Blenda

No dia seguinte, Blenda acordou cedo junto com Vinícius. Eles fizeram sua higiene e cada um seguiu seu caminho. Blenda ofereceu carona a ele, mas ele recusou.

 Colocou uma calça branca de alfaiataria, uma blusa marrom clara com um blazer da mesma cor e um salto branco.

Chegando à faculdade, Blenda sentou em seu lugar com a melhor cara possível, demonstrando que nada a abalava e que ela era melhor que qualquer um que estivesse ali.

A aula correu bem. Ela apresentou seu trabalho, que foi em grupo, mas ninguém quis fazer com ela. Ela fingiu que aquilo não a incomodou e fez sozinha mesmo.

Quando a aula acabou, ela foi em direção ao estacionamento da faculdade, mas, no meio do caminho, viu seu pai, que estava com a secretária dele.

Roberto: Oi, querida, tudo bem?

Ela o cumprimentou com um abraço apertado. Roberto ama sua filha e odeia estar nessa situação com ela.

Blenda: Oi, pai! O que você está fazendo aqui?

Roberto: Vim convidar você para almoçarmos, e esta é minha secretária. Você já sabe disso.

Blenda deu um sorriso falso e cumprimentou Patrícia. Patrícia é linda, tem a pele morena, os cabelos negros e os olhos castanho-escuros. Deve ter entre 30 e 35 anos.

Blenda: Oi, Patrícia, tudo bem? Vamos, pai!

Falou, passando direto por eles e seguindo em direção ao seu carro.

Roberto: Vamos no meu. O segurança levará seu carro até o restaurante.

Blenda foi junto com o pai, que a abraçou pelos ombros e saiu andando com a secretária ao lado dele.

Ao chegarem ao restaurante, eles foram direcionados a uma mesa e logo fizeram seu pedido.

Roberto: Quero saber como você está.

Blenda endireitou a postura, cruzou as pernas e olhou para o pai.

Blenda: Estou bem melhor, impossível.

Deu um sorriso debochado.

Roberto olhou para a filha e balançou a cabeça em negação.

Roberto: Não sei onde foi que errei com você.

Blenda: Não entendi.

Roberto: Onde foi que errei para você se tornar essa pessoa mimada desse jeito? Sua beleza está só por fora, Blenda, e pessoas assim sempre se dão mal no final. Estou te falando enquanto é tempo.

Blenda ignorou-o e continuou almoçando. A secretária ao lado permaneceu quieta, apenas observando os dois. Roberto respirou fundo e afastou o prato.

Roberto: Blenda, eu te dei tudo. Eu cuidei de você da melhor forma, dei tudo de mim, te ensinei os valores e princípios da vida e sempre te deixei em alerta sobre como você merecia ser tratada. Antes, você saía, ia fazer compras ou até mesmo ia sozinha para a balada ou sei lá onde mais vocês, jovens, iam. Hoje, você fica apenas trancada naquele apartamento,vivendo apenas para aquele homem, um gigolô que nunca tem dinheiro e não te leva nem a um restaurante barato. Ao contrário, você é quem sempre dá dinheiro para ele. Até essa aliança que você usa foi você quem comprou, porque nem dinheiro para comprar uma peça de baixo custo ele tinha. E você acreditou que, quando amamos, não importa o valor; o que importa é a intenção do outro e ser lembrado por ele, por mais simples que seja. Espero que você acorde para a vida.

Blenda: Papai, o Vinícius me ama. Ele não recebe muito dinheiro trabalhando naquele lugar, e o senhor sabe disso. Se eu tenho, por que não dá?

Roberto: Blenda, por menor que o salário dele seja, ele nunca deu nada para comprar algo para você. Minha filha, acorde! Mesmo tendo um trabalho digno, eu vejo pessoas que têm filhos e tudo, levando uma boa vida. Imagine um homem que vive em seu apartamento, não faz compras, não faz nada. E outra, você não tem nada. Até o dinheiro que você dá a ele é meu. Se você não acordar para a vida...Vou tirar tudo, vai ficar sem cartão.

Blenda levantou-se de vez da mesa, pegou sua bolsa e saiu esbarrando em tudo que viu pela frente.

Roberto olhou para a filha e fez um sinal de negação.

Patrícia: Não fica assim, senhor Dias.

Roberto apenas concordou, pagou a conta e logo eles saíram do restaurante, indo de volta para a empresa.

Blenda chegou ao seu apartamento muito estressada, começou a andar pela sala e resolveu sair novamente. Ela dirigiu até um salão e fez tudo o que tinha que fazer.

Ela queria que Vinícius a visse linda.

O salão ficava no shopping, e ela aproveitou para fazer compras, comprando roupas para seu amado também, já que ele trabalhava tanto e merecia um agrado. Nada do que seu pai falasse adiantaria.

Após as compras, ela voltou para casa cansada do seu dia “cheio”. O jantar já estava pronto, pois seu pai mantinha uma cozinheira e uma moça que ia limpar a casa três vezes por semana.

Blenda deixou as compras espalhadas pela casa, foi em direção ao banheiro e colocou a banheira para encher. Em seguida, foi até sua adega, pegou um bom vinho e decidiu relaxar na banheira.

Blenda: 'Irei te provar que o senhor está completamente errado sobre meu namorado, papai. Ele me ama.'

Blenda tinha a certeza de que seu namorado era fiel a ela, mas ele apenas a suportava porque ela sempre lhe dava dinheiro. Vinícius só queria saber de mulheres e dinheiro, e fingia ser outra pessoa.

Fingia ser o que não era, nunca apresentou sua mãe a Blenda e sempre inventava uma desculpa, dizendo que a casa deles era muito simples e que ela não ia gostar. Blenda já chegou a oferecer uma casa nova, mas como era o início do namoro, ele recusou.

As semanas e meses foram se passando, e o relacionamento estava se desgastando. Vinícius, cada vez mais afastado, chegava tarde e sempre dizia que era o ônibus que demorava.

Blenda: Amor, desse jeito eu fico preocupada com você chegando tarde em casa.

Vinícius: Pois é, não tive a sorte de nascer em berço de ouro como você.

Blenda deu um sorriso sem graça e foi até ele, abraçando-o.

Blenda: Por que você está cheirando a um perfume feminino barato?

Vinícius olhou para ela com os olhos arregalados e rapidamente inventou uma história.

Vinícius: Uma das meninas foi demitida, então ela abraçou todos se despedindo.

E Blenda acreditou e, naquele dia, Vinícius a procurou na cama, e aquilo para ela foi suficiente; era sinal de que logo tudo se resolveria em seu relacionamento.

Um dia, Vinícius chegou do trabalho molhado devido à chuva forte que caía lá fora, e isso deixou sua namorada muito preocupada.

Blenda: Meu amor, amanhã mesmo você escolhe o carro que quiser. Assim, não irei ficar tão preocupada com você.

O sorriso de Vinícius ia de orelha a orelha. Ele chegou a negar, mas sabia que sua namorada era insistente.

Vinícius: Não, amor, isso já é demais. Não posso aceitar.

Blenda: Ah, bobo, é um presente.

No dia seguinte, Vinícius escolheu um Jeep cinza, e Blenda fez o pagamento. Por alguns meses, aquele carro manteve Vinícius na linha; ele chegava cedo em casa e estava sempre andando na linha e estava sempre procurando por ela na cama, levando-a até para almoçar e passear aos domingos. Mas isso não durou muito; Vinícius começou a chegar cada vez mais tarde, sempre com uma desculpa nova, e Blenda, ao mesmo tempo, revelava que não queria acreditar que ele tivesse outra.

Certa vez, Blenda voltava da faculdade, mas o atalho que sempre pegava estava muito engarrafado. Como estava sem paciência, resolveu ir por um caminho que nunca havia passado antes.

Enquanto escutava uma música no carro e dirigia pelas ruas tranquilas de São Paulo, Blenda parou no sinal, olhou para o lado e simplesmente viu Vinícius abraçado com uma mulher. Ela piscou os olhos uma ou três vezes para ter certeza e, bem na hora, eles se beijaram. Aquilo partiu o coração de Blenda, que despertou daquela cena ao ouvir as buzinas.

Ela chegou em casa desnorteada; nunca jamais aceitaria dividir seu namorado com outra.

Mais populares

Comments

lauriani CRISTINA

lauriani CRISTINA

Eita lasqueira que capítulo foi esse babado em

2025-03-10

1

Maria DA Gloria

Maria DA Gloria

espero que ela acorde e não caia nas desculpas só cretino

2025-03-24

0

Josy Moura

Josy Moura

Mulher burra viu!!!🤦🏼‍♀️

2025-04-13

0

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!