Enzo Ferraz – 30 anos
Alto, de postura impecável e olhar cortante, Enzo Ferraz é um homem que exala poder e frieza. Dono de uma presença intimidadora, ele tem cabelos negros sempre bem alinhados e olhos azuis intensos, carregando uma expressão séria e calculista. Cresceu em uma família de empresários, moldado desde cedo para ser o herdeiro perfeito da Ferraz Inc., uma das maiores corporações do país.
A perda de sua mãe na adolescência o transformou em um homem reservado e impenetrável, incapaz de se permitir qualquer envolvimento emocional. Extremamente exigente no trabalho e impiedoso nos negócios, Enzo acredita que sentimentos são uma fraqueza e que sua missão é apenas uma: manter o império de sua família intacto.
Embora pareça inabalável por fora, por dentro, carrega cicatrizes profundas. Seu único refúgio é a solidão e o trabalho, onde pode controlar tudo e evitar qualquer surpresa que possa desequilibrar sua vida perfeitamente planejada. Contudo, sua rotina meticulosamente organizada está prestes a mudar com a chegada de Beatriz.
Arthur Ferraz – 58 anos
Um homem de aparência austera, com cabelos grisalhos sempre bem penteados e olhos tão frios quanto os do filho, Arthur Ferraz é a personificação da disciplina e do controle. CEO da Ferraz Inc., construiu um império bilionário com mãos de ferro, sem espaço para fraquezas ou sentimentos. Sempre exigente, criou Enzo para ser seu sucessor impecável, cobrando perfeição em cada passo.
Após a morte de sua esposa, tornou-se ainda mais distante e rígido, mergulhando no trabalho como uma forma de evitar o luto. Para ele, emoções são obstáculos, e o sucesso é o único caminho aceitável. Seu relacionamento com Enzo é puramente profissional, baseado em cobranças e expectativas, sem espaço para carinho ou compreensão.
Helena Ferraz – Falecida aos 38 anos
Uma mulher doce e generosa, Helena era o coração da família Ferraz. Com cabelos castanhos ondulados e olhos verdes cheios de ternura, ela trazia luz e calor ao lar. Sempre amorosa e presente, foi o único elo de afeto verdadeiro na vida de Enzo, ensinando-o a sonhar e a acreditar no amor.
Helena faleceu quando Enzo tinha apenas 15 anos, vítima de uma doença repentina, deixando um vazio imenso em seu coração. Sua partida abalou profundamente Enzo e Arthur, mas enquanto o filho se fechou em si mesmo, o marido endureceu ainda mais seu coração. A ausência de Helena é a razão pela qual Enzo teme se apegar a alguém novamente, pois ele nunca superou a dor de perder a única pessoa que realmente o compreendia.
A mansão Ferraz era imponente, cercada por jardins perfeitamente aparados e uma arquitetura que exalava poder e tradição. Enzo cresceu ali, entre paredes de mármore frio e corredores silenciosos, aprendendo desde cedo que emoções eram fraquezas.
Naquela noite, ele caminhava pela vasta sala de estar, iluminada por um lustre de cristal, os passos ecoando no piso de madeira impecavelmente polido. Os olhos passeavam pelas fotos antigas emolduradas na parede. Seu pai, Augusto Ferraz, sempre altivo, sempre sério. Ao lado dele, sua mãe, Helena, com um sorriso doce e olhos ternos.
Enzo parou em frente a uma foto específica: ele, ainda menino, sentado no colo da mãe. Ela o segurava com tanto carinho, os braços protegendo-o do mundo frio ao redor.
— Você deveria parar de viver no passado. — A voz grave cortou o silêncio.
Enzo se virou lentamente, encontrando o pai parado na porta, com o mesmo olhar severo de sempre. Augusto Ferraz estava impecável em seu terno sob medida, o cabelo grisalho penteado para trás. Era um homem de presença dominante, que nunca deixava transparecer qualquer sinal de fraqueza.
— Não estou vivendo no passado. Apenas... lembrando. — Enzo respondeu com frieza, escondendo o aperto no peito.
— Lembranças são inúteis. Você deve se focar no futuro da empresa. A Ferraz Inc. precisa de um líder, não de um sonhador. — Augusto caminhou até o bar de mogno e serviu uma dose de uísque. — Espero que não esteja me decepcionando.
Enzo apertou os punhos. Desde que sua mãe falecera, tudo o que ouvia do pai eram cobranças. Expectativas intermináveis.
— Nunca te decepcionei.
— Não, não decepcionou. Ainda. — Augusto o encarou com olhos frios. — Mas você sabe o que está em jogo. A empresa é tudo. E você é meu herdeiro. Não pode se dar ao luxo de falhar.
O silêncio se estendeu pela sala, pesado e sufocante. Enzo sentiu o estômago revirar, mas manteve a postura rígida. Não podia demonstrar fraqueza. Não na frente dele.
— Eu sei. E farei o que for necessário. — Sua voz saiu firme, controlada.
Augusto o observou por um momento, avaliando-o com a mesma frieza com que avaliava um investimento. Então, deu um gole no uísque, sem desviar o olhar.
— Então prove.
Enzo assentiu, os olhos duros como gelo. Ele passara a vida toda tentando provar seu valor para aquele homem. A perda de sua mãe o transformara, fechando seu coração e moldando-o na imagem que o pai queria.
Após um longo silêncio, Augusto saiu da sala, seus passos ecoando pelos corredores. Enzo permaneceu ali, parado diante da foto. Sentia falta dela. Da mãe que o abraçava com ternura e lhe dizia que estava tudo bem.
Mas Helena não estava mais ali. E a dor dessa perda se transformara em uma armadura impenetrável.
Enzo suspirou, afastando as lembranças. Não havia espaço para sentimentos. Não havia espaço para fraquezas.
Ele se virou, o rosto assumindo a máscara fria e controlada que todos conheciam. O homem que nunca sorria. O empresário calculista que não hesitava em tomar decisões difíceis.
Enquanto caminhava para seu escritório, uma promessa ecoava em sua mente: jamais deixaria que alguém o machucasse novamente. Jamais abriria seu coração para ninguém.
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Atualizado até capítulo 48
Comments
Cristiane Paes Fagundes
cadê os olhos azuis intensos , cabelos negros ...
2025-03-09
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Vera Lucia Berlanda de Andrade
exatamente eu já perguntei isso
2025-06-22
0