Cap 03

*Asafe

Termino meu banho e desço para a cozinha atrás de algo para comer, apesar de quase não ter tempo minha mãe me ensinou a cozinhar, na verdade ela me ensinou a fazer tudo de casa, ela sempre dizia que um homem não deixa de ser homem por saber fazer coisas domésticas. Retiro alguns ingredientes da geladeira e do armário e começo a preparar um macarrão com molho branco e frango grelhado.

Fico perdido em pensamentos enquanto lembro de cada detalhe dos nossos últimos anos, tudo que vivi ao lado dela e também tudo que vi ela passar, apesar de tudo minha mãe tinha esperanças de um dia encontrar o meu genitor, depois que comecei a ganhar muito dinheiro e também conheci algumas pessoas ela tentou fazer uma investigação sobre ele e a família, mais nunca chegou a lugar nenhum.

A comida fica pronta e eu como em silêncio, meus pensamentos a mil, preciso voltar ao escritório colocar as coisas em ordem, tem muito serviço atrasado, afinal foi uma semana com minha mãe hospitalizada, e infelizmente não posso me dar o luxo de viver o luto por muito tempo. Respiro fundo sentindo todo o peso das minhas obrigações em meus ombros, preciso ser forte.

Termino de comer e lavo toda a louça, vocês devem estar se perguntando se faço tudo dentro de casa sozinho, e a resposta é não como disse eu sei fazer mais não tenho tempo, tenho Lúcia a mulher que cuida da minha casa e faz a comida durante a semana, e Helena lava as roupas, minha mãe também costumava fazer algumas coisas quando não estava tão debilitada, na verdade ela amava cozinhar, e isso será uma das coisas que mais sentirei falta, chegar em casa depois de um dia cansativo e comer sua comida enquanto ela me falava sobre seu dia, dona Abgail era a única mulher no mundo a ter o melhor de mim, e eu não sei se isso vai mudar um dia.

Termino tudo e subo pro quarto, amanhã é segunda e eu preciso descansar para voltar a ativa,escovo meus dentes e depois caio na cama, o sono demora a chegar e eu fico assistindo um pouco de tv até que apago. Acordo às 5:30 com o celular despertando, me espreguiço e vou até o banheiro faço minha higiene e sigo para o closet troco de roupa e vou pra a academia que tenho em casa, eu gosto de fazer exercícios e nesse momento irá aliviar muito minha mente. Entre correr na esteira e levantar peso finalizo já quase 6:40, logo subo as escadas e vou me arrumar para ir pro escritório.

Assim que desço as escadas vejo Lúcia na cozinha já montando a mesa do café quando me ver da um sorriso.

Lúcia - Bom dia meu menino, como está?

Lúcia Wildes - 43 Anos

Asafe - Bom dia Lúcia, estou bem.

Ela se aproxima e me dá um abraço, Lúcia apesar de ser uma funcionária é como alguém da família, minha mãe gostava muito dela e a tratava como uma irmã.

Lúcia - Senta preparei seu café bem forte como gosta.

Dou um sorriso fraco e me sento a mesa já me servindo, fico olhando algumas coisas no tablet enquanto Lúcia vai organizando a cozinha, após finalizar me despeço dela e sigo para o escritório, sei que tenho muito trabalho a fazer então isso vai ser bom pra mim. Coloco meu carro na garagem e já subo pelo elevador privativo, minha empresa é grande e além de mim tenho outros engenheiros trabalhando comigo, fazemos projetos de grandes construções e para gente importante dentro e fora do país, como disse eu tive a oportunidade de crescer lá atrás e agarrei com todas as minhas forças, chego no meu andar e Ana minha secretária já está em sua mesa.

Asafe - Bom dia Ana.

Ana - Bom dia senhor O'connor.

Ana Taylor - 25 Anos

Sigo para minha sala e ela vem logo em seguida atrás de mim para repassar a minha agenda, enquanto ligo o notebook e ajeito as papeladas da minha mesa Ana vai falando o que preciso fazer hoje, ao final agradeço e ela sai fechando a porta. Meu dia tá cheio,entre reuniões que havia adiado, projetos para finalizar e novos projetos para dar início, o caos que eu gosto e que me mantém distraído. Encontrei na engenharia uma forma de extravasar meus medos e mágoas do passado, eu me conecto com cada projeto e quando estou trabalhando esqueço do mundo lá fora, os rabiscos e cálculos chamam minha atenção e isso me deixa fascinado.

Estou distraído já revisando alguns dos meus projetos quando Gunter entra na minha sala, ele é um dos engenheiros que trabalham comigo, na verdade ele é mais que um funcionário ele é meu sócio.

Gunter- Bom dia irmão.

Levanto meu olhar e ele senta a minha frente me estendendo uma xícara de café.

Asafe - Bom dia, obrigado.

Gunter- Que bom que veio, o pessoal já tava sentindo sua falta.

Asafe - Eu também estava com saudades da rotina, mais agora estou aqui e vou fazer o que faço de melhor.

Bebo um gole do café e ele me encara.

Gunter- Como vai fazer agora?

Sei que ele está falando sobre a investigação sobre meu pai.

Asafe - Eu prometi que ia encontrá-lo e vou fazer isso, não para uma aproximação, mais apenas para esfregar na cara dele tudo que ela sofreu durante todos esses anos.

Gunter- Você acha que ela ia querer isso?

Asafe - Não importar mais Gunter, ela já não está mais aqui.

Gunter- Tudo bem, só quero que saiba que estou aqui e vou sempre te ajudar.

Dou um aceno de cabeça apenas concordando.

Gunter - Vou te deixar trabalhar sei que tem muita coisa pra fazer e se precisar de ajuda aí também é só dizer.

Asafe- Obrigado Gunter, de verdade, você é o irmão que não tive.

Gunter- Estamos juntos cara.

Gunter sai da minha sala me deixando sozinho, encosto na cadeira e jogo a cabeça para trás fechando os olhos tudo está um completo caos mais tenho certeza que vou resolver. Minha mãe antes de morrer me fez prometer que iria procurar meu pai para que eu não ficasse sozinho no mundo, apesar de toda mágoa que carrego e sabendo que eu não faria isso ela me fez prometer, ela tinha medo de me deixar sozinho, e umas das coisas que ela me pediu antes de partir foi isso, e também para encontrar uma boa moça e me casar, construir minha família. São coisas totalmente fora da minha realidade, eu não quero vínculos com esse homem, muito menos viver com alguém o resto da minha vida, eu prefiro ficar sozinho a ter que me submeter a passar pelo menos 10% do que minha mãe passou.

Mais o meu genitor esse sim eu vou encontrar, e vou esfregar na cara dele tudo que está entalado na minha garganta por tantos anos.

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Comments

Florizete Alves da Silva

Florizete Alves da Silva

Nossa tomara que ele encontre uma boa moça

2025-06-07

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