Capítulo 7

Marcos ficou em silêncio por um momento, antes de suspirar e olhar para Sabrina com um tom mais suave.

Marcos: Tá bom, Sabrina. Eu me importo com você, só queria que tivesse me contado antes. Mas se é isso que você quer, tudo bem.

Sabrina, surpresa pela mudança de atitude, se sentiu aliviada. Ela olhou para Camila, que sorria discretamente, como quem dizia "veja, tudo se resolve".

Sabrina: Obrigada pela ajuda, Camila. Sua desculpa foi ótima, eles até ficaram quietos.

Camila riu baixinho.

Camila: Fico feliz que tenha dado certo. Sempre pronta para uma boa explicação.

As duas subiram para o quarto de Camila, onde Sabrina tomou um banho rápido. Depois, desceram juntas para ajudar Ana e Helena com o café da manhã.

Ao entrarem na cozinha, ouviram risadas e conversas baixas. Ana e Helena estavam ali, preparando o café da manhã enquanto conversavam descontraídas.

Helena: E aí, Ana, já pensou nos nomes? Ou ainda está em dúvida?

Ana sorriu timidamente, mexendo na cafeteira.

Ana: Ah, ainda estou pensando. São tantas opções, né? Mas logo decidimos.

Sabrina e Camila se aproximaram e, ao ouvir isso, Sabrina sorriu.

Sabrina: Bom dia, meninas! Preciso de um café forte hoje, viu? O pai me deu uma leve dor de cabeça agora cedo.

Camila, com um sorriso brincalhão, abraçou Ana por trás.

Camila: Parece que hoje a bomba do café vai ser pesada, né?

Todos riram, e a cozinha se encheu de risadas e conversas leves enquanto o café da manhã era preparado.

Após o café da manhã, os adultos saíram para fazer umas compras, deixando Sabrina e Camila sozinhas em casa. As duas aproveitaram para arrumar tudo enquanto ouviam música alta, se divertindo enquanto trabalhavam. Depois de um bom tempo, finalmente terminaram e se jogaram no sofá para descansar.

Foi quando a campainha tocou. Sabrina e Camila se entreolharam e, juntas, abriram a porta. Lá estava Estela, a avó delas. Sabrina a abraçou rapidamente, feliz por vê-la, enquanto Camila, mais tranquila, apenas a cumprimentou com um sorriso, pois já estava acostumada a vê-la com frequência.

Estela entrou na casa e se acomodou no sofá. Camila foi para a cozinha preparar um chá enquanto Sabrina, visivelmente pensativa, ficou com o olhar distante, refletindo sobre suas questões internas.

Estela percebeu imediatamente a mudança no comportamento de Sabrina. Ela olhou para ela com atenção, sua intuição a alertando de que algo estava acontecendo.

Estela: Sabrina, querida, você está diferente. O que aconteceu? Está me parecendo meio triste...

Sabrina, que tentava disfarçar, forçou um sorriso, mas não conseguiu esconder a melancolia em seus olhos. Ela balançou a cabeça, tentando afastar a conversa.

Sabrina: Não é nada, vovó. Só estou cansada.

Estela não se deixou enganar e se aproximou de Sabrina, seus olhos penetrantes pareciam ler sua alma.

Estela: Não adianta mentir para mim. Eu posso sentir, minha filha. Se precisar conversar, estou aqui. Sabemos que a vida às vezes nos pede coragem para olhar dentro de nós mesmas.

Sabrina hesitou, mas antes que pudesse falar, Camila entrou na sala com o chá e percebeu o clima tenso. Ela, rápida como sempre, interferiu para mudar o rumo da conversa.

Camila: Um garoto idiota, beijou a Sabrina e depois simplesmente sumiu. Começou a ignorá-la depois. Tipo, muito estranho, né? Ela ficou sem saber o que aconteceu.

Sabrina ficou surpresa com a história que Camila inventou, mas, sem saber como reagir, decidiu entrar na onda para não aprofundar o assunto. Estela, por sua vez, olhou para Camila com uma expressão curiosa, sem entender muito bem o que estava acontecendo, mas aceitando a explicação.

Estela: Ah, essa juventude... Sempre cheia de mistérios e surpresas. Mas, minha filha, não se preocupe com isso. Garotos às vezes são complicados, mas não vale a pena perder tempo com quem não te valoriza.

Sabrina, desconcertada, assentiu, aliviada por Camila ter mudado o foco da conversa. Ela tomou um gole do chá que Camila havia trazido, e o ambiente voltou ao normal, embora Sabrina ainda estivesse pensativa. Camila sorriu para ela de canto, como se dissesse "deixa para lá".

Alguns minutos depois, os adultos voltaram para casa. Marcos entrou primeiro, cumprimentando Estela com um abraço apertado.

Marcos: Oi, mãe! Como a senhora está?

Estela sorriu, devolvendo o abraço de Marcos com carinho.

Estela: Estou bem, querido. E você?

Marcos: Tudo certo. Já vi que a casa está em ordem, como sempre.

Sabrina e Camila, que estavam na cozinha guardando as compras, ouviram a conversa e se entreolharam. Sabrina, ainda com a cabeça cheia de pensamentos, se concentrou em organizar as coisas enquanto Camila, com seu jeito tranquilo, continuava a arrumar as compras na despensa.

Logo, Ana, Helena e Rodrigo entraram na sala, cumprimentando Estela, e então, o clima se aqueceu com as conversas animadas e o som das risadas. Helena, com um sorriso carinhoso, se aproximou de Sabrina.

Helena: Então, Sabrina, como está se sentindo? Tudo certo com as tatuagens?

Sabrina, sorrindo de leve, respondeu com a voz mais tranquila.

Sabrina: Sim, tudo ótimo. Foi uma experiência nova, mas estou bem, Tia.

Ana também se aproximou, dando um beijo na testa de Sabrina.

Ana: Fico feliz que tenha feito algo para si mesma, querida. Você merece.

Enquanto isso, Marcos estava conversando com Camila na cozinha, perguntando sobre os detalhes das compras, enquanto Sabrina se sentava no sofá, ainda pensando em tudo que havia acontecido nos últimos dias.

O ambiente estava mais relaxado agora, todos interagindo como se nada demais tivesse acontecido. Camila, percebendo o clima mais leve, olhou para Sabrina e, com um sorriso de canto, a chamou para ir até a varanda com ela para conversarem em particular.

Sabrina e Camila subiram para o quarto e se jogaram na cama. Ficaram lá, de bobeira, conversando sobre nada e rindo das pequenas coisas. A música ainda ecoava pela casa, e as duas se sentiam leves, como se tivessem se livrado de algo. Sabrina olhou para Camila e sorriu.

Sabrina: Acho que nunca me diverti tanto em um dia como hoje.

Camila: É, a gente precisava disso.

Elas riram mais um pouco, curtindo a paz do momento. O quarto estava tranquilo, e Sabrina sentiu que estava começando a se libertar das coisas que a prendiam.

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