3 CAPÍTULO

O Tabuleiro Se Move

Os primeiros dias após a reencarnação foram de pura observação. Isadora anotava cada movimento, cada expressão e cada palavra dita pelas pessoas ao seu redor. Seu olhar clínico e a frieza em suas ações assustavam até mesmo aqueles que a conheciam bem. Mas ela precisava agir com cautela. Uma jogada errada e tudo poderia desmoronar.

Na noite de sexta-feira, Isadora finalmente traçou sua primeira armadilha. Sabia que Rafael tinha um segredo, algo que ele fazia de tudo para esconder. E agora, com o conhecimento do futuro, ela poderia usá-lo contra ele.

No meio da madrugada, vestida de preto, ela se esgueirou até a casa dos Montenegro. Sabia exatamente onde procurar. No escritório do pai de Rafael, havia um cofre. Dentro dele, provas que poderiam arruinar a reputação da família Montenegro. O coração de Isadora batia acelerado enquanto digitava a senha. Tudo o que precisaria estava ali.

Mas então, um ruído no corredor.

A porta se abriu lentamente e a silhueta de Rafael surgiu na penumbra. Os olhos dele se arregalaram ao ver Isadora parada diante do cofre. Ele franziu o cenho, confuso e irritado.

“Isa? O que diabos você está fazendo aqui?”

Ela engoliu seco, mas manteve a postura. "Talvez a pergunta certa seja: o que eu sei que você teme tanto?"

Ele deu um passo à frente, a tensão entre eles era palpável. O ar no ambiente parecia pesado, carregado de ameaças não ditas.

“Você está diferente... Algo em você mudou.” Rafael murmurou, estreitando os olhos. “O que aconteceu?”

Isadora sorriu, mas não havia calor em sua expressão. “Digamos que o tempo me ensinou algumas lições valiosas. E agora, é a sua vez de aprender.”

A tensão crescia, o jogo começava a se desenrolar e, pela primeira vez, Rafael Montenegro sentia que não tinha mais o controle.

 Ele havia sentido medo, mas era um medo diferente, um terror que nascia dentro dele e se espalhava como uma sombra fria. Ele não sabia explicar, mas tudo parecia distorcido, como se estivesse dentro de um filme de terror. O olhar fixo de Isadora sobre ele, inabalável e intenso, apenas aumentava a tensão que se instaurava no ar, tornando cada segundo insuportavelmente longo.

Por um instante, ele perdeu o equilíbrio e caiu, batendo contra a parede de trás. O impacto fez com que um castiçal próximo à porta se desequilibrasse e caísse no chão com um estrondo surdo. O som ecoou pela casa, fazendo o coração de Rafael disparar.

Isadora, calculista como sempre, garantiu que ninguém a visse ao sair. Seus passos eram leves, quase fantasmas na escuridão da noite. Quando Rafael finalmente recobrou a consciência, ela já havia desaparecido. O quarto estava mergulhado em um silêncio inquietante, e ele não sabia se tudo aquilo havia sido um pesadelo ou a mais pura realidade.

A única coisa de que tinha certeza era que o medo pairava no ar, denso, sufocante. Algo estava diferente. Algo estava errado.

MAS,O Que Rafael escondia! Do Que Ele Temia? O Segredo Era Tão Horrível Assim?

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