O café estava silencioso, apenas o som suave da máquina de café e o tilintar das xícaras quebrando o silêncio. A luz suave das velas nas mesas ao redor dava ao ambiente uma sensação acolhedora, mas, para Camila, a atmosfera estava carregada de tensão. Sentia que estava prestes a desvendar algo crucial, algo que poderia mudar completamente sua vida.
Rafael, com sua postura imponente e o olhar penetrante, parecia completamente à vontade. Ele parecia estar esperando que Camila falasse, mas ela estava em um estado de total confusão. O que ele queria dela? Qual era o propósito daquela viagem e, mais importante ainda, qual era o seu papel nela?
Ele a observava com calma, mas havia algo em seus olhos que deixava claro que ele sabia mais do que estava revelando. O jogo que ele começara não era apenas sobre jogar palavras, mas sobre controlar o ritmo das emoções e ações de ambos.
"Eu sei que você está confusa," ele disse, quebrando o silêncio. Sua voz era grave, quase como se cada palavra carregasse um peso que Camila ainda não conseguia compreender. "Mas isso é parte do processo. Às vezes, para encontrar o que se busca, precisamos nos perder um pouco."
Camila o olhou, sua mente tentando processar o que ele acabara de dizer. "Eu não entendo o que você quer dizer com isso."
Rafael sorriu levemente, mas o sorriso não chegou aos seus olhos. "Em Paris, você vai descobrir o que significa se perder. Mas o que você faz com isso, Camila... é o que vai determinar o seu futuro."
Ela queria saber mais. Queria entender o que ele estava dizendo, mas, ao mesmo tempo, havia algo nela que começava a se soltar. Ela sentia uma atração crescente por Rafael, um desejo que estava se tornando incontrolável. Mas ela também sabia que precisava estar alerta. Ele era uma figura misteriosa e perigosa, alguém que a estava conduzindo por um caminho que ela não podia ver claramente.
"Você é o tipo de homem que gosta de controlar as coisas," Camila disse, tentando desafiar a calma dele com uma frase que, embora ousada, refletia a frustração que ela sentia.
Rafael não se alterou. Apenas a observou, como se estivesse analisando cada palavra que ela dizia. "Sim," ele admitiu. "Eu sou. Eu sempre fui. Mas controlamos apenas o que podemos controlar, Camila. O resto... o resto é uma questão de permitir que as coisas aconteçam."
Ela o encarou, sem saber se devia se sentir mais atraída por ele ou mais desconfiada. Ele parecia ter controle sobre ela de uma maneira quase hipnótica, mas não era apenas isso. Ele tinha um poder sobre ela que ela não conseguia explicar. Era como se ele fosse a chave para algo que ela nem sabia que estava buscando.
"Eu não vim aqui para perder o controle," ela respondeu, tentando manter sua independência. "Vim aqui para encontrar respostas."
"Talvez você precise perder o controle primeiro, antes de encontrar as respostas que busca," Rafael disse, sua voz suave, mas carregada de uma intensidade que a fazia questionar tudo o que sabia sobre si mesma.
O garçom se aproximou, interrompendo o momento tenso, e serviu a bebida. Camila não sabia se era o café ou as palavras de Rafael, mas algo dentro dela estava fervendo. Ela sentia uma mistura de emoções conflitantes: excitação, raiva, desejo, medo.
Rafael, percebendo seu silêncio, inclinou-se ligeiramente para frente. "Eu sei o que você está pensando," ele disse, sua voz agora mais baixa, mais íntima. "Você está tentando se manter racional, tentando encontrar um jeito de se proteger. Mas eu vou te dizer uma coisa: a única maneira de você realmente entender o que está acontecendo é se entregar."
Camila sentiu uma onda de calor subir por seu corpo. "Se entregar a quê?" Ela perguntou, a palavra saindo quase como um sussurro.
"Às suas emoções," Rafael respondeu. "Ao desejo que você sente por mim. Ao desejo que você sente por Paris. À sua própria necessidade de se perder. Quando você fizer isso, vai entender que há algo mais aqui, algo que vai além da razão."
Camila sentiu o peito apertar. Ele estava tocando em algo muito profundo dentro dela. Não era apenas a atração física que ela sentia por ele, mas algo mais, algo que ela não conseguia compreender, mas que estava começando a aceitar. Ela queria se entregar, queria ceder, mas o medo ainda a segurava.
"Eu não sei se consigo," ela admitiu, sua voz trêmula. "Eu não sou como você. Eu não sei ser essa pessoa."
"Você é mais do que imagina," Rafael disse, sua voz agora mais suave, quase sedutora. "Eu vejo isso em você. Eu sei do que você é capaz. Você só precisa deixar as correntes caírem e ser quem você realmente é."
Camila olhou para ele, seu coração batendo mais rápido. Era como se ela estivesse sendo atraída para algo de que não conseguia fugir. As palavras dele a estavam envolvendo de uma maneira que ela não conseguia resistir, e ela sabia que, mais cedo ou mais tarde, ela teria que tomar uma decisão. Não seria mais possível permanecer na linha entre o querer e o evitar.
Rafael se levantou, pegando sua jaqueta com um movimento fluido. "Vamos caminhar. Há algo que você precisa ver."
Camila hesitou, mas a curiosidade venceu. Ela se levantou e o seguiu, ainda sem saber o que ele tinha em mente. Mas, à medida que se afastavam do café e adentravam as ruas estreitas de Paris, ela sentia que estava prestes a atravessar uma linha que não teria volta.
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Atualizado até capítulo 22
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