Anny
O dia começa corrido, mas é mais um dia de luta. Não estou reclamando, Senhor — é da Lei que tirei meu sustento.
Tomo um café da manhã rápido: um misto-quente com suco, e desço para pegar o ônibus. Preciso bater o ponto às 05h30, hoje estou cobrindo a minha colega de trabalho. Sempre que dá, fazemos esse tipo de troca.
O condomínio hoje está uma loucura. Mal cheguei, e antes mesmo do meu supervisor encerrar o turno dele, já tinha problema para resolver. Começamos bem...
Guardo minhas coisas no armário, bato o ponto e vou para a portaria.
O primeiro problema do dia já chega com os "filhinhos de papai" que voltavam da esbórnia — festa de playboy, onde rola de tudo: drogas, prostituição, exagero. Um deles queria entrar no condomínio alcoolizado, trazendo várias pessoas junto. Só que não é permitida a entrada de menores conduzindo veículos, muito menos pessoas sem autorização prévia — ou seja, sem notificação do pai do bonitinho, o Sr. Henrique Ferraz.
Eles começaram a fazer bagunça, e um deles elevou o tom de voz comigo. Avisei que não poderia liberar a entrada dos acompanhantes nem a entrada do veículo.
Um dos amigos ainda tentou avançar com o carro. Imediatamente, passei o rádio informando o ocorrido e entrei para dentro da cabine.
O Sr. Ferraz, que tem uma casa no condomínio por conta de seus negócios na região, foi informado do que estava acontecendo pelos meus superiores. O filho dele não esperava que o "papai" seria chamado. Mas era isso ou a polícia seria acionada.
O responsável apareceu, liberou o filho, mas não deixou os amigos entrarem. Pediu um Uber para todos eles. Veio até mim, pediu desculpas e disse que arcaria com qualquer prejuízo, garantindo que aquilo não iria se repetir. Disse que eu tinha a palavra dele.
Ufa… pelo menos um problema a menos.
Depois do ocorrido, me dei conta de que era a primeira vez que via o Sr. Ferraz pessoalmente. Ele nunca aparecia no meu horário, e quando acontecia, era o motorista quem baixava o vidro. Me peguei reparando no porte e na beleza daquele homem...
— Que isso, Anny... larga de ser besta, menina. Um homem desses nunca vai reparar em você, uma mera empregada — pensei comigo mesma.
O dia fluía normalmente até surgir uma oportunidade de extra para trabalhar como segurança. Como não dá pra perder uma moeda, aceitei. Assim que encerrei meu turno, comecei a me preparar para o evento.
Às 17h finalizei meu expediente. Trabalho mais de nove horas para compensar os sábados, domingos e garantir uma folga durante a semana.
Peguei o uniforme com o meu chefe, comi alguma coisa para aguentar a noite, tomei um banho, passei desodorante, hidratante, perfume... Fiz uma make básica — não é porque vamos trabalhar que precisamos estar feias, né?
Finalizei a preparação. Peguei meu rádio, meu celular, arma de choque, aparelho de vistoria e fui para a entrada do evento, que seria dentro do condomínio mesmo — um evento fechado da empresa da família Ferraz.
Encontrei meus colegas de equipe. Juntos faríamos a segurança do evento até o final. O bom é que amanhã estou de folga — e ainda com o valor do extra no bolso.
Apesar de não ser fácil lidar com esses "riquinhos" tirando onda... fazer o quê, né? É o preço de manter o sustento.
Se quiser, posso continuar a revisão dos próximos capítulos, ou adaptar esse material para um romance mais longo, como diário ou narrativa em primeira pessoa com estilo de livro. Deseja seguir por esse caminho?
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Atualizado até capítulo 62
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Mavia Dantas
/Determined/
2025-06-04
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