Sou Fabrício Almeida Queiroz, hoje tenho 28 anos, sou advogado. Meus pais são Olavo Queiroz e Aurélia Almeida e tenho um irmão gêmeo, Fernando.
Meus pais vem de famílias tradicionais, casaram por um acordo maluco entre as famílias Almeida e Queiroz.
Hoje meu pai está à frente da presidência da maior construtora do país.
Ao contrário dos meus avôs, meus pais nunca impuseram nada aos filhos, apenas o básico, honestidade, educação, respeito e trabalho. Nunca nos permitiram fazer o que bem entendemos.
Fernando desde pequeno quis ser médico. Eu não sabia ao certo o que queria, na adolescência passei a querer ser advogado. Não me arrependo, faço o que gosto. Meu pai está com 65 anos me pressionando para assumir a liderança do grupo Almeida Queiroz.
Na verdade tenho considerado, sei que o meu pai está cansado e eu poderia dar conta dos negócios da família e do meu escritório, já que Fernando disse que abre mão da sua parte.
Já disse que assim não será, o dia que não tivermos mais os nossos pais, vou dividir tudo com Fernando, ele é meu irmão e também será herdeiro tanto quanto eu. O que ninguém sabe é que já sou tão rico quanto meu pai, não preciso de herança, mas não fico divulgando isso ao mundo inteiro.
O samaritano do meu irmão com essa história de cuidar das pessoas tem um patrimônio muito pequeno comparado ao meu. Mesmo com a sua esposa sendo advogada, eles perto de mim, são pobres.
Eu sou sócio de um escritório de advocacia. Me dedico ao direito empresarial e societário, apesar do escritório oferecer serviços em todas as áreas.
Não sou casado. Aliás, depois do que aconteceu há anos atrás jamais irei me casar.
Um dos meus sócios é Marcelo Fontes, um grande amigo. Ele é casado e tem três filhos, me diz que é muito feliz, mas vejo ele olhando às vezes com desejo para o corpo da nossa secretária Sabrina. Ele vive me dizendo que devo me casar.
Não respondo nada, mas acho um absurdo ele ser casado e desejar outras mulheres, ele só não saiu com Sabrina porque ela nunca deu oportunidade para ele se engraçar com ela. Caso contrário ja tinha rolado.
Tenho minhas regras e uma delas é: "Onde se ganha o pão não se come a carne."
Posso viver bem com isso. Não tenho compromisso sério com ninguém desde a Carol.
Desde o casamento do meu irmão com a bela Vivian que eu tenho sido mais reservado.
No começo, não sabia como me comportar com ele. Não sabia que ele estava namorando e ainda mais com uma das mulheres que sempre desejei e nunca me deu bola.
Não há sentimento da minha parte por Vivian, seria apenas por diversão.
Eu e meu irmão não temos segredo, ele me contou tudo antes do seu casamento. Não houve namoro. Eles simplesmente ficaram juntos numa viagem e voltaram com planos de casamento. Reconheço, Fernando teve muita sorte, Vivian é incrível!
Ele me contou que quase perdeu o grande amor da vida dele por ter sido confundido comigo.
Absurdo! Não sou tão ruim assim.
Enfim, não sei se Fernando contou a minha história para Vivian, mas depois do casamento deles ela passou a me tratar melhor.
Inclusive sou padrinho da minha sobrinha Sophia, amo essa menina como se fosse minha filha. Meus pais estão encantados com a primeira neta.
Fernando e Vivian fazem planos para ter mais filhos, dizem que querem mais dois.
Eu sinceramente também gostaria de ser pai, mas ter alguém na minha vida e casar não está nos meus planos.
Fazem dez anos, desde a Carol.
Eu tinha dezessete anos e ela dezesseis. Perdemos a nossa virgindade juntos. Foi especial pra mim.
Eu poderia jurar que era para sempre, moravamos no mesmo condomínio.
Depois da nossa primeira vez nos amávamos feito loucos, eu estava perdido, enfeitiçado por ela.
Mas tinha algo errado, notava que Carol era insaciável. Eu nunca fui de negar fogo, mas muitas vezes ela queria mais do que eu poderia oferecer.
Até que tive a maior decepção da minha vida.
Carol me disse que ia viajar com os pais, fiquei muito triste, mas não tinha o que fazer, eram só dois meses de namoro e eu era muito jovem, mas eu já pensava em casar com ela na primeira oportunidade.
Fernando e uns amigos iam sair e me convidaram. Como não tinha nada para fazer eu fui.
Fomos no carro do Diogo, ele já era maior de idade e daqui alguns meses eu e Fernando também iríamos completar 18 anos e já poderíamos tirar a nossa habilitação de motorista.
Chegamos no local, era uma festa na casa do amigo do Diogo, tinha muita bebida alcoólica.
Fernando não me deixou beber nada alcoólico, tomamos apenas as bebidas sem álcool, ele é alguns minutos mais velho que eu mas sempre se comportou como o irmão mais velho.
Eu estava entediado, só pensava na Carol. Estávamos no jardim da casa, o som estava muito alto, tinha muitas pessoas na piscina e algumas estavam dançando.
Já estava ficando irritado e queria ir embora, quando de repente estava prestes a ter a maior decepção da minha vida.
Vi de longe o que os meus olhos não queriam crer, não era possível!
Carol e mais quatro rapazes, sim quatro rapazes.
Ela estava tomando cerveja, deu pra ver pela cor da latinha. Ela ria enquanto um dos rapazes passava a mão nela.
Não pude acreditar, eu nunca fiz isso com ela em público, ainda mais na frente de tantas pessoas.
Continuei observando. Um dos rapazes conduziu-a para dentro da casa e os outros três foram atrás, eu os segui.
Eles entraram num dos quartos da casa. Eu vi no exato momento em que a porta foi fechada. Fiquei do lado de fora. Foram os momentos mais torturantes da minha vida. Sabia o que estava acontecendo lá dentro pelas vozes e pelos gritos da Carol.
Eu conhecia bem aqueles gemidos.
O ódio começou a tomar conta de mim. Pensei em entrar no quarto, mas ela não estava sendo abusada, disso eu tinha certeza.
Pareceu uma eternidade, até que pouco a pouco foram saindo do quarto um de cada vez, passavam por mim. Não consegui esquecer o rosto de nenhum deles até hoje, eles riam e batiam nas costas um do outro.
Esperei... Depois de um tempo Carol saiu do quarto e me encontrou próximo da porta.
Ela passou por mim, como se nada tivesse acontecido.
Eu sai da casa depois dela para ver o meu irmão me procurando feito louco.
- Fabrício, onde você estava?
Só abraço o meu irmão e começo a chorar. Fernando me abraça como um pai. Eu não digo nada, mas ele me tira dali.
Chegamos em casa, não me lembro como. Ele me leva até o meu quarto, então peço para ele ficar. Ele fica comigo ali em silêncio, depois de muito tempo comecei a contar tudo o que aconteceu.
Fernando só me abraça e diz:
- Irmão vai passar, não chora!
Desde esse dia me tornei frio e calculista. Nunca mais senti nada por ninguém.
Não sei se Fernando contou para os meus pais, mas meses depois nos mudamos para outro condomínio.
Carol passou por mim algumas vezes, nunca se aproximou ou fez questão de vir falar comigo, na verdade nem teve conversa sobre término de namoro.
Fui embora daquele condomínio deixando ela no passado.
Reconheço que conheci mulheres incríveis, mas nunca consegui me apaixonar por mais ninguém.
Algumas até tentaram me envolver, mas como uma espécie de bloqueio, me afastava imediatamente delas.
Daí começaram outros problemas, passei a estampar capas de revistas, não em situações vexatórias, mas sempre acompanhado de alguém.
Admito que sai com quase todas as mulheres da faculdade, nem a funcionária da secretaria foi perdoada, também ela era muito bonita.
Meu pai teve uma discussão feia comigo depois de sair uma matéria onde anunciavam um falso noivado.
Nunca namorei com nenhuma delas como poderia estar noivo, algumas alegam que foram iludidas, nunca falei palavras de amor, foram coisas da cabeça delas. Nunca menti e nem esforcei para conquistar ninguém, se não me sentia desejado no primeiro contato já partia para outra.
Depois de formado sai de casa, era melhor já estava cansado de dormir em hotéis.
Passei a viver de forma mais discreta e foi bom para a minha imagem e para os meus negócios.
Não passo a noite sozinho, mas agora antes de levar para o meu apartamento já deixo claro que é só por uma noite. Se saio e noto que durante a conversa a mulher quer compromisso já me despeço e procuro outra.
Podem me julgar, mas já conheci muita mulher que também só quer coisa de uma noite e não foram poucas.
Enfim, aqui estou com 28 anos e solteiro. Sou feliz do meu jeito, amo meus pais, meu irmão, minha cunhada e a minha princesa Sophia.
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Atualizado até capítulo 35
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