Maxim

Júlia está no sofá falando com a família até que escuto a irmã dela perguntar:

— “Juh, você vai voltar para casa?”

Respondo em alto e bom som:

— Claro que não!

Ela olha para mim irritada e faz um sinal para que eu me cale e reponde para a irmã:

— “Pri, não posso fazer isso agora. Estou casada, por mais que o meu marido tenha assustado vocês com o rompante na igreja posso garantir que estou bem e que ele não me faz mal algum.”

— “Mas o seu lugar é com a sua família, não com a pessoa que te arrancou da sua família te levando embora contra sua vontade.”

Dessa vez é o meu sogro que fala, fico ansioso para saber o que ela vai responder já que minha vontade é desligar essa chamada.

— “Pai, eu amo vocês, mas tem um motivo para que eu fique onde estou. Prometo que assim que tudo estiver do jeito que precisa por aqui vou visitá-los.”

— “Vai continuar ligando todos os dias? Não dá para ficar sem saber que está realmente bem.”

— “Mãe, vocês podem ligar de volta para esse número que apareceu aí na tela do seu telefone.”

— “Que número, Júlia? Aqui aparece escrito “Número Desconhecido”, não tem um número para retornar.”

Júlia olha para mim irritada, eu cruzo os braços e viro para o lado em recusando a ceder meu número.

— “Fiquem tranquilos, até mais tarde envio o meu número pessoal por mensagem. Só preciso ser carinhosa com meu marido ciumento.” — ela fala olhando para mim — “Mais uma coisa: não contem para o Jason e a Evelyn que estou bem e que falaram comigo.”

Quando escuto o que ela acabou de falar me levanto e caminho na sua direção com a intenção de desligar a chamada até que escuto:

— “Mas por que não? Jason só sabe chorar e beber e a Evelyn está ao lado dele tentando não deixá-lo fazer algo contra si mesmo. Além dela estar muito mal e preocupada com você.”

— “Claro, ela deve mesmo estar cuidando dele… Apenas faça o que eu pedi, mãe. Se por um acaso vocês contarem para qualquer um dos dois sumo de vez.”

— “Tudo bem, não vamos falar nada. Mas isso é muito estranho.”

Ela encerra a conversa e se coloca de pé para me olhar bem nos olhos.

— O que foi?

— Foi por seu número ser bloqueado que me deu seu telefone para ligar?

— Talvez… Eu avisei para você que sou inseguro e possessivo.

— Tudo bem, agora vai me dar um celular que me possibilite falar com a minha família.

— Por que eu faria isso?

— Porque você me quer na sua cama todas as noites! Quer me tocar todas as noites e a qualquer momento sem isso não me terá de forma alguma.

— Júlia, você não ousaria.

— Tem até o final do dia para liberar minhas ligações para fora da Rússia.

Ela sai sem me permitir beijá-la ou tocá-la. Que inferno, ela não pode me colocar contra a parede desse jeito. Não quero que ela tenha contato com o ex.

Tento voltar para o meu trabalho, mas meu pensamento vai para a americana teimosa que deve estar no quarto planejando sua vingança do dia caso eu não ceda ao seu último desejo. Sou tirado do meu tormento pelo som do toque do meu telefone.

— “Alexei, espero que seja importante. Não estou com cabeça no momento.”

Atendo colocando no viva voz para continuar com o trabalho no computador.

— “Acabei de te enviar um anexo com os documentos que precisa assinar. Não poderei ir até aí e sugiro que não saia de casa com sua nova esposa.”

Agora Alexei conseguiu minha atenção, pego meu celular e tiro do viva voz. Caminho até a janela que tem uma linda visão de um jardim de rosas brancas.

— “O que Dmitry fez dessa vez? Tenho certeza que isso tem algo a ver com ele.”

— “Estou seguindo os passos dele desde que saiu daquela última cidade. Ele colocou o pessoal dele para vigiar de perto todas as suas propriedades. Está perguntando por você em todos os lugares.”

— “Sabe que essa mansão ele não vai encontrar. Foi um presente meu para Yulia e não está no nome de alguém conhecido exatamente para não ser encontrada.”

— “Por isso aconselhei a não sair de casa, eu não poderei ir até aí. Nossas reuniões serão feitas por chamadas. Agora preciso ir.”

— “Tudo bem, depois do jantar de hoje fecharei as portas da mansão e irei me isolar com Júlia por uns dias. Até, Alexei.”

Desligo e olho para onde pisca no meu email com o anexo que Alexei me enviou. Largo tudo como está e vou direto para o quarto, escuto o barulho do chuveiro e vou me despindo até chegar no box e ver ela nua.

Mesmo com tudo embaçado tenho a visão perfeita do seu corpo nu. Entro no box e abraço ela por trás que me empurra e se afasta encostando o corpo no vidro do box.

— Eu falei sério, ainda não tenho meu celular desbloqueado então você não pode tocar em mim. — ela fala isso me provocando enquanto sua mão desce lentamente do seu pescoço passando pelo seu seio, barriga até chegar onde quero tocá-la com a minha língua.

Eu me ajoelho na frente dela mais uma vez e puxo seu corpo para mim enfiando meu rosto entre as pernas dela que se afasta de novo.

— Você venceu, mas não me decepcione, Júlia.

Puxo ela de novo fazendo-a sentar nos meus ombros enquanto meu rosto entra no meio das suas pernas e minhas mãos apertam suas nádegas.

Foi um banho delicioso, uma tarde maravilhosa, alguns travesseiros rasgados no chão e uma bagunça completa na cama. Mas a noite cai e lembro ela do jantar que terei que dar por causa da minha reunião interrompida de ontem.

Eu desço depois de pronto, Júlia irá descer logo, os três sócios logo chegam com suas esposas até que vejo o braço imobilizado de Katrina e pergunto:

— O que aconteceu com sua esposa, Ormic?

Nesse momento eu me sento e para minha surpresa Júlia se senta no meu colo e me dá um beijo de deixar qualquer um com tesão, inclusive eu. Além de estar usando um vestido na cor vinho que a deixa muito sexy e faz meu ciúme criar um escudo de tão tenso que estou.

— Oi, amor, seus convidados trouxeram companhia? — ela pergunta olhando para Katrina e eu penso:

Ela não fez isso.

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