Entre a Pressão e o Apoio

Quarto de CASA DE SOFIA – NOITE

Sofia encara o teto do quarto, os pensamentos ainda girando ao redor do jogo. O empate não parecia uma vitória para ela.

Se tivesse treinado o time melhor… Se tivesse tomado outras decisões… Se tivesse sido uma capitã melhor…

O barulho do celular vibra sobre a mesa.

"Chamada de vídeo: Mãe e Pai"

Sofia suspira antes de atender.

Na tela, os rostos sorridentes dos pais aparecem, o fundo mostrando um quarto de hotel luxuoso. Eles estavam na China a trabalho.

— Sofia! — a mãe, Aiko Takahashi, sorri. — Como foi o jogo?

Sofia solta um riso seco.

— Vocês podem ver o resultado na internet. Empatamos por sorte.

O pai, Daisuke Takahashi, ajeita os óculos.

— Empatar contra Kisaragi? Isso não parece ruim.

Sofia bufa.

— Parece pra mim. O time tá dividido. A Yui surtou porque a gente comemorou o empate. A Haruka jogou contra a gente e parecia que não se importava nem um pouco.

Aiko suspira.

— Filha, sei que você sempre quer vencer, mas você não pode controlar tudo.

— Eu sou a capitã, mãe! É meu trabalho controlar tudo!

Silêncio.

Daisuke observa a filha por alguns segundos antes de dizer, calmamente:

— Você não é uma máquina, Sofia. E nem as suas companheiras de time.

Aiko concorda.

— Um time não se faz só com técnica. Se vocês perderam a confiança umas nas outras, é isso que precisa ser resolvido.

Sofia desvia o olhar.

— Não sei se eu consigo fazer isso…

Daisuke sorri de leve.

— Desde pequena, você nunca foi de desistir fácil. Se alguém pode consertar isso, esse alguém é você.

Sofia fecha os olhos. A verdade era que… ela sabia disso.

Mas então, por que parecia tão difícil?

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INT. SALA DE AULA – MANHÃ SEGUINTE

A escola parecia diferente depois do jogo. Ou talvez fosse só Sofia que estivesse diferente.

Ela percebe olhares em sua direção. Algumas pessoas comentam sobre o empate contra Kisaragi.

E então, de repente…

— Ei, capitã perfeita.

Sofia se vira.

Yui Tanaka estava encostada na porta da sala, braços cruzados. O tom da voz dela era irônico, mas os olhos carregavam algo mais.

Mágoa.

— Podemos conversar? — Yui pergunta.

Sofia hesita. Mas então, assente.

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INT. ESCADARIA NOS FUNDOS DA ESCOLA – MINUTOS DEPOIS

As duas se sentam. O clima é tenso.

— Vai me dar bronca agora? — Sofia quebra o silêncio primeiro.

Yui ri de leve, sem humor.

— Você sabe que eu sou assim. Falo sem pensar… mas não queria jogar aquela merda na sua cara ontem.

Sofia respira fundo.

— Então por que falou?

Yui aperta os punhos.

— Porque… porque eu tô cansada, Sofia. Eu treino todo dia. Me esforço pra caramba. E mesmo assim… parece que não sou boa o suficiente.

Sofia arregala os olhos.

— Yui…

— Você sempre parece ter tudo sob controle. Sempre acha um jeito. Eu queria ter metade dessa confiança.

Sofia abaixa a cabeça.

— A verdade? Eu também não sei o que estou fazendo às vezes. Eu só finjo bem.

Yui pisca, surpresa.

— O quê?

— Eu fico apavorada quando as coisas dão errado. Mas se eu demonstrar isso, o time desaba.

As duas ficam em silêncio.

Então, Yui dá um soco leve no ombro de Sofia.

— …Então pare de fingir tanto.

Sofia levanta o olhar.

— Se a gente não puder contar uma com a outra, qual é o sentido disso tudo? — Yui completa.

Sofia sente um peso saindo dos ombros.

Talvez… fosse esse o problema o tempo todo.

Talvez ela precisasse parar de carregar tudo sozinha.

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EXT. QUADRA DE TREINO – TARDE

O time de Fujikawa se reúne para um novo treino.

Sofia encara cada uma delas. Rina, Mei, Akari, Ayumi, Nao, Yui.

Ela percebe algo novo.

Elas são diferentes.

Cada uma tem suas próprias inseguranças. Seus próprios problemas.

Mas estão ali. Juntas.

Ela respira fundo e diz:

— Sei que o último jogo foi difícil. Sei que todas sentimos o impacto de maneiras diferentes. Mas estamos nesse time porque acreditamos umas nas outras.

Ela olha para Yui, que dá um sorriso discreto.

— Eu quero que esse time seja mais do que um grupo de boas jogadoras. Quero que sejamos um grupo que confia umas nas outras, dentro e fora da quadra.

As garotas se entreolham.

E então, Rina sorri.

— Então quer dizer que agora você aceita ser humana, capitã?

O time ri.

E, pela primeira vez em dias… Sofia sente que está no caminho certo.

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