– Um domingo só nosso
O sol de domingo prometia um dia leve e cheio de boas memórias. Lucas acordou mais cedo do que o habitual. Tinha planejado algo especial: um passeio ao parque com Benjamim e Rafaela. Não era comum que ele tivesse um dia inteiro livre, mas naquela semana havia decidido: aquele tempo com seu filho — e com Rafaela — era prioridade.
— Prontos para nossa pequena aventura? — ele perguntou ao ver os dois prontos na sala.
Benjamim, com um boné azul e tênis novos, gritou empolgado:
— Vamos ver os patinhos, papai!
Rafaela, vestida de forma simples mas encantadora, com um vestido floral leve e um sorriso sereno, respondeu:
— Estamos mais do que prontos.
O parque estava florido, cheio de famílias, crianças brincando e cachorros correndo. Lucas levou uma cesta com frutas, sanduíches e sucos. Sentaram-se sob uma árvore grande e sombreada, enquanto Benjamim corria em volta, explorando cada centímetro de grama e chamando Rafaela para ver cada descoberta.
— Olha, Rafa! Uma joaninha!
— Que linda! Ela veio dizer que seu domingo vai ser muito feliz — respondeu ela, fazendo-o rir.
Lucas observava a cena com o coração aquecido. Rafaela não era só uma babá. Ela era presença, cuidado, amor sem pressa. E Benjamim... brilhava ao lado dela.
— Você faz um bem danado pra ele — disse Lucas, num tom mais baixo, quando estavam só os dois.
— Ele também faz por mim. Nunca pensei que amar uma criança assim fosse tão natural... e tão forte.
Lucas encarou o rosto dela, e por um instante, o tempo pareceu parar. Rafaela também o olhou. Havia algo ali. Algo que nenhum dos dois queria nomear ainda... mas sentiam.
Depois do piquenique, andaram juntos pelo lago, deram comida aos patos, riram das caretas de Benjamim e, por fim, terminaram a tarde com um sorvete.
Na volta para casa, Benjamim dormiu no carro, cansado e feliz. Rafaela acariciava os cabelos do menino com ternura.
— Foi um dia perfeito — ela murmurou.
Lucas dirigia em silêncio, mas em sua mente só existia uma frase:
“Se isso não é o começo de uma família... então eu não sei o que é.”
---
Lucas sentou-se na varanda da casa dos pais naquela noite. Benjamim dormia lá, como sempre fazia de vez em quando, e ele aproveitava aquele momento raro para conversar com Adam e Leonor, os dois sempre tão presentes em sua vida.
— Está tudo bem, filho? — Adam perguntou, sentando-se ao lado do filho com uma taça de vinho.
— Sim... ou quase. Estou confuso.
Leonor apareceu com uma xícara de chá e sentou-se com eles, percebendo no ato que o filho precisava falar.
— É sobre Rafaela, mamãe.
— A babá do Benjamim? — ela perguntou, mas com um sorriso de quem já sabia.
Lucas passou a mão nos cabelos, nervoso.
— Eu... eu acho que estou gostando dela. E não de um jeito leve. Ela entrou naquela casa e mudou tudo. Benjamim é outro menino ao lado dela. E eu... estou me pegando olhando demais. Pensando demais. Sentindo demais.
Adam sorriu, compreensivo.
— Você é um homem, Lucas. Um pai, sim. Mas também um homem. E pelo que conhecemos de Rafaela, ela é uma mulher admirável.
— Ela ama o Benjamim como se fosse dela — completou Leonor. — Isso já diz tudo.
Lucas suspirou.
— Só não sei se é certo... se ela sente o mesmo... não quero assustá-la.
— Então vá com calma — disse Leonor, tocando sua mão. — Mas não deixe de viver algo bonito por medo. Às vezes, as melhores famílias começam em caminhos inesperados.
---
Rafaela sentou-se no sofá da pequena casa da amiga Júlia, onde costumava ir nas folgas. Tinha preparado um bolo e as duas tomavam café.
— Ele é diferente, Jú. Não é só um patrão. Ele é um bom pai, é gentil, responsável... e lindo. — Rafaela riu, sem graça. — E o jeito que ele cuida do Benjamim... me encanta.
— Rafa... você tá se apaixonando?
Ela ficou em silêncio. Depois, sorriu de leve.
— Talvez. E isso me assusta. Eu vim pra esse emprego precisando de estabilidade, focada. E de repente estou rindo demais. Sentindo demais. Dormindo pensando nos dois... e acordando sorrindo porque vou vê-los.
— E o que você sente quando está com o Benjamim?
— Que ele é meu também, de alguma forma. Ele me chama pra brincar, me conta segredos, deita no meu colo quando está cansado. Eu o amo. E é isso que mais me confunde.
— E o Lucas?
— É como se... estar ao lado dele fosse natural. Como se já fôssemos uma família, mesmo sem ter dito isso em voz alta.
Júlia segurou a mão da amiga e disse com ternura:
— Talvez você já tenha encontrado mais do que um emprego, Rafa. Talvez você tenha encontrado um lar.
---
Fim do capítulo!
🖤Gostou ?
🖤Curti comenta e compartilha
🖤 até aproxima tchau
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Comments
Luiza Maria Dos Santos Silva
Rafa encontrou um lar
2025-05-15
0