8 - Uma surpresa para Camille

Sherman Enterprises

O dia de Artur já estava ruim, mas ficou pior quando Helena entrou no seu escritório. Artur não tinha paciência para Helena, mas ela, como sempre, não sabia a hora de parar.

Ela entrou no escritório sem ser convidada, usando um vestido preto justo demais, decotado demais.

— Vim te ver — ela disse, deslizando os dedos sobre a mesa de vidro.

Artur nem levantou os olhos dos documentos.

— Estou ocupado.

Helena ignorou a resposta e se sentou na mesa, bem ao lado dele.

— Você sempre foi tão frio… Mas eu aposto que, quando se trata da Camille, você se aquece, não é?

Ele travou o maxilar, mas não respondeu.

Ela sorriu.

— Mas sabe de uma coisa, Artur? Camille nunca vai te amar.

Ele ergueu os olhos, finalmente interessado.

— ...

Helena inclinou-se um pouco mais, deslizando os dedos pelo braço dele.

— Porque Camille só ama a si mesma.

Os olhos dele escureceram, e Helena percebeu tarde demais que tinha cruzado uma linha.

Artur se afastou com repulsa.

— Vejo que você já falou o que queria...

— Estou falando de uma mulher que nunca te quis, ela foi forçada por nossos pais, casou pelo teu dinheiro, você comprou ela— Helena rebateu, sorrindo.

Ele se levantou — Saia.

Ela piscou, surpresa — O quê?

— Agora.

Quando ela não se moveu, ele pressionou um botão no telefone.

Segundos depois, dois seguranças entraram.

— Acompanhem a senhorita Montgomery para fora.

— Artur, você não pode…

Mas ele já não estava mais ouvindo.

Helena já estava acostumada a isso na verdade, ela já foi expulsa de maneiras menos dignas por Artur.

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Artur não conseguiu se concentrar no trabalho.

Quando percebeu, estava dirigindo pelas ruas de Caldwell sem um destino definido.

Foi então que passou em frente a um restaurante e freou bruscamente.

Ali.

Ali foi onde ele levou Camille pela primeira vez que saíram juntos.

Era um pequeno restaurante italiano, discreto, mas sofisticado. Naquela noite, Camille escolheu um prato simples, mas seu sorriso foi o mais genuíno que ele já viu.

Risoto de cogumelos trufados com lascas de parmesão.

Ela fechou os olhos no primeiro garfo, suspirando como se aquilo fosse a melhor coisa do mundo.

Artur se pegou sorrindo com a lembrança.

Por que não levar o mesmo prato para ela hoje?

Ele entrou no restaurante e pediu um take away.

Talvez isso a fizesse sorrir novamente.

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Hospital de Caldwell – Hora do Almoço

No hospital, Rodolfo trouxe um almoço especial para sua amiga de infância, ele lembra que Liana ama esse prato desde que se conhecem e nada conseguiu substituí-lo no coração de Liana.

— Você me trouxe… risoto de cogumelos trufados?! — Liana arregalou os olhos, surpresa.

Rodolfo riu.

— Você adora esse prato.

Ela sorriu largo, pegando o garfo.

— Como eu poderia esquecer? É maravilhoso!

Os dois comeram juntos, rindo e conversando sobre trivialidades.

Liana estava tão à vontade que, em um momento de distração, um pouco do molho ficou no canto da sua boca.

Rodolfo pegou um lenço e limpou delicadamente o canto dos lábios dela.

— Você ainda come como uma criança — brincou.

E foi exatamente nesse momento que a porta do quarto se abriu com força.

Artur estava ali.

Segurando uma sacola de comida na mão.