05

Ele se perguntou qual seria o gosto de Aelwen. Nunca havia experimentado sangue feérico antes, apesar de ter muitos em suas masmorras que poderia ter tomado à força, mas a ideia sempre o enojou. Feéricos eram pouco mais que animais — humanos de verdade não eram muito melhores, mas pelo menos entendiam seu lugar. Aelwen, porém... havia algo de requintado nela que o fazia ansiar por um gole. Ele tinha a sensação de que ela o deixaria beber dela, e beberia profundamente... se ao menos não quisesse arriscar revelar sua maldição a ela.

A saliva umedeceu suas presas, e ele tomou outro gole profundo para afastar seus desejos. Ele não bebia sangue diretamente da carne de alguém havia quase um ano. Desde que sua maldição o atingira.

"Eu sei", disse Vinir por fim. "A culpa não é inteiramente sua. Foi pura sorte minha que ela tenha sido pega nas terras do Rei Dominick e se sentido tão compelida a se envolver no caso de amor deles e libertá-los. Agora ela simplesmente tem a ilusão de que, se entrar nesse casamento, eu vou me esforçar muito para tentar repetir o mesmo sucesso dos outros reis vampiros."

"Quatro maldições, quatro reis... e três deles agora estão livres", Roland apontou, reivindicando um lugar na cadeira de couro preto em frente a Vinir. "Sabe, eles podem estar tramando algo. Eu mesmo vi. Minha irmã se apaixonou por um rei, e a maldição sobre ele foi quebrada. E se for realmente tão simples?"

"Amor", zombou Vinir. "O amor não é mais mágico do que as ervas daninhas em um jardim. É, na melhor das hipóteses, uma ilusão temporária vendida em livros de histórias para tornar jovens mulheres e homens mais agradáveis uns aos outros, princesas entre eles. Não, eu tenho meus próprios meios de curar minha maldição, só preciso de tempo para a magia fazer seu trabalho. Minha união com Aelwen não passa de um negócio. Estou me casando com ela porque é politicamente conveniente. Afinal, precisamos garantir que as fadas permaneçam complacentemente fora de nossos assuntos. Esta era a maneira mais fácil de apaziguar o Rei Sinnegard." Vinir terminou seu vinho e pousou a taça com um baque. "Mas se a Princesa Aelwen não entende o que estou fazendo, ela também não vai gostar."

"Claro que ela não gosta!" Roland riu. "Você a fez passar por uma bruxa indesejável porque é incapaz de ser honesto com ela, quanto mais consigo mesmo. Então, você não a ama e não tem intenção de amá-la. Tenho certeza de que ela esperava isso. Mas você sabe como são as fadas."

"Incorrigível, pouco confiável, complicado?"

"Eles são obcecados por bebês", corrigiu. "Já estive em Gaivalon, meu amigo. Duzentos anos atrás, a espécie deles foi praticamente erradicada pela nossa. É obrigatório por lei, e tem sido assim desde que o Rei Sinnegard assumiu o poder, que suas fêmeas tenham o máximo de filhos possível para repovoar suas cidades perdidas."

"Isso não tem nada a ver comigo."

"Não aconteceu", Roland concordou, "até você se casar com uma das mulheres deles."

Vinir relaxou no sofá de couro maior, deixando-se absorver pelas preocupações de Roland. "Você está dizendo que ela está sob pressão para ter filhos comigo o mais rápido possível."

"E se você a recusar, poderá haver consequências terríveis para ambos. O Rei Sinnegard pode ver como um grave insulto para eles sacrificar uma de suas fêmeas mais desejáveis a você, apenas para você se recusar a procriar com ela."

Vinir cruzou as pernas, acalmando o pé que batia ansiosamente. Era típico das fadas pregar alguma peça nele. É claro que ele achava que já tinha descoberto todos os planos delas e criado maneiras de não pegá-lo de surpresa. Até um ano atrás, ele nunca havia considerado transar com a futura esposa e engravidá-la uma armadilha em potencial em seus planos.

Afinal, nunca tive a intenção de me casar com ela.

Mais uma vez, as fadas provaram ser criaturas ardilosas e traiçoeiras. Completamente indignas de confiança, e ele não tinha dúvidas de que Aelwen era diferente.

"Não me importo. Vou me livrar dela antes que fique óbvio demais que não estamos cumprindo nossos deveres no quarto. Isso só diminui um pouco meu tempo, só isso."

"Você não pode fazer isso. Você vai desencadear uma guerra."

Vinir deu de ombros. "Não se acreditarem que a morte dela foi um acidente."

"Há maneiras mais simples de lidar com esse problema do que matá-la. Basta colocar um bebê dentro dela."

"Não."

Roland me lança um olhar avaliador. "Ela é mesmo tão indesejável que você não consegue... dar um jeito? Isso não pode ser simplesmente uma questão de desprezar as fadas, pode? Deve ser a sua maldição. Qual é?"

Vinir puxou o couro fino dos pulsos de seu novo par de luvas. Já conseguia ouvir o sutil chiado ácido entre o tecido e suas mãos. Precisaria de um novo par em breve.

"Não vejo solução para a situação neste momento", disse Vinir. "Mas levarei suas preocupações em consideração, Roland. Bem-vindo de volta."

Roland interpretou isso como uma dispensa e se levantou. "Como quiser, Majestade. Boa sorte."

Ele saiu, e a porta da sala de estar se fechou atrás dele.

Vinir precisaria de muita sorte para evitar Aelwen completamente. Afinal, ela agora era sua rainha e não parecia ser do tipo que desiste facilmente.

Por que ele teve que se casar com uma fada maldita?

...- Aelwen...

A luz do sol filtrava-se pelas cortinas, e Aelwen acordou lentamente de sua primeira noite como mulher casada. Nunca imaginou acordar sozinha e intocada em seu leito conjugal, com o lado do marido completamente intocado. A ampla cama de dossel parecia grande demais para ela ocupar sozinha.

Vinir nem sequer lhe deu a cortesia de ir para a cama.

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!