Capítulo 3

A viagem seguiu tranquila, com o som constante da estrada embalando os pensamentos de Sabrina. Ela tentava afastar as incertezas que ainda a atormentavam. Durante a parada para o café da manhã, o aroma do café fresco a trouxe de volta ao presente. O calor da xícara em suas mãos foi reconfortante, mas seu coração ainda estava agitado, dividido entre a saudade e a incerteza do que acontecia nos últimos dias.

Algumas horas depois, o carro chegou à cidade que sempre trouxe um misto de nostalgia para Sabrina. Ela reconheceu a familiaridade do local, as ruas e os parques onde brincava quando era pequena. Ao se aproximarem da casa de Helena, a irmã de Marcos, Sabrina sentiu uma leveza no peito. Era como se estivesse voltando para um lugar seguro, onde cresceu.

Helena estava na porta, sorrindo amplamente ao vê-los. Sabrina correu até ela, e elas se abraçaram com força.

Helena: Sabrina! Quanto tempo!

Sabrina sorriu, com os olhos cheios de carinho.

Sabrina: Tia Helena, quanto tempo!

Helena a apertou com carinho, e logo Rodrigo, o marido de Helena, apareceu na porta.

Rodrigo: Sabrina, é bom te ver por aqui!

Sabrina deu um abraço breve em Rodrigo e, logo em seguida, procurou Camila. Quando ela apareceu, Sabrina sentiu uma onda de emoção. As duas se abraçaram com força.

Camila: Eu estava morrendo de saudade de você!

Sabrina: Eu também, Camila. Você não faz ideia de como senti sua falta!

Camila a olhou com uma expressão carinhosa.

Camila: Está tudo bem com você?

Sabrina hesitou por um momento, mas sorriu.

Sabrina: Estou tentando. Vou te contar tudo, prometo.

Camila sorriu de volta, apertando-a ainda mais. Sabrina sentiu o consolo do abraço de sua prima, alguém que sempre a entendeu. A casa de Helena a envolvia com sua atmosfera acolhedora, e Sabrina sentiu uma mistura de alívio e saudade. Embora as dúvidas sobre Hugo ainda estivessem em sua mente, naquele momento, ela estava com a família, com quem a amava.

Depois de um longo abraço, Helena convidou todos para entrarem. Sabrina sentiu o calor da casa e, por um momento, esqueceu um pouco das perguntas que ainda precisavam ser respondidas.

Após o almoço, enquanto os adultos ficaram na sala conversando, Sabrina e Camila decidiram sair para o quintal. O espaço era enorme, com árvores frondosas que ofereciam sombra e uma brisa fresca que suavizava o calor da tarde. No meio do gramado, havia um balanço antigo e um banco de madeira estrategicamente colocado debaixo de uma grande árvore, onde as duas se sentaram.

Camila olhou para Sabrina com um sorriso esperto, cruzando os braços.

Camila: Certo, agora desembucha. Quero saber de tudo.

Sabrina respirou fundo e inclinou-se para trás, olhando para a copa da árvore.

Sabrina: Tem muita coisa… muita coisa mesmo.

Camila: Eu tenho tempo, vai falando.

Sabrina deu um sorriso de canto, mas logo seu semblante ficou sério. Começou contando o básico: falou sobre sua rotina na escola, as matérias que gostava e as que odiava, as provas estressantes e os momentos divertidos. Depois, passou a falar sobre as Vixens, o grupo de líderes de torcida do qual fazia parte, e como era incrível se apresentar nos jogos e nos eventos da escola.

Sabrina: Minhas amigas também são incríveis. A Jenna é a mais doida, sempre tem uma ideia absurda na cabeça, mas não dá pra ficar entediada com ela. A Anna é a mais tranquila, do tipo que sempre tenta manter a paz entre todo mundo. E a Melissa… ah, ela é um amor, meio inocente às vezes, mas eu adoro ela.

Camila: Parece um grupo bem equilibrado.

Sabrina: Sim, são como irmãs pra mim.

Camila assentiu, mas percebeu que Sabrina estava enrolando para chegar na parte realmente importante.

Camila: Ok, tudo muito legal, mas agora quero saber sobre o verdadeiro motivo pelo qual você tá com essa cara de quem foi atropelada emocionalmente.

Sabrina fechou os olhos por um instante, respirando fundo. Quando abriu novamente, olhou para a prima e finalmente decidiu falar.

Sabrina: Hugo.

Camila franziu a testa.

Camila: Quem é Hugo?

Sabrina soltou uma risada sem humor.

Sabrina: Meu professor de história.

Camila arregalou os olhos.

Camila: Espera aí. Professor? Você tá falando sério?

Sabrina: Sim. E antes que você me julgue, deixa eu contar tudo.

Camila ficou em silêncio, apenas assentindo para que ela continuasse.

Sabrina então começou a contar desde o início. Explicou como sempre achou Hugo interessante, como sentia algo diferente por ele antes mesmo de qualquer coisa acontecer. Contou sobre os olhares trocados, as conversas que foram ficando cada vez mais íntimas, a tensão que crescia entre eles até o momento em que tudo aconteceu pela primeira vez.

Sabrina: Foi tudo intenso, sabe? Parecia certo, mesmo sendo completamente errado. Ele dizia coisas que me faziam acreditar que… sei lá, que a gente realmente tinha algo especial.

Camila a observava atentamente, absorvendo cada palavra.

Camila: E ele nunca pareceu… sei lá, hesitante? Afinal, ele é um professor.

Sabrina: No começo, sim. Mas depois ele se entregou tanto quanto eu. Era como se a gente tivesse construído nosso próprio mundo, onde só existia eu e ele.

Camila: E os outros? Alguém sabia?

Sabrina: Minhas amigas suspeitavam, mas nunca falei abertamente. Eu cheguei a mentir para elas, disse que tinha perdido minha virgindade com um cara da minha antiga cidade para não levantar suspeitas.

Camila: Uau… isso realmente foi longe.

Sabrina abaixou a cabeça e apertou os dedos contra o tecido da calça.

Sabrina: O problema é que, do nada, ele simplesmente sumiu.

Camila franziu o cenho.

Camila: Como assim sumiu?

Sabrina: Faz semanas que ele não me responde. Me excluiu das redes sociais, bloqueou meu número, desapareceu. Até fui na casa dele, mas descobri que ele viajou com a esposa e o filho.

Camila ficou em silêncio, absorvendo tudo o que Sabrina acabara de contar. Ela parecia incrédula e ao mesmo tempo profundamente preocupada com a situação.

Camila: Não é possível... esse cara é louco. Ele tem família, uma vida inteira e se envolve com você, uma aluna? Isso é tão... errado. Como ele pode fazer isso com você?

Sabrina deu um suspiro, sentindo a tensão crescer novamente em seu peito.

Sabrina: Eu sei, Camila. Eu sei que é errado. Eu não sei o que aconteceu. Tudo parecia tão certo, mas ele sumiu sem dar explicação nenhuma. E eu não consigo tirar isso da minha cabeça.

Camila olhou para a prima, tentando entender o que se passava por sua cabeça.

Camila: Sabrina, você precisa se afastar disso. Ele não tem o direito de fazer você se sentir assim. Você não merece isso. Não tem nada de certo nisso, e você precisa entender que... ele não é a pessoa que você acha que é.

Sabrina assentiu, mas o peso da situação parecia ainda muito grande para ser ignorado. Ela sabia que estava presa em algo que não deveria, mas, ao mesmo tempo, não conseguia simplesmente apagar o que sentia.

Camila: Você tem que se cuidar, Sab. Não vale a pena se machucar por alguém que não sabe o que quer da vida.

Sabrina olhou para Camila, vendo sua preocupação genuína, e sentiu uma onda de gratidão por tê-la ali. Mesmo com todo o caos em sua mente, saber que podia contar com a prima a fez se sentir um pouco mais leve.

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Comments

Dulce Gama

Dulce Gama

A história está ótima como eu não li o primeiro livro não posso dá minha opinião mas detalhada mas eu acho que o Hugo usou com canalhice tirou a pureza da menina e sumiu e tem mas ainda é casado isso é safadeza 👍👍👍👍👍🌹🌹🌹🌹🌹🎁🎁🎁🎁🎁❤️❤️❤️❤️❤️

2025-03-05

2

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