Júlia

Aos poucos estou cuidando dessa insegurança do Maxim, até acho sexy, mas ele não pode me proibir de falar com a minha família. Eles precisam saber que estou bem, estou curtindo isso tudo com ele, mas me sinto péssima ao pensar em como eles se sentem com o meu sumiço.

Não posso ser feliz em cima da infelicidade deles. Seria maldade da minha parte, e de fato estou curtindo esse relacionamento que iniciou por um contrato que já não é mais válido e um sequestro no altar.

Estou pronta para descer, dou uma última olhada no espelho só para ter certeza que vou fazer o Maxim pirar de ciúmes e desço. No último degrau da escada meus olhos vão direto para a cadela que tentou me intimidar no banheiro da festa outro dia.

Não deu para segurar o sorriso ao ver seu braço imobilizado, mas meu ciúme deu o ar da graça quando vi o olhar que ela estava lançando para o meu marido. Então só para provocar assim que Maxim se senta me sento no colo dele lhe dando um beijo que deixa minha calcinha úmida na mesma hora.

Maxim me olha de um jeito que me faz querer tirar o vestido, mas em seguida olha para a mulher e depois para mim arqueando a sobrancelha. Ele se levanta e fala:

— Podem seguir para a sala de jantar, minha esposa e eu já voltamos.

Maxim gentilmente me guia para o escritório e depois que fecha a porta cruza os braços e olha para mim sério, eu também cruzo os braços e acabo me entregando ao confessar:

— Ela mereceu, me ofendeu no dia daquela festa dentro do banheiro feminino. Tentou me intimidar e tem interesse em você, para ser sincera, fiz pouco poderia ter feito mais.

— Fez pouco? — ele pergunta deixando seu rosto mudar de sério para uma alta gargalhada gostosa de ouvir — Amor, eu teria matado por ciúmes de você, então de fato você fez pouco.

— Não foi… Ela me ofendeu, você me ouviu bem.

Viro de costas para ele não ver que achei graça e que agora entendo que também foi por ciúmes. Mas Maxim me abraça e beija meu pescoço ao falar:

— Vamos, será sua primeira reunião ao meu lado. Eram eles que eu iria encontrar naquela noite que explodiu meu iate.

— Aquelas mulheres estavam juntas?

Pergunto empurrando ele e o encarando séria.

— Não! Somente os homens, mas como os convidei para jantar decidiram trazer suas esposas.

— Então a vadia é casada e ainda quer você?

— Para ser sincero, nunca notei um interesse dela por mim. Estou sabendo agora por você.

— Agora que já sabe, não olhe na direção dela ou a surra que ela vai ganhar dessa vez será de deixar no hospital.

Ele dá outra gargalhada e joga a cabeça para trás. Maxim me abraça e me beija, seguimos para a sala de jantar com ele agarrado a mim. Ao chegar lá ele me apresenta a todos principalmente a Katrina, a mulher que está com o braço quebrado por minha causa.

— Dobrow, ainda precisa investigar quem explodiu seu iate quase causando a nossa morte. — Ormic fala olhando sério para Maxim e eu respondo:

— Ele não precisa investigar, a responsável está aqui. — aponto para mim e o homem ri ao se direcionar para Maxim e falar:

— Sua esposa é engraçada. — ele dá uma gargalhada — Quer que eu acredite que foi ela que explodiu seu iate.

O homem continua rindo até que Maxim fala calmamente enquanto saboreia seu prato:

— Foi ela. Não tem problema, eu compro outro.

O rosto do homem muda na mesma hora. Todos na mesa olham para mim com olhos arregalados até que o homem pergunta:

— Mas por que? Como consegue sentar ao lado dela para jantar sabendo que ela tentou te matar? — e Maxim responde com a mesma tranquilidade de antes:

— Ela não tentou me matar, foi só uma crise de ciúmes. Como podem ver nós estamos bem agora.

— Mas ela tentou contra nossa vida também.

— Não tentei contra a vida de ninguém. Você está aí e bem vivo. Eu avisei ao Maxim antes para que ninguém se machucasse, se eu o quisesse morto não estaria aqui agora.

— Maxim, olha como essa mulher está falando com seus convidados. Não pode permitir que ela seja rude assim. — agora a cadela de pata quebrada late.

Maxim solta os talheres e cruza os braços ao encarar o casal que é o único a criar problemas na nossa frente.

— A casa é dela, se ela for rude com alguém pode ter certeza que não será algo gratuito. Terá dela o que oferecer, rude está sendo você ao me chamar pelo nome quando nem seu marido que me conhece a mais tempo faz isso.

Maxim empurra seu prato e olha para os homens que estão sentados e fala:

— Esse jantar se encerra aqui, senhores, me sigam até o meu escritório para tratar do que iríamos tratar antes. Senhoras, não testem minha esposa se forem educadas com ela a mesma será com vocês.

Os homens saem nos deixando sozinhas e a tal Katrina enfia o rabinho entre as pernas e abaixa a cabeça. Olho para as outras duas mulheres e pergunto com um sorriso no rosto:

— Que tal a sobremesa e uma taça de vinho?

Elas abrem um sorriso para mim e acabamos em uma conversa animada, mas Katrina não ousa levantar a cabeça e também recusa a sobremesa e o vinho. Mas ignoramos ela até que os homens voltam e Maxim me oferece sua mão, quando a seguro ele me puxa para ele e me abraça.

— Nos próximos dias o Alexei vai entrar em contato com vocês para marcar o dia da entrega da carga. Tenham todos uma ótima noite.

Cada um sai com sua respectiva companheira, fico apenas olhando para ver se Katrina tem o atrevimento de olhar para Maxim, mas ela continua com a cabeça baixa.

— Como foi a conversa com as mulheres? — Maxim pergunta.

— Foi perfeita, Mellany e Candance são americanas. Gostei muito de conversar com elas.

Ele sorri ao perceber que só falei das duas mulheres americanas. Maxim beija meu pescoço e sussurra no meu ouvido:

— Agora seremos nós dois no nosso quarto.

Ele me pega no colo e me leva para onde sei que vai pegar fogo essa noite.

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