O Namorado da Minha Irmã
📍FLORENCE
\~ Elleny Flinn
Foi quase.
Quase que perco o voo, mas consegui chegar a tempo, e aqui estou.
Pousando em Florence, depois de 5 anos. Minha vida é em Burgo, uma cidadezinha aconchegante e bem tranquila, Florence não tem nada haver com um lugar calmo e tranquilo, pelo contrário, é bem agitado.
Pego minhas malas, nao sabendo o que me espera aqui, a única notícia que tenho é um casamento. Tenho que ficar aqui um mês, exigências de minha mãe Livian Flinn, e eu não estou podendo questionar no momento.
Tenho 25 anos, sou solteira e ainda faço tratamento para depressão, o que eu não posso agora é ir contra dona Livian, já a desapontei demais.
Mas esse lugar me deixa muito desconfortável, tomo logo um analgésico a caminho da mansão dos Rides, é lá o meu destino. Soube pela minha irmã Megan, que a nossa mãe tem um romance com o magnata Gerson Felipo Rides, dono da multimilionária empresa de carros GFR.
O motorista já tem costume de vir nesse lugar, então não precisei de passar nenhuma informação sobre o local, apesar de que, eu também nem saberia dizer.
Adentramos a uma luxuosa e enorme mansão, com portões dourados e tudo, eu acho um exagero, uma mansão desse tamanho me faz sentir tão pequena, um inseto minúsculo.
Lourence o motorista, estaciona em frente a uma escada e logo sai para pegar as minhas malas - nós já havíamos nos aprensentado no aeroporto - ele deposita minhas duas malas no chão e com um sorriso se despede.
Ele segue seu caminho para a garagem e eu fico parada olhando para a porta, criando coragem para adentrar.
“Fica calma Elleny, você vai ficar bem, é só ficar calma”
Falo isso pra mim mesma em minha mente, respiro fundo e me sinto pronta, vou encarar logo isso, e espero que acabe logo.
Subo as escadas e aperto a campainha, ouço um barulho enorme tocar em seguida a porta se abre, uma senhora simpática aparece, ela deve ter uns 65 anos, ela sorri e logo me cumprimenta.
Angeline - Olá minha querida, você deve ser a senhorita Elleny. Acertei?
Elleny - Sim, a senhora acertou. Prazer…
Angeline - Angeline querida, sou a governanta desta casa. Entre, irei pedir a Éric para buscar suas malas.
Elleny - Eu as levo, não se preocupe…
Angeline - Não, ele as leva. Venha comigo.
Não fui contra essa senhora, estou tentando me manter na postura, mesmo meu interior clamando para estar em Burgo outra vez, longe de tudo isso.
Ela me conduz até uma área na parte de trás da casa, e avisto um jardim enorme, com várias rosas de várias cores, minha visão se agrada em ver essa beleza.
Sigo ela até ver uma mesa, servida de muita comida, pães, bolos, sucos, torradas, frutas, frios, muita coisa que eu me perdi.
Sentados à mesa estão, minha mãe, o Gerson, um rapaz moreno de olhos mel, minha irmã Megan e uma cadeira vazia.
Livian - Bem vinda minha filha, finalmente chegou.
Minha mãe, uma mulher na faixa dos quarenta, mais exatos 44 anos, loira num tom mais frio, olhos azuis, carrega consigo um enorme sorriso, não a vejo a anos, então reparo em algumas marcas de expressão que antes não possuía, um pouco de olheiras, mas bem leves, ainda assim, não tirava a beleza dela.
Elleny - Oi mãe, bom dia. Olá a todos.
Megan - Oi irmãzinha. Bem vinda.
Megan é 4 anos mais velha, ela é uma loira assim como nossa mãe, porém seus olhos são castanhos como o nosso pai. Ela também herdou as sardas do nosso pai assim como eu.
Gerson - Finalmente estou conhecendo a caçula da Livian, muito prazer, sente-se conosco.
Eu me sento, esboçando uma reação mais neutra, é o máximo que eu consigo nessas circunstâncias. O rapaz de olhos de mel, ainda me encara, ele não está transmitindo muito o que está pensando.
Gerson - Este é meu filho, Josh Rides. Josh, fale com Elleny filho.
Ele dá um singelo sorriso, ainda me olhando ele diz.
Josh - É um prazer conhecer a irmã de Megan. Vocês realmente não são nada parecidas.
Acho que ele se refere ao fato de eu ser ruiva, meu pai era ruivo, ele tinha olhos castanhos mas os meus olhos são azuis como o da minha mãe.
Megan - Minha irmãzinha é linda demais, eu não herdei os olhos da mamãe só a cor dos cabelos.
Minha irmã diz segurando na mão de Josh, os dois parecem ser próximos. Devem ser, já que moram juntos nessa casa.
Livian - Ela só não gosta de ficar perto da família.
Não demorou muito para me alfinetar, eu assumo que prefiro me isolar da família que me restou, já que a mais de 6 anos meu pai faleceu. Tenho pensamentos egoistas desde então.
Elleny - Mãe, sabe que minha vida é em Burgo agora.
Megan - Mas pode ser aqui também.
Megan me olha com ternura, como se fosse um grande desejo dela eu estar aqui, mas eu não sei se amaria morar aqui.
Gerson - Temos esse período para convencer Elleny de se juntar a nós como família. Vamos comer.
Vejo quem dá as ordens aqui, claro que seria ele, a casa o pertence, mas não vejo arrogância em sua fala, é apenas ele cuidando para que todos se sintam bem.
Josh finalmente desvia o seu olhar de mim e foca nos croissant, Megan ataca a salada de frutas, minha mãe uma torrada, Gerson café e pão de queijo e eu apenas pego um suco de Laranja.
Megan - Que bom que tem se cuidado irmãzinha.
Ela diz revirando os olhos, com ironia.
Elleny - Eu já comi o bastante no voo.
Livian - Coma mais, está mais pálida e magra. Quero minhas filhas belas para a cerimônia.
Eu não ouso em desobedecer sua ordem, prefiro que o ambiente fique mais confortável pra todos, mesmo eu querendo me enfiar em qualquer buraco desse jardim. Eu pego um pedaço de bolo e a salada de frutas, como saboreando, já que eu menti em dizer que havia comido algo durante o voo.
Josh - O que tem feito em Burgo Elleny?
Essa pergunta me pegou desprevenida, eu não teria coragem de dizer a minha mãe que trabalho em uma biblioteca do bairro, que eu moro em uma quitinete mobiliada e que o que eu recebo mal dá pra me sustentar, não saio e muito menos gasto mais do que devo. Uso o dinheiro que ganho para alimentação, higiene pessoal e meus remédios.
Minha mãe não sabe que faço tratamento para depressão, ou se sabe, ela nunca mencionou.
Eu forço um sorriso, mas não fui capaz de convencer ninguém a mesa.
Elleny - Vivo uma vida tranquila em Burgo.
Josh - Tranquila? Lá não tem muito o que se fazer não é..
Megan - Josh, chega. Minha irmãzinha precisa descansar, a viagem foi longa. Vou levá-la ao quarto dela.
Megan sempre sentiu o dever de me proteger, principalmente de nossa mãe. Ela tomou a frente quando era preciso que alguma de nós duas desse orgulho a senhora Livian e vivesse de acordo com os gostos dela, eu pelo contrário sempre fui diferente.
Elleny - Adoraria dizer sobre o lugar onde moro, mas devo concordar que estou exausta.
Megan - Então ótimo, se nos derem licença.
Josh me encara uma última vez, antes de concordar com minha irmã, minha mãe estava observando tudo atentamente e não se deu por vencida, mas por ora ganhei um tempo antes de ouvir seus sermões. Gerson, se despede também e segue para sua empresa.
Dependendo da minha irmã para me conduzir até meu quarto, eu a espero em pé, e ela segue na frente, passamos pela sala, onde agora pude reparar em alguns detalhes, lustre enorme, vários vasos espalhados, um enorme sofá, tapete branco e macio no chão, uma mesa de centro perfeitamente alinhada, mas sem televisão.
Subimos mais escadas o segundo andar era imenso, com mais quartos que eu imaginava, dez portas de cada lado, não sei bem o que são cada uma, mas a última do lado direito era o meu quarto.
Minhas malas já estão nele, e está tudo impecavelmente limpo.
Megan - Vou deixá-la mais a vontade, hoje temos um jantar importante com um sócio do papai, vou sair agora. Qualquer coisa pode me chamar irmãzinha.
Me perdi no “papai”, esse homem vai querer que eu o chame assim também!?
Espero que não, sem ofensas eu não quero.
Elleny - Chamo se precisar, obrigada.
Megan sorri e sai.
Eu finalmente posso respirar fundo, e foi só a primeira interação depois de anos.
Vai ser mais difícil do que eu pensava.
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Atualizado até capítulo 25
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