Nosso filho...

Grace Miller 🥀

Dito e feito. Meu pai contratou um cozinheiro italiano super chique, certeza que custou uma nota preta.

- O nome dela é Emma Davis - conto animada - Ela vai ser uma tia incrível, logo ela chega.

Quando convidei a Emma para o jantar ela não pensou duas vezes antes de aceitar. Na verdade ela ficou bem animada com o convite.

- A Emma é incrível - Johan diz ao meu pai - Nos conhecemos à um bom tempo.

Óbvio que o meu pai convidou o Johan, ele não vai descansar até nos unir de novo.

- Acho um descaso do pai do bebê não aparecer. Imagino como vai ser quando a criança nascer. Um pai nada presente.

Não posso discutir contra isso, também é uma preocupação minha.

Cerca de 10 minutos depois a loira apareceu, com uma garrafa cara de vinho e um sorriso animado no rosto. É claro que não preciso dizer que a Emma ficou muito empolgada com o nosso encontro de amanhã. Hoje ela vai ter uma noção de queme é a Alina, mas amanhã que elas vão se conhecer de verdade.

Meu pai não ficou satisfeito só com um cozinheiro, contratou uma pessoa pra arrumar a mesa também. Isso é a cara dele.

Não consigo disfarçar minha surpresa quando a governanta chega na sala acompanhando nada mais que o Ethan Davis em pessoa.

- Você não disse que o seu irmão vinha - murmuro pra loira.

- Eu não sabia que ele vinha - a loira diz surpresa.

Me levanto e me aproximo dele.

- Confesso que estou surpresa com a sua presença - ele me entrega uma garrafa de whisky que parece mais caro que meus dois rins juntos.

- Me pareceu apropriado vir - ele desse os olhos pelo meu corpo - Que incrível, você conseguiu achar um vestido que cabe em você.

- Engraçado, muito engraçado.

[...]

Ótimo, meu pai detesta o Ethan.

- Acho o vinho uma bebida sem graça, prefiro meu bom e velho whisky - Ethan diz fazendo com que Johan, Alina e eu tenhamos um mini surto.

Ah não! Ofende a mãe dele, só não ofende o vinho sagrado dele.

- Vinho é uma bebida sofisticada. Nem todos têm um gosto tão refinado.

- Concordo. Nem todos têm um gosto tão refinado - ele toma um gole do whisky - O que é uma pena já que isso - ele se refere ao copo dele - É uma maravilha.

Meu pai me olha como se dissesse "esse cara? Não tinha um melhor?"

- Ok... Como vai na faculdade Johan? - papai pergunta.

- Ótimo! Não vejo a hora de me formar.

- Não vejo a hora de te ver no tribunal, vai ser um grande advogado. Uma pena que a gente não conseguiu convencer a Grace a fazer direito também.

- Não faz o estilo dela - Johan diz ao meu lado - Ela ia acabar xingando o juiz e seria presa.

- Eu ia rir tanto - Alina diz.

- E você, Davis? - meu pai pergunta - O que faz da vida? É formado em alguma coisa? Ou ao menos estuda?

- Não faço faculdade e nunca fiz. Sou herdeiro de uma grande empresa de família e também empresário de vários estabelecimentos e me saio muito bem.

- Você tem um bar?

- Uma boate e outros estabelecimentos.

- Certo desculpe, no dia que a Grace mencionou eu estava meio nervoso. Foi uma surpresa e tanto saber que minha bebê está esperando um bebê.

- Sim! Uma surpresa e tanto.

- É mas como vocês rejeitaram a ideia do aborto.

- Ideia do aborto? - alguém me tira daqui - Nós tivemos essa ideia? - ele me encara nada feliz.

- Na verdade a ideia foi minha, minha filha é muito nova pra ser mãe.

- Pois o senhor devia guardar suas ideias pra si - porra - Ninguém vai abortar meu filho.

- Gente! - me intrometo - Vamos com calma aí...

- O seu casinho que está sendo inconveniente.

- Ah! Você sugere que a Grace tire o bebê e eu que sou inconveniente. Interessante!

- Eu acho melhor a gente encerrar a noite por aqui - me ponho de pé.

- Ótima ideia - Emma me apoia.

[...]

Johan já foi embora e Alina está me esperando no carro. Provavelmente dando em cima do meu segurança, ela é do tipo que conversa flertando.

- Meu Deus Grace! Com Los Angeles lotada de pessoas ótimas, tendo o Johan ao seu lado e você engravida daquele inútil.

Eu até penso em defender o Ethan, mas aí lembro que não gosto dele.

- Vem na minha casa, ofende o meu vinho e me chama de inconveniente.

- Bom pai, cada um tem o seu próprio gosto pessoal, deixa ele ser fã do whisky. E você veio com a ideia do aborto de novo, não é um assunto legal de se falar no jantar que você propôs pra conhecer o pai do seu neto.

- Odiei ele.

- Não sou muito fã dele pai, mas estamos ligados para sempre por causa desse bebê.

Sou obrigada a ficar mais uns bons minutos escutando ele xingar o Ethan. Ele tem uma criatividade e tanto.

[...]

Quando eu chego em casa o loiro está me esperando na porta do meu apartamento.

Alina vai direto pro quarto nos deixando sozinhos.

- Você estava cogitando tirar o bebê? Você em momento algum falou sobre isso - ele é rude.

- Tenha paciência - sigo pra cozinha e ele vem atrás de mim - Eu nunca cogitei tirar o meu filho.

- Nosso filho...

- Acho incrível que às vezes ele é "nosso" e às vezes é "meu". Seria tão interessante se você lembrasse que ele é nosso nos dias das consultas, sabe, só uma dica.

- Seu pai é um idiota.

- Tudo bem, meu pai te xingou de coisas bem piores.

- Grace se você estiver ao menos cogitando tirar essa criança...

- Não ouse me ameaçar seu filho da mãe. Eu quero esse bebê, o único que parece não querer aqui é você.

Perco a paciência.

- Eu nunca disse que não queria.

- Mas nunca demonstrou querê-lo.

- Quer que eu pule de alegria e solte fogos? Eu não sou assim.

- A pior coisa disso tudo é o meu bebê ter um pai que nem você.

Ethan não diz nada apenas me encara em silêncio. E eu não gosto da forma que ele está me olhando.

- Tenha uma boa noite Grace - ele vira as costas saindo da cozinha.

[...]