Segredos

Camille continuava sem entender, Thália por sua vez sabia exatamente o motivo de Drake ter se desconcertado daquele modo, se não bastasse o possível enfrentamento que teriam, Bruce ardilosamente lançou ao sair um gatilho que ligou Drake a seu passado.

Thália — Chega! Acorda desse transe agora ou não precisa mais aparecer na minha frente! — Exclamou após o dar um tapa no rosto de Drake buscando uma reação.

Camille — Thália! Era para tanto assim? — Questionou.

Drake — Perdão! Eu me lembrei de uma coisa que mexeu comigo. Mas, por outro lado, você ainda não me revelou que segredo é esse que lhe aflige! Posso fazer algo a respeito? — Indagou.

Thália — Olha ele aí! Tudo bem, mas a verdade é que o segredo não é meu. Bruce estava me confrontando sobre um segredo seu! Quer falar sobre isso querido? — Questionou ironicamente revertendo a situação com suas habilidades de manipulação.

Drake — Segredo...Meu? O que eu poderia te esconder por intenção? Você me disse que havia enviado pessoas para investigarem minha vida, então ainda existia algo sobre mim que você não sabia? — Indagou novamente de modo ingênuoe honesto.

Camille — Bom, acabei de sentir um cheiro maravilhoso, então deixarei vocês a sós, vou buscar um cafezinho com licença — Despediu-se saindo de fininho.

Thália — Que ultraje! Você está certo. Realmente eu o disse que iria investigar até a último grão de areia que pisou... Por que você não mente? Por que você simplesmente não tenta retrucar furioso sobre minha desconfiança? — Questionou.

Drake — Qual seria a razão disso? Se não sabe algo e ainda não lhe contaram, basta me perguntar, eu sempre te responderei. — Argumentou de modo brando.

Thália então aproximou-se dele o encarando, seus olhos estavam fixos nos olhos de Drake.

Thália — Mesmo que doa? Mesmo que seja algo que te machucou? Mesmo que seja algo que queira esquecer? — Provocou indignada.

Drake — Sim. Mesmo que seja difícil, não irei te esconder nada! Mas...E você? Está mesmo chateada apenas por um não segredo meu? — Disse preocupado.

Thália — Óbvio! Como você se sentiria se alguém te dissesse que eu sou uma homicida? Que cometi atos assustadores? — Argumentou desconversando e jogando a culpa no rapaz.

Drake — Entendo...No seu caso deve estar com medo, talvez me ache repulsivo agora. Eu irei embora se quiser. Mas respondendo sua pergunta...Eu simplesmente imaginaria qual o motivo por trás de tais atos. Como jurei minha vida a você, te contarei tudo em detalhes caso peça. Perdão por te deixar aflita! — Respondeu com pesar pensando na rejeição de Thália.

Thália — [ Droga! Que maldição! Aqueles olhos estão cheios de sofrimento de novo, mas antes ele acreditar ser o culpado pela minha aflição, do que ficar aflito com meu quadro medico] — Pensou ela.

Thália — Claro! Foi o que disse ao Bruce, óbvio que teve motivos para tais atos! Só não entendo por que não mencionou isso quando falamos da senhora que te criou. — Pontuou ela.

Drake — Não tinha intenção de te preocupar, eu havia dito que minha vida não valia a pena, mesmo assim você não me deixou dizer muito além, me tomou para si sem me deixar escolhas simplesmente resolveu me salvar. — Relembrou ele.

Thália — De fato! Bom vamos esquecer isso! Fico feliz em saber do que é capaz, desse modo nossos inimigos terão muito o que temer! Agora vamos, o intuito era se distrair, distrair a Camille e não se chatear com bobagens. — Disse tentando mudar o foco da conversa.

Drake — Ela tem o mesmo sobrenome que a senhora Hope. Ela me disse uma vez ter tido 3 filhos, o mais velho era muito ruim e cruel ele se livrou do irmão do meio e queria fazer o mesmo com a caçula, então a senhora Hope a enviou para algum lugar que ela ia ficar segura. Quando ouvi o sobrenome e ela me disse sobre sua origem, não pude deixar de associar. Sinto muito! — Explicou.

Thália — É parece que o destino continua nos pregando peças. Prometo que irei procurar tudo a respeito dessa senhora ok. Bom e por falar em pessoas. O Bruce me disse que você tem um hospital, poderia o reinaugurar como dono e colocar o sobrenome dessa senhora como homenagem o que acha? — Indagou o abraçando.

Drake — Isso me parece muito bom! Eu me lembro vagamente de um local todo branco que eu ia, me espetavam muito, mas sempre me davam doces depois, talvez fosse esse hospital, mas sinceramente mesmo com minha história de vida, nunca cheguei a pegar sequer uma gripe mais forte. Minha saúde sempre foi de ferro. — Relembrou-se.

Thália — Vamos então nos juntar a Camille e depois podemos visitar suas propriedades, assim saímos do foco dos abutres deixando a poeira abaixar. Mas preciso que faça algo antes de irmos! — Disse maliciosamente.

Drake — Diga, eu farei qualquer coisa que peça, sujira ou ordene! — Respondeu com uma expressão de curiosidade.

Thália — Ótimo! Então eu lhe ordeno que me abrace forte e me beije como se fosse a última vez! — Disse com expressão séria enquanto deslisava os dedos pelos cabelos de Drake.

Drake — Não! Eu sinto muito mas não posso! Se eu pensar que essa é a última vez...Eu simplesmente não suportaria. Só a ideia de te perder me causa desespero! — Respondeu.

Thália — Ridículo! Acho que não sabe o quão romântico pode ser essa situação, eu pedi um beijo com toda sua força, todo seu sentimento, muitas vezes apenas quando pensamos ser a última vez, que nos livramos de qualquer amarra ou obstáculo, nos entregando totalmente! — Explicou.

Drake — Perdão! Talvez eu ainda esteja falhando em algo. Me entreguei totalmente a você sem pensar, mas ainda acha que tem algo, ainda pensa que não foi com todo meu sentimento. Ainda acha que sofro daquela Síndrome de Estocolmo? — Questionou com expressão decepcionada.

Thália — As vezes eu te odeio! Tem sempre uma resposta, quer saber? Sim eu realmente acho que talvez isso não seja amor, apenas devoção, gratidão, imprint ou Síndrome de Estocolmo. Você não tem ressalvas sobre minha aceitação do seu atos, nem ao menos me questionou sobre achar isso útil. — Argumentou.

Thália — Amor envolve sacrifício, companherismo, apoio, mas também envolve relutância, discordâncias. Como posso acreditar em um amor tão cego, tão abnegado, tão desprendido. — Analisou ela o soltando.

Drake — Entendo. Tem razã, pode mesmo parecer que tudo foi por não ter outra escolha, com meu histórico... Eu não quero que isso continue assim, até que você tenha a certeza dos meus sentimentos, irei apenas seguir suas ordens e te proteger, casarei com você para que seu futuro fique garantido, mas não quero mais nada além disso, não me permitirei brincar com seus sentimentos. E por mais que me doa, se um dia se apaixonar por outra pessoa, não precisa seguir comigo. — Pontuou.

Thália — Enlouqueceu? Não está tentando me enlouquecer! Você é meu! Brincar com meus sentimentos, paixão não é amor querido, você não pode me machucar ou brincar comigo.... — Dizia desconcertada.

Drake — Achei que era o que você queria que eu dissesse — Cortou-a de modo descontraído.

Drake então a segurou pela cintura a puxando junto a seu peito, Thália ficou sem reação olhando seus olhos determinados. Ele a ergueu em seus braços a beijando de um modo que a despertou sensações nunca sentidas, seu corpo estremeceu por inteiro, o perfume de Drake, seu calor, o toque gentil e ao mesmo tempo voraz de seus lábios a deixaram em completo êxtase.

Drake — Eu te amo! E não dou a mínima se ainda não acredita! Ficarei ao seu lado pelo resto das nossas vidas, temos tempo de sobra para dúvidas e certezas. E temos todo tempo do mundo para que você me odeie, me deseje, se apaixone, sinta raiva, quem sabe...Um dia você acaba me amando. — Disse com olhar confiante enquanto a colocava no chão.

Thália ainda sem palavras tentava se recompor, seu peito parecia estar explodindo, então sem conseguir pronunciar algo, resolveu sair da situação em silêncio, puxou Drake pelas mãos e seguiu com ele ao refeitório para encontrarem Camille.

Continua....

Epílogo:

Jeff estava seguindo de carro até um grande armazém abandonado. O local estava repleto de caixas, no fundo havia uma mesa redonda com quatro cadeiras. Se aproxjmando do local seguiu na direção de uma sombra próxima a mesa. A sombra era de um homem elegante.

Billy Flux — Jeff meu garoto, então me diga, quer dizer que você quase ferrou tudo? — Questionou

Jeff — Não, foi aquela maldita garota que sempre foi insuportável, acabei me excedendo, queria dar uma lição nela. E quer saber teria conseguido se não aparecesse aquele sujeito. — Esbravejou.

Billy Flux — Você acredita em destino? Aquele sujeito deveria estar morto a muitos anos, mas incompetentes falharam com isso. O estúpido Gleb Hope ao invés de me informar sobre aquele garoto, o jogou no seu curral de trabalhadores, aquela monte de gordura incapaz estava com ele a anos e nunca associou... — Dizia.

Jeff — Quem é ele? E por que ele agora é tão importante meu pai? — Questionou.

Billy Flux — Lembra-se de que mencionei terras incríveis que estava tentando conseguir através de suborno ao estado? Essas terras pertencem aos True Moons que eu concordei com seu avô Javier Estrada para eliminarmos, ele havia me dito que seria fácil, e no fim fracassou ao contratar incompetentes. — Explicou.

Jeff — Entendo, mas como esse cara está com a Thália agora? — Indagou.

Billy Flux — Não viu a entrevista? Bom por isso digo que talvez exista destino. Mas de todo modo sua mãe e seu avô só visualizam a fortuna dos Sun, será que não fazem mesmo ideia de que as dos True Moons é superior? — Indagou.

Billy Flux — Thália precisa casar, depois assim fica viúva podre de rica e aí depois nos livramos dela, tudo irá para família quando ela partir. Mas estou curioso com uma coisa, seu avô Insistiu muito na morte de todos da família True Moon, aposto que deve estar investindo nisso agora mesmo. — Analisou.

Billy Flux — Quero que descubra o que ele e sua mãe estão me escondendo, essa insistência e até desistência da fortuna dos True Moons é muito suspeita. — Pontuou curioso.

Jeff — Claro meu pai! Irei fazer isso! — Exclamou.

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