04

Porque sua necessidade por Ianora era tão visceral quanto sua necessidade de respirar, tão visceral quanto seu ódio por ela. Ele precisava fazê-la sofrer por tudo o que ela o fizera passar.

Geordian pigarreou, desviando a atenção de Castor das gotas de sangue em sua palma. "Senhor?", perguntou Geordie, cauteloso.

"Sim? O que foi? Eu não te dispensei?"

"Sinto muito, senhor, mas há mais um assunto urgente que precisa de uma solução imediata."

Castor gemeu e recostou-se no trono. Ele já havia cortado as rosas que antes cobriam suas costas para que parassem de sangrar em seu corpo. "O que foi?"

"O fantasma da Senhora Mitron, senhor. Ela continua assombrando os aposentos atribuídos à Princesa Ianora até o casamento acontecer. Devemos mudar os aposentos da princesa?"

Castor encostou-se na palma da mão, o cotovelo cravando-se nos espinhos do braço da cadeira. "Não. Diga à Lady Mitron que..."

Um clarão de luz e energia vermelha irrompeu pela sala, e Castor protegeu os olhos do brilho intenso. Piscou, descobrindo que, ao pé da escada que levava ao trono, uma esfera de luz negra e vermelha surgira do nada. Ela se expandiu para cima e ao redor, formando um portal.

Em segundos, os guardas que estavam ao longo das paredes da sala do trono se aproximaram do portal, com as armas em punho para defender seu rei, se necessário. Castor, por sua vez, permaneceu em seu assento, à vontade.

Uma mulher saiu do portal. Cabelos loiros, olhos cinzentos deslumbrantes e um corpo que Castor reconheceria em qualquer lugar.

Ianora.

Ela usava o vestido mais deslumbrante de seda prateada e dourada, mas ele se ajustava a cada curva. A seda abraçava seu corpo como uma segunda pele, acentuando cada feições e deixando pouco para a imaginação. Sua pele era a mais fina porcelana, seus lábios como cerejas que ele ansiava por colher e devorar.

Sua aura, no entanto, era a mais refinada de todas. Ela brilhava com a confiança de uma rainha ancestral, e tudo nela brilhava o suficiente para iluminar o quarto escuro e sombrio.

Foi só agora, ao ver Ianora novamente, que Castor percebeu o quão sem graça sua vida tinha sido sem ela.

O portal brilhou novamente, e um homem surgiu atrás dela — um homem que Castor desagradou profundamente ao ver com sua futura noiva: o capitão do exército Rainadan, Elan Voss. Ele veio com nada além das roupas do corpo, uma espada de prata presa à cintura e dois baús de prata e carvalho que pareciam pertencer à princesa.

"Ora, ora, não é uma surpresa adorável?", disse Castor, recostando-se no trono para apreciar melhor a adorável mulher à sua frente. "Eu esperava que você esperasse até o último minuto para chegar, querida. Você sempre gostou de chegar atrasada, como manda a moda, às suas próprias festas."

"Hmph." Os olhos cinzentos e acinzentados de Ianora roubavam a luz tênue do aposento enquanto avaliavam o salão do trono. "Não posso dizer que estou feliz em vê-lo, Castor. Espero que esta maldição tenha lhe trazido o inferno."

"Você por acaso sabe de alguma coisa sobre isso, sabe?" Castor arqueou uma sobrancelha. "Parece um pouco suspeito, não é, que essa maldição misteriosa caia sobre a terra poucos dias depois do acordo entre seu pai e eu ser finalizado?"

Ela riu. Brilhante, alegre, como a canção de um anjo. O som fez o coração frio e duro de Castor palpitar. "Eu? Você está redondamente enganado se acha que tenho algum interesse ou domínio das artes arcanas. Não. Tive o íntimo desgosto de saber dos seus planos para o nosso casamento no último momento possível. Suspeito que você tenha algo a ver com isso."

"Se dependesse de mim, querida, eu não teria te incomodado com um noivado, teria me casado com você na hora, para poder te ter na minha cama o mais rápido possível." Castor lambeu os lábios, apreciando de longe a curva sutil dos quadris e seios dela. "Foi sua mãe quem insistiu que você tivesse pelo menos um mês para se preparar. Talvez você devesse agradecê-la."

Elan deu um passo à frente, com fogo nos olhos. "Como ousa falar com a Princesa Ianora Eroch desse jeito? Você pode ter conseguido a mão dela em casamento à força e à traição, mas ela ainda é uma princesa estimada e nobre. Você a tratará com o respeito que ela merece."

Castor sorriu. Ele esperava obter uma resposta de Elan dessa forma. Ianora era inteligente demais para responder, mas Elan sempre foi um cavaleiro branco demais para resistir. "Assim que Ianora for minha esposa, usarei o corpo dela como bem entender. Apesar das suas leis 'progressistas' sobre autonomia feminina em Rainada, as leis em Pheazar são diferentes. Assim que nos casarmos, ela será minha propriedade, e eu lhe asseguro que pretendo obter o valor do meu dinheiro com ela."

A espada de Elan brilhou, e a luz prateada foi o único aviso que Castor teve antes que ela atingisse sua garganta. Ele não se moveu, não agiu, nem se sentiu ameaçado pela aparição repentina de Elan ao lado do trono. Por mais poderoso que fosse, o vampiro era pouco mais que um cão acorrentado na presença da princesa.

"Mais uma palavra sua", Elan sibilou, "e não hesitarei em acabar com você, danem-se as consequências."

"Eu pensaria duas vezes sobre a parte de 'danem-se as consequências'. Você sabe o que vai acontecer com a Ianora se ela não se casar comigo, certo? Se eu morrer em circunstâncias suspeitas, ou menos suspeitas, no seu caso, a cláusula de rescisão contra a vontade ainda estará em vigor."

Castor nem se deu ao trabalho de olhar para Elan. O homem não valia a pena. Em vez disso, olhou para a deliciosa fúria no rosto da bela Ianora. Ah, ela era uma visão de paixão.

Ele queria ver a expressão dela enquanto enfiava o pau dentro dela. Só mais alguns dias, e então ele poderia tê-la como quisesse.

"Fique quieto, Elan", disse Ianora, sua voz tão dura e fria quanto a de Castor enquanto ela o encarava.

Deuses, que olhar! Seu pau inchou dentro das calças com fúria, e tudo o que ele conseguiu fazer foi imaginar como seria finalmente estar dentro dela. Será que ela gritaria de alegria ou de raiva?

Ela lutaria com ele ou deixaria isso acontecer?

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