Capítulo 05

O tempo passou, e Ricardo não consegui resistir os encantos da enfermeira ele continuou tendo um caso com ela até se casou com ela. Ela teve uma filha chamada Alice e, dois anos depois, teve o segundo filho chamado Daniel. A vida para eles estava perfeita. Ricardo gastava uma fortuna com a nova família, enquanto John estava cada vez mais esquecido em seu quarto, triste pela perda da mãe. Os únicos que se importavam com ele eram a empregada Maria e o mordomo Francisco.

Maria frequentemente entrava no quarto de John, trazendo-lhe pequenos agrados e tentando fazer com que ele se sentisse menos sozinho. "Você sabe que sua mãe se orgulharia de você, não sabe?" ela dizia, tentando trazer um pouco de luz à escuridão que o envolvia.

"Ela se foi, Maria," John respondia, a tristeza evidente em sua voz. "E meu pai… ele não se importa mais comigo."

"Ele se importa sim, John. Às vezes, as pessoas se perdem em suas próprias vidas e esquecem de olhar ao redor," ela tentava consolar, embora soubesse que as palavras muitas vezes não eram suficientes.

Francisco, por sua vez, sempre esteve ali para ouvir. "Se precisar de alguém para conversar, estou aqui, garoto," ele dizia, oferecendo um ombro amigo. John frequentemente se sentava com ele, Francisco contava histórias de quando era mais jovem.

Enquanto isso, Ricardo e sua nova família desfrutavam de uma vida repleta de eventos sociais, festas e celebrações. Alice e Daniel eram o centro das atenções, e Ricardo se esforçava para ser o pai presente que acreditava que John não precisava mais. Mas, no fundo de sua consciência, havia uma voz que sussurrava lembranças de seu filho mais velho, um eco de culpa que ele tentava ignorar.

A enfermeira, agora esposa de Ricardo, também se sentia confortável em sua nova vida. Ela havia conseguido o que desejava, mas havia momentos em que a insegurança a atingia. O passado dela e a maneira como Helena havia sido tratada a deixavam inquieta. "Ricardo, você já pensou em levar John para se juntar a nós em algumas atividades?" ela perguntou um dia, tentando parecer preocupada.

"Ele está bem onde está," Ricardo respondeu, sua voz firme. "Ele tem que aprender a lidar com a vida como ela é agora." Mas, na verdade, ele sabia que estava apenas se escondendo de sua culpa.

Enquanto a vida na casa continuava, a desconexão entre pai e filho se aprofundava. John, cada vez mais isolado, se perguntava se realmente havia espaço para ele naquela nova dinâmica familiar. Ele olhava para a porta de seu quarto, imaginando se um dia seria chamado para se juntar à família que parecia ter esquecido sua existência. E, em meio à tristeza, uma semente de revolta começou a brotar em seu coração, alimentada pela dor e pela traição que havia sofrido.

O tempo passava, e cada dia que se passava era um lembrete de que a vida seguia em frente, mas para John, o que havia sido perdido nunca poderia ser substituído. O amor de sua mãe, o calor de uma família unida, tudo parecia um sonho distante, e a realidade que vivia o tornava cada vez mais amargurado.

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