CAPÍTULO 2: EM SOLO ESTRANHO

O avião aterrissou suavemente no aeroporto Charles de Gaulle, mas para Camila, a sensação de estar em solo estrangeiro não foi apenas geográfica. Ela estava imersa em um mundo novo, e Rafael, com seu comportamento tranquilo e enigmático, era o guia que a conduzia sem sequer perguntar se ela queria ser guiada.

O vento gelado que soprou ao sair do terminal fez Camila se arrepiar, mas não era só o frio que a fazia tremer. Era a sensação de estar sozinha, mesmo estando acompanhada. O mistério em torno de Rafael só aumentava, e ela mal podia entender o que estava acontecendo, mas sua curiosidade estava à flor da pele.

Rafael andava à sua frente, com passos longos e decididos, quase como se ele soubesse exatamente onde estava indo, como se a cidade de Paris fosse sua para explorar e dominar. Ele era como um enigma, um homem que tinha uma presença que não podia ser ignorada. Camila o observava com um misto de fascínio e apreensão, sentindo-se atraída por ele, mas também desconfortável com o desconhecido.

"Você tem um plano para nós?" Camila perguntou, tentando quebrar o silêncio que se estendia entre eles desde o aeroporto em Belo Horizonte. A pergunta saiu mais curta do que ela gostaria, mas ela queria entender, ao menos um pouco, o que estava acontecendo.

Rafael olhou para trás por um momento, seus olhos penetrantes encontrando os dela. "Eu tenho vários planos, Camila. Alguns deles você vai entender com o tempo. Outros... bem, talvez você nunca entenda completamente." Ele sorriu de lado, um sorriso que parecia esconder segredos e promessas de algo que ela ainda não poderia prever.

"Mas você vai me contar o que está acontecendo?" ela insistiu, sem conseguir esconder o toque de impaciência em sua voz. "Eu não sou do tipo que embarca em uma viagem sem saber o que está acontecendo. Preciso de mais do que enigmas."

Rafael parou de caminhar, fazendo com que Camila também parasse. Ele olhou para ela com um olhar calculado, como se estivesse avaliando cada palavra que ela dizia. "Você está em Paris, Camila. O que mais você precisa saber? Aqui, tudo é uma questão de escolha. O que você escolhe, o caminho que você toma... isso vai determinar tudo."

Camila franziu a testa. "Isso não faz sentido."

"É simples," Rafael continuou, com uma calma que contrastava com a ansiedade crescente de Camila. "Você escolhe continuar a busca pela liberdade e pelo mistério, ou escolhe a segurança de uma vida conhecida? Eu posso te dar ambos, mas lembre-se: a escolha tem um preço."

O tom de Rafael era baixo, mas firme, como se ele tivesse se tornado a própria personificação do dilema que ele estava lhe oferecendo. Camila sentiu um calafrio. Não sabia por que, mas suas palavras a afetaram profundamente. Era como se ele soubesse algo sobre ela que ela mesma não entendia completamente.

"Você já fez sua escolha," ele disse, tomando a dianteira novamente e gesticulando para que ela o seguisse. "Agora, vamos começar a explorar Paris."

Camila hesitou por um momento, mas a atração que sentia por ele, aliada à curiosidade crescente sobre sua verdadeira missão, a fez seguir Rafael sem hesitar. Paris parecia ser a chave para algo novo, algo que ela mal conseguia compreender. Ela tinha vindo para se encontrar, mas talvez o destino a estivesse conduzindo por um caminho muito mais complicado.

A cidade estava à sua volta, com suas ruas vibrantes e iluminadas, o charme das ruas de paralelepípedos e a elegância das luzes de Natal penduradas nas árvores. Mas, para Camila, nada disso importava naquele momento. O que importava era Rafael e a sensação de que ele a conduzia por um jogo de mistérios e verdades não ditas.

Rafael a conduziu pelas ruas de Paris, sem pressa, como se estivesse esperando algo. Camila não sabia o que era, mas sentia que cada passo que davam juntos era um passo em direção ao desconhecido. Ela não podia evitar, mas algo dentro dela se sentia cada vez mais atraído por ele.

Enquanto caminhavam, Rafael falava pouco, mas, de vez em quando, seus olhos brilhavam com uma intensidade que fazia Camila parar de respirar. Ela tentava desvendar o que ele queria, o que ele estava esperando dela, mas as respostas eram sempre evasivas, como se ele estivesse brincando com ela, testando seus limites.

"Você já esteve em Paris antes?" ele perguntou de repente, quebrando o silêncio que se estendia entre eles.

"Não," Camila respondeu, a palavra escapando de seus lábios com mais sinceridade do que ela gostaria. "Sempre sonhei em vir, mas... nunca tive coragem de fazer isso. Sempre havia algo me impedindo."

"Eu sei," Rafael murmurou, como se estivesse falando para si mesmo. "A vida às vezes coloca barreiras no nosso caminho. Mas é quando você decide quebrá-las que as coisas começam a mudar."

Camila o olhou de novo, tentando encontrar algo em seus olhos que a ajudasse a entender suas palavras. Mas ele estava distante, como se estivesse falando de algo que ela ainda não fosse capaz de entender.

Eles seguiram em silêncio por mais algum tempo, até que chegaram a um pequeno café escondido em uma rua menos movimentada. O lugar tinha um charme peculiar, com velas acesas nas mesas e o aroma doce de chocolate quente misturado ao cheiro de croissants frescos. Rafael entrou e, sem dizer uma palavra, guiou Camila até uma mesa no canto mais afastado.

"Agora sim," ele disse, finalmente relaxando em sua cadeira. "Vamos falar de coisas importantes."

Camila sentou-se à frente dele, o coração batendo mais rápido. O que ele tinha a dizer agora?

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