento, intenso, cheio de desejo contido.

Ela envolveu minha cintura com as pernas, puxando-me para mais perto, como se quisesse me manter ali dentro dela para sempre. Meus lábios percorreram seu pescoço, seu colo, enquanto suas unhas marcavam minhas costas. A cada investida, seu corpo respondia com precisão. Era como uma dança silenciosa e íntima, onde não existia dúvida, só entrega.

— Você é minha, Jade… só minha.

— Sempre fui sua, Arthur. Sempre.

Aquelas palavras saíram entre ofegos, no auge de um momento que misturava prazer com amor real. Os movimentos ficaram mais urgentes, mais profundos, até que não havia mais nada além de nós dois — os corpos unidos, os corações disparados, e a certeza de que, apesar de tudo, ainda sabíamos como nos encontrar ali. Um no outro.

Nos deixamos cair lado a lado, ofegantes, suados, mas com aquele silêncio satisfeito preenchendo o quarto. Minha mão buscou a dela por instinto. Jade sorriu, com os olhos fechados, e apertou meus dedos entre os seus.

O silêncio no quarto era preenchido apenas pela respiração acelerada de nós dois, mas os olhos dela diziam tudo. Jade me encarava como se soubesse exatamente o que queria — e o que faria comigo.

Ela se moveu com delicadeza, deslizando o corpo por cima do meu, os cabelos caindo como um véu sobre meu peito. Seus lábios começaram a explorar minha pele com beijos lentos, provocantes, descendo centímetro por centímetro enquanto seus olhos mantinham os meus presos.

— Quero te sentir inteiro — ela sussurrou, com um brilho travesso.

Quando a boca dela me envolveu, um arrepio percorreu minha espinha. Fechei os olhos e deixei a cabeça cair contra o travesseiro, me rendendo à sensação. Ela me tocava com maestria, como se cada movimento fosse calculado para me levar à beira da loucura, e ao mesmo tempo, me manter ali, no controle dela.

— Jade… — murmurei, os dedos se entrelaçando nos fios do cabelo dela. — Você sabe o que faz comigo.

Ela apenas sorriu contra minha pele, provocando ainda mais.

Quando não consegui mais suportar, a puxei com cuidado, invertendo nossas posições. Agora era minha vez de adorá-la, como ela merecia. Beijei cada curva do seu corpo com devoção, ouvindo seus suspiros suaves se transformarem em gemidos baixos.

— Eu poderia passar a vida inteira descobrindo você — sussurrei, antes de mergulhar entre suas coxas.

Jade se arqueou, levando uma das mãos à boca para conter o som que escapava. Eu a conhecia bem. Sabia exatamente como levá-la ao limite e trazê-la de volta — e naquela noite, faria isso quantas vezes fossem necessárias para lembrá-la do quanto era amada, desejada, minha.

Naquela suíte de hotel, entre lençóis amarrotados e olhares que diziam mais que palavras, não havia crise, passado ou dúvida. Só nós dois. Completos. Intocáveis.

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Comments

Phillip Shakespeare

Phillip Shakespeare

esse final foi desnecessário senhor Montenegro informações demais kkk

2025-05-12

3

Kah

Kah

Agora sim vejo um homem apaixonado pela esposa e pelos filhos. Ainda bem que essa união não foi tão ruim assim para eles e nasceu um amor profundo e intenso.

2025-05-12

3

Phillip Shakespeare

Phillip Shakespeare

amo esses pensamentos um dia quero chegar a esse pensamento

2025-05-12

1

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