Após uma pergunta minha, observei que tinha algo muito errado com Maxim, sua voz carregava uma dor que me fez ter um nó na garganta. Pela sua aparência parecia estar tendo uma crise de pânico. Lembrei do Caius, meu irmão passou a ter depois de um acidente de moto.
Fiz por ele a única coisa que conseguia fazer pelo meu irmão. Pedi para Maxim olhar nos meus olhos e tentar regularizar sua respiração, só que não percebi meu erro ao sentar em seu colo de frente para ele e colocar minhas mãos no seu rosto.
Aos poucos o rosto dele foi se aproximando do meu e quando dei por mim estávamos aos beijos naquele sofá. As mãos quentes e enormes de Maxim caçavam qualquer centímetro de pele minha por baixo da blusa até que encontrou e apertou firme me fazendo chegar mais para frente.
O beijo ganhou mais profundidade quando Maxim conseguiu encostar meu corpo no dele e segurar minha nuca enfiando seus longos dedos entre meus cabelos. Mas essa onda de água fervente ganhou uma avalanche de neve fria quando ele sussurrou em russo:
— Lyublyu, moya milaya Yulia, ya tebya ochen' lyublyu. Otdaysya mne, Yulia. “Amor, minha doce Yulia, eu te amo tanto. Se entrega para mim, Yulia.”
Yulia? Tenho certeza que falou esse nome duas vezes, pulei do seu colo feito uma gata selvagem que expõe suas unhas para fora quando planeja um ataque para se defender. Com esse pulo acabei em cima da mesinha empurrando as taças e o prato que estavam em cima dela.
— Por que você estraga tudo trocando o meu nome? — ele está ofegante e eu também — Eu não sou ela, Maxim, nunca serei.
Me levanto com dificuldade por causa do meu pé torcido. Ele ameaça se levantar e me ajudar, mas estico minha mão aberta na direção dele e falo:
— Não. Se você tocar em mim agora sou capaz de rasgar sua garganta com as minhas unhas. Deixa que eu me viro sozinha. — falo indo para o quarto me apoiando nas coisas, antes de entrar no quarto falo para ele — Se puder entrar aqui só depois que eu pegar no sono além de agradecê-lo será mais seguro para você.
Posso não ter entendido o que ele disse em russo, mas ouvi muito bem ele me chamar de Yulia duas vezes. Por que ele não consegue colocar na droga da cabeça dele que eu não sou ela? Estou casada com um homem que quer ir para a cama comigo me chamando pelo nome da outra, não vou permitir isso.
Me jogo na cama sabendo que a qualquer momento ele vai deitar aqui também. Tento o máximo que posso dormir antes dele deitar, mas uma hora depois ali está ele deitando ao meu lado, porém respeitando meu espaço. Bom para ele.
Amanheceu, sinto o braço dele me apertando contra ele, ao olhar para trás somente para brigar com ele, noto que ainda está dormindo e pelo visto tendo um sonho ruim.
— Maxim? — chamo por ele de forma tranquila — Maxim?
Somente na terceira vez ele desperta, mas acaba em cima de mim com as duas mãos no meu pescoço, ele parece me reconhecer de imediato então não aperta e logo tira as mãos do meu pescoço. Ele coloca os cotovelos na cama e seu rosto vem parar nos meus seios com sua respiração irregular.
— Pode, por favor, sair de cima de mim?
Ele levanta a cabeça e seus lindos olhos azuis encontraram os meus castanhos. Ele sorri de lado e isso aquece meu corpo, tenho certeza que sentiu isso já que está em cima de mim então provoca:
— Tem certeza que não me quer aqui? Seu corpo está febril, devo ajudá-la a esfriar ou será que aquecerá mais?
Reviro meus olhos por alguns segundos quase me rendendo a essa tortura até que algo faz barulho e ele olha imediatamente para a porta puxando uma arma que estava debaixo do seu travesseiro e eu não sabia.
— Fique aqui e não saia. — ele ordena.
E caminha atentamente para fora do quarto com sua arma na mão. Eu me levanto da cama e mesmo mancando tento ouvir algo atrás da porta e ao encostar meu ouvido na porta escuto uma conversa.
— Alexei, quase te matei. Pensei que estava em Cazã e só voltaria mês que vem.
— Voltei ontem, um segurança me contou que você fugiu da festa ontem com uma mulher nos braços idêntica a sua falecida esposa. Sabia que viria para cá com ela. E aí, posso vê-la?
— Se der mais um passo na direção do quarto atiro mesmo em você e dessa vez será de propósito.
— Primeiro, sou seu subchefe desde antes de você assumir a máfia, segundo, sabe que não precisa ter ciúmes de mim porque jogo em outro time. Terceiro, acho melhor não estar tratando ela como se fosse sua falecida esposa, porque ela não é.
Nem conheço esse Alexei e já estou gostando dele. Homem inteligente e muito esperto.
— Eu ainda estou tentando lidar com isso, elas são mesmo idênticas. É difícil tê-la e não tê-la. Mas estou aqui porque Dmitry se encontrou com ela no evento de ontem. Quero ter certeza que ele não está mais por aqui para levá-la para casa.
— Fique tranquilo, vou verificar pessoalmente qualquer passo dado por ele aqui na cidade. Fique atento ao telefone, e o mais importante: essa mulher não é a Yulia então não as confunda, por mais que sejam iguais na aparência não é a mesma mulher e no fundo você sabe disso.
Queria estar na sala só para ver a cara do Maxim depois de ouvir isso do Alexei. Mas estou no quarto, de repente um silêncio consome o ambiente talvez eles tenham ido para fora.
Volto para a cama mancando e me sento, por mais que eu saiba que ele me obrigou a tudo isso porque me pareço com a falecida esposa dele ainda sou eu aqui e não ela. Maxim precisa entender isso, Yulia se foi e eu nunca serei ela em sua vida.
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Atualizado até capítulo 42
Comments
vilma assis
espero que esse joga em outro time não seja igual a "amiga" do ex de julia😂😂😂
2025-03-06
6
Celma Rodrigues
Realmente Maxim precisa perceber a diferença entre Yulia e Julia. Assim poderão construir uma relação verdadeira.
2025-03-11
0
Marli Santos
julia é muito esperta. enquanto ele trocar o nome delas e não vai ter ela
2025-03-08
0