Capítulo 5 - A Frieza na Noite de Núpcias
O silêncio no interior da carruagem era quase sufocante.
Lilith mantinha as mãos sobre o colo, os dedos entrelaçados em um aperto tenso, enquanto olhava pela janela a paisagem noturna que se estendia além do vidro embaçado. A escuridão lá fora parecia refletir o vazio entre ela e seu novo marido.
Raphael não dirigira uma única palavra a ela desde a cerimônia.
Ele se sentara do lado oposto da carruagem, os olhos cinzentos fixos em algum ponto distante, como se nem mesmo estivesse ciente de sua presença. Sua expressão era fria, e o maxilar travado indicava que ele preferia estar em qualquer outro lugar, menos ali, ao lado da mulher que agora carregava seu sobrenome.
Lilith engoliu em seco, sentindo o peso daquela indiferença esmagá-la mais do que qualquer insulto poderia. Ela sabia que Raphael não a desejava. Sabia que ele só aceitara o casamento por obrigação, para salvar sua honra e manter o compromisso que deveria ter sido cumprido por Evangeline.
Mas a realidade de estar casada com um homem que não lhe dirigia sequer um olhar doía mais do que imaginava.
A mansão Devereux surgiu diante deles, imponente sob a luz do luar. As janelas altas refletiam o brilho das estrelas, e a grande porta de entrada já estava aberta, revelando criados alinhados em fila, aguardando a chegada do casal recém-casado.
Raphael desceu primeiro, sem oferecer ajuda a Lilith. Ela respirou fundo e desceu sozinha, o tecido pesado do vestido arrastando-se pelo chão de pedras frias.
— A suíte principal foi preparada, milorde — um mordomo anunciou.
Raphael apenas acenou com a cabeça e começou a caminhar para dentro, sem olhar para a esposa. Lilith o seguiu em silêncio, subindo as grandes escadarias em um caminho que parecia mais uma marcha fúnebre do que uma celebração de casamento.
Quando chegaram à porta do quarto, ele finalmente falou.
— Esta será sua morada de agora em diante.
Lilith piscou, surpresa pelo tom brusco. Raphael abriu a porta e entrou primeiro, e ela hesitou por um segundo antes de segui-lo.
O quarto era enorme, decorado em tons de dourado e azul-marinho. Havia um grande espelho ornamentado, cortinas pesadas envolvendo as janelas e um lustre de cristal iluminando tudo com um brilho suave.
No centro, a grande cama de dossel parecia ameaçadora.
Raphael retirou o fraque com um gesto impaciente, jogando-o sobre uma poltrona.
— Você dormirá aqui — disse, apontando para a cama.
Lilith olhou para ele, sentindo o peito apertado.
— E você?
Ele se virou para encará-la, os olhos cinzentos inexpressivos.
— No meu escritório.
Ela baixou o olhar, sentindo-se tola por ter perguntado. É claro que ele não dormiria ali.
— Boa noite, Lady Devereux.
O nome novo em seus lábios não carregava nem um traço de afeição.
Antes que ela pudesse responder, Raphael se virou e saiu do quarto, fechando a porta atrás de si.
O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor.
Lilith ficou parada no meio do quarto, olhando para a porta fechada, sentindo a dor fria do abandono.
Era sua noite de núpcias. E ela estava sozinha.
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Comments
Lucilene Palheta
há mais tu vai pagar caro por essa afronta , ó se vai ,vai rastejar aos pés dela ,porfavozinho autora ,faz isso .
2025-03-01
1
Maria Luísa de Almeida franca Almeida franca
idiota
2025-02-28
1