Um corredor amplo se abriu diante dela, com a figura solitária do Rei Vinir caminhando preguiçosamente do outro lado.
"Rei Vinir!" gritou Aelwen. "Rei Vinir, vire-se imediatamente e me encare."
Ele parou de repente e se virou lentamente. Sua expressão ainda era indecifrável, mas ela jurava que havia um toque de diversão naquelas profundezas complexas. Algo em seu estômago se revirou, mas foi rapidamente dominado pela raiva. Ela não estava ali para diverti-lo. Agora era sua esposa!
Aelwen marchou até ele. Seus punhos cerraram-se ao lado do corpo. "Que diabos foi isso? Por que você não me beijou como deveria? Por que me deixou lá?" As perguntas saíram de sua boca num turbilhão. "Isso foi tão humilhante! Explique-se."
Ele simplesmente a encarou. Seus lábios se apertaram numa linha firme. Aelwen sentiu como se fosse explodir de tanto esperar por uma resposta.
Finalmente, ele falou. "Não é sensato demonstrarmos afeição em público", disse lentamente. Sua voz continha um toque de frieza que arrepiou Aelwen mais do que as frias paredes de pedra ao redor. "Este é um acordo político e não pode ser visto como outra coisa."
Aelwen balançou a cabeça, incrédula. "Mas nós somos casados! É o que as pessoas fazem quando se casam. Faz parte da cerimônia!" Ela gesticulou descontroladamente antes de cruzar os braços sobre o peito, frustrada.
"Entendo sua confusão", continuou Vinir calmamente, aparentemente imperturbável com a explosão de Aelwen. "Mas não darei ao meu reino qualquer indicação de que estou tomando decisões baseadas na emoção e não na razão." Ele fez uma breve pausa antes de acrescentar: "Desculpe se te envergonhei."
Ela o encarou boquiaberta, incrédula com a facilidade com que ele a ignorava e a tradições milenares. "Eu sei exatamente qual é esse arranjo, Rei Vinir, e é um insulto que você sugira que eu vim aqui com fantasias de cortejo e romance. Não sugeri. Mas eu esperava que você cumprisse seus deveres conjugais. Você também pretendia ir embora sem qualquer tentativa de consumar nosso casamento?"
"Na verdade, é exatamente isso que pretendo fazer. Não esperava que você se sentisse tão insultado por não ser forçado a vir para a minha cama."
Aelwen franziu os lábios, torcendo para que suas bochechas não queimassem. "Não seria à força, porque eu sabia no que estava me metendo quando cheguei ao castelo hoje. Sei das minhas obrigações como esposa de um rei e vim aqui preparada para cumpri-las. Se não é isso que você quer, o que é?"
Vinir balançou a cabeça. "Não espero nada de você, Aelwen. Você está aqui para fortalecer meu reino e me ajudar a cumprir minhas obrigações como governante. Só isso. Este é um casamento de conveniência, e eu o tratarei como tal."
"Um dos seus compromissos com o seu reino não é garantir sua linhagem? Isso não começa com o leito conjugal?"
Ele arqueou uma sobrancelha para ela, seus lábios se abrindo num sorriso irritante. "Está decepcionada, minha rainha, por não poder passar a noite comigo?"
"Você... você e seu ego! Isso não tem nada a ver com os meus desejos ou necessidades, mas com os seus."
"Pelo contrário, eu já expressei meus desejos, e você os ignorou. Receio que esta conversa seja toda sobre você."
Aelwen tremia de raiva. "Tudo bem, se você não estiver pronto para essa parte da nossa cerimônia, acho que podemos esperar até que esteja. Não faz diferença para mim. Mas me deixar sozinha no altar? Não há desculpa para isso. Se você acredita no contrário, o mínimo que poderia fazer é se explicar", exigiu ela. "E então? Que motivo você poderia ter para me abandonar ali daquele jeito?"
...Vinir...
Havia um fogo espetacular nos olhos de sua nova esposa, e uma parte dele ansiava por beijá-la e fazê-la calar a boca antes que ela o irritasse e o deixasse furioso de verdade. Os esforços dela para parecer intimidadora e como se tivesse algum controle sobre o relacionamento deles eram mais divertidos do que qualquer outra coisa.
Ela teve sorte que ele não a levou embora e a dissecou pelo crime de ser uma fada.
"Talvez eu pudesse ter lidado com a situação com mais delicadeza", admitiu ele, "mas o resultado final teria sido o mesmo. Eu não tinha intenção de beijar você naquela época, e não tenho intenção de fazê-lo agora. E sim, isso significa que não consumaremos nosso casamento agora ou, muito provavelmente, nunca. Este casamento é para encenação, e não tenho nenhum interesse em você."
As palavras dele a atingiram como um tapa. Ela recuou, os lábios se contorcendo com as palavras não ditas. "Então todo mundo está certo sobre você."
Ele arqueou uma sobrancelha. "Ah? E que sussurros você andou ouvindo dessa vez?"
"Você é cruel e sem coração."
Ele jogou a cabeça para trás e riu. "Isso é o mínimo que eu sou, minha querida esposa. Você logo descobrirá."
Aelwen estreitou os olhos. "Eu não sou sua queridinha", rosnou ela, com a voz carregada de veneno. "E eu não acredito em uma única palavra que sai da sua boca. Acha que pode simplesmente dizer o que quiser e se safar? Não. Não vou te deixar escapar tão facilmente." Ela se aproximou dele, erguendo-se para olhá-lo nos olhos, o queixo erguido com orgulho. "Você precisa se explicar e se redimir pelo que fez, porque eu não vou tolerar ser tratada assim."
Vinir sentia sua raiva aumentar, mas se controlou com pura força de vontade. Não tinha a mínima vontade de começar uma discussão com ela naquele momento. Tudo o que queria era paz e sossego para poder ficar sozinho com seus pensamentos.
"Não, não pretendo explicar nada", decidiu ele. "Já lhe dei a minha resposta, e se ela não for satisfatória, o problema é seu, não meu."
"Isso porque é mais fácil para você ser insensível e insensível do que assumir a responsabilidade por suas ações", ela retrucou.
O olhar de Vinir percorreu seu corpo, todo esguio e membros esguios. Seu vestido de pétalas brancas e seda subia seus seios, formando a sugestão de um decote, e ele teve que admitir que a achava bastante agradável aos olhos. Com a pele pálida como leite e o cabelo como ouro fiado, ele queria mais do que tudo tirar aquele vestido e beijar cada centímetro dela, marcando-a como sua para que todos os homens a vissem. Queria enrolar o cabelo dela em seu punho e fazê-la gritar seu nome.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Comments