As ruas de Paris, iluminadas pela luz suave dos postes e pela neblina noturna, eram como um cenário de um romance proibido, e, naquele momento, Camila se sentia como uma personagem perdida entre as sombras e as luzes. Rafael andava à frente, seus passos firmes e tranquilos, como se estivesse imerso em um plano maior, enquanto ela o seguia, absorvendo a atmosfera de uma cidade que, a cada momento, parecia mais misteriosa e intoxicante.
"Para onde estamos indo?" Camila finalmente perguntou, a ansiedade tomando conta dela. O frio da noite se misturava com o calor de seu corpo, enquanto ela tentava encontrar um sentido para tudo o que estava acontecendo. Ela não estava mais apenas em Paris; estava mergulhando de cabeça em um jogo perigoso, e sabia que não podia voltar atrás.
Rafael se virou lentamente, seu olhar encontrando o dela com uma intensidade que fez o coração de Camila disparar. "Estamos indo para onde o destino nos levar, Camila. Não importa o quanto você tente entender agora, só vai fazer sentido quando estivermos lá."
Ela engoliu seco, sentindo a dor da incerteza que o acompanhava. Mas, ao mesmo tempo, havia algo nela que estava se entregando ao desconhecido. Talvez fosse o desejo de descobrir quem ela realmente era ou o impulso de se afastar da vida segura e previsível que sempre tivera. Paris, com seus mistérios e promessas, era a chave para uma nova vida, uma nova jornada.
Eles caminharam mais alguns minutos, até que chegaram a um pequeno prédio antigo. A fachada desgastada pelas décadas de história contrastava com a elegância das ruas ao redor. Rafael fez um gesto para que Camila o seguisse e entrou pela porta da frente, sem precisar dizer uma palavra. Camila hesitou por um instante antes de entrar atrás dele, sentindo a tensão no ar.
O interior do prédio era escuro e cheio de uma energia densa, quase como se os próprios muros guardassem segredos. Rafael parou diante de uma porta de madeira escura e bateu três vezes, de forma ritmada. Não houve resposta, mas a porta se abriu sozinha, como se estivesse aguardando por eles.
"Entre," Rafael disse, sua voz suave, mas autoritária.
Camila respirou fundo e atravessou a porta, entrando em um ambiente completamente diferente do que ela imaginava. O espaço parecia um tipo de salão privado, com cortinas pesadas cobrindo as janelas e velas acesas, criando um ambiente de intimidade e mistério. O cheiro de incenso misturado com o aroma de vinho envelhecido tornava o ar espesso e envolvente.
Rafael, com seus olhos fixos nela, caminhou até o centro do salão, onde uma mesa estava preparada com duas taças de vinho e uma garrafa aberta. "Sente-se," ele ordenou com calma.
Camila se aproximou, seus passos hesitantes, mas curiosos. Ela sentiu que havia algo inevitável naquele momento, algo que ela não poderia evitar. Quando se sentou à mesa, Rafael pegou a garrafa e serviu o vinho. Ele fez um movimento com a mão, convidando-a a beber.
"Você tem a chance de viver algo único, Camila. Um momento em que tudo se transforma," Rafael disse, sua voz quase hipnótica. "Mas para isso, você precisa abrir mão de seus medos. Precisamos ser mais do que apenas dois estranhos em uma cidade desconhecida. Precisamos nos tornar uma coisa só."
As palavras dele ressoaram dentro de Camila, como uma melodia suave que a chamava para um lugar onde ela nunca imaginou ir. Ela olhou para ele, e, antes que pudesse responder, Rafael se aproximou, seus olhos fixando os dela com uma intensidade que parecia atravessar sua alma.
Ele a tocou levemente no rosto, e Camila sentiu um arrepio correr por seu corpo. Havia algo magnético nele, algo que a atraía de uma forma irresistível. O desejo crescia dentro dela, e ela não sabia mais como resistir.
"Rafael..." Camila sussurrou, seu coração batendo forte. "O que você quer de mim?"
Ele sorriu, mas não era um sorriso qualquer. Era o sorriso de alguém que sabia exatamente o que estava fazendo, que controlava a situação, mas também sabia como despertar o desejo mais profundo no outro. "Eu quero que você se entregue, Camila. Quero que você me permita mostrar algo que você nunca imaginou ser capaz de sentir."
Sem dizer mais nada, ele a puxou para perto, seus lábios tocando os dela de forma feroz e urgente. O beijo foi selvagem, como se tudo o que havia entre eles até aquele momento estivesse se desfazendo, deixando apenas o desejo crudo e incontrolável. Camila tentou se afastar por um momento, mas Rafael não a deixou. Ele a segurou com força, aprofundando o beijo, e ela se deixou levar.
A sensação de perder o controle era assustadora, mas ao mesmo tempo, maravilhosa. Camila nunca tinha sentido nada assim antes. Cada toque, cada movimento, a fazia querer mais, e ela não sabia se estava pronta para o que viria a seguir, mas sabia que não queria parar.
Quando finalmente se afastaram, ambos ofegantes e com os corações disparados, Rafael a olhou nos olhos, como se estivesse avaliando a profundidade de seus sentimentos.
"Você vê?" ele perguntou, sua voz rouca. "Agora você sabe o que é se entregar ao que é mais profundo. O que sente por mim... não é algo que você pode negar, Camila. Não importa o quanto você tente."
Camila sentiu o calor se espalhar por todo o seu corpo, mas também sentiu algo mais, algo que a fazia questionar tudo o que ela pensava sobre si mesma. O que ela havia feito? E, mais importante, o que ela queria realmente? A verdade estava ali, diante dela, mas ela ainda não sabia como lidar com ela.
"Eu não sei o que fazer com isso," ela disse, sua voz baixa, mas cheia de intensidade.
"Você não precisa fazer nada," Rafael respondeu com calma. "Apenas siga o fluxo. Eu estarei aqui, ao seu lado. Quando você estiver pronta, vai entender."
E, com isso, ele se afastou, deixando Camila sozinha com seus pensamentos e sentimentos confusos, mas também com uma nova sensação de poder e desejo. Ela não sabia o que o futuro traria, mas sabia que havia cruzado uma linha da qual não havia mais volta.
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Atualizado até capítulo 22
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